Power vence, Dixon assume ponta e Castroneves é último em Houston. Franchitti sofre grave acidente

Australiano da Penske conseguiu superar neozelandês da Ganassi e ficou com a vitória na corrida 2 no Reliant Park. Dixon tem, agora, 25 pontos de vantagem para Castroneves, que enfrentou novo problema no câmbio e foi último colocado. Grave acidente na última volta deixou Franchitti inconsciente. Escocês foi retirado do carro e levado para hospital

Will Power até tentou. Diante de mais um problema de câmbio enfrentado por Helio Castroneves – que o tirou completamente da prova – o australiano imprimiu forte pressão sobre Scott Dixon, conseguiu a ultrapassagem após uma das sete relargadas e venceu a corrida 2 em Houston, chegando à sua segunda vitória no ano. Mas o grande vencedor deste domingo (6), sem dúvida, foi o neozelandês da Ganassi. Ao cruzar a linha de chegada na segunda colocação, Scott assumiu a liderança do campeonato a uma prova do fim e agora tem 25 pontos de vantagem para o brasileiro da Penske.
 
Os resultados, no entanto, ficaram em segundo plano. Um grave acidente na última volta, envolvendo Ernesto Viso, Takuma Sato e Dario Franchitti, assombrou a Indy. O escocês levou a pior: ao tentar ultrapassar o japonês da Foyt, o piloto do carro #10 perdeu o controle, decolou e bateu violentamente contra o alambrado, girando várias vezes no ar e ficando momentaneamente inconsciente em seu cockpit. Seu carro ficou completamente destruído. Médicos da categoria tiveram trabalho para retirá-lo do carro. Já lúcido, o tetracampeão foi removido e levado a um hospital da região.
Dixon, Power e Hinchcliffe no pódio da corrida 2 em Houston (Foto: Bob Levey/Getty Images)
 
Como de costume, o procedimento de largada parada, ainda estranho à Indy, rendeu problemas: na primeira tentativa, Takuma Sato não conseguiu colocar sua Foyt na posição correta e ficou atravessado no meio da fila da esquerda, provocando uma nova volta de aquecimento. Os carros alinharam novamente e, aí sim, a corrida finalmente teve início. Castroneves manteve a liderança, apesar de Dixon ter ficado lado a lado com o brasileiro antes da saída da primeira curva. Simon Pagenaud permaneceu na terceira posição.
 
Um pouco mais atrás, Simona de Silvestro tentava ultrapassar Graham Rahal quando 'decolou' em uma das zebras, vindo por dentro na curva, e atingiu a RLL do norte-americano, que espalhou e ficou preso na barreira de pneus. Tristan Vautier, que vinha por fora, também foi afetado. O incidente provocou a primeira intervenção do Pace Car.
 
A primeira relargada da corrida veio na sexta volta. Helinho permaneceu na ponta, seguido por Dixon, Pagenaud, Justin Wilson, Power e Ryan Hunter-Reay. Inspirado, o companheiro de Castroneves na Penske fez boas ultrapassagens e, em apenas duas voltas, se livrou tanto do inglês da Dale Coyne quanto do francês da Schmidt, partindo para cima do neozelandês para proteger a liderança do brasileiro – na prova e no campeonato.
Helio Castroneves à frente do pelotão em Houston (Foto: Bret Kelley/IndyCar)
Mas o pior estava por vir. O carro de Helio começou a soltar fumaças cada vez mais densas a cada mudança de marcha. Na décima volta, ainda na liderança, viu sua Penske ficar lenta na pista e acabou superado por todo o grid, até parar no meio de uma das retas do ondulado Reliant Park. Era o fim de sua participação na prova. Desolado em seu cockpit, o então líder do campeonato permaneceu no DW12 até ser guinchado de volta aos boxes, em meio à segunda bandeira amarela da corrida. Lá, com lágrimas nos olhos e cabisbaixo, saiu do carro certamente tentando encontrar uma forma de assimilar como seus 49 pontos de vantagem se tornaram poeira em um único e infeliz fim de semana – mais uma vez.
 
A partir de então, a corrida se tornou um festival de relargadas e interrupções. Após a saída de Castroneves, no reinício da volta 16, Dixon manteve a primeira posição, seguido por Power e Pagenaud. Na 29, Luca Filippi, que fazia mais uma boa prova após ter largado em 23º, vinha na décima colocação quando bateu sozinho na proteção de pneus, provocando mais uma entrada do Pace Car. O novo recomeço veio no giro 32, na abertura da primeira rodada de pit-stops, quando a Ganassi #9 e a Penske #12 chegaram a emparelhar dentro do pit-lane – uma situação de risco que rapidamente foi controlada por Scott, que seguiu como líder, com Will, o chato, em seu encalço.
 
Na volta 34, mais uma bandeira amarela – desta vez, provocada por Tony Kanaan. O brasileiro vinha bem, subindo da décima para a sétima posição ao longo das relargadas, mas perdeu o controle de sua KV em um dos inúmeros 'bumps' do asfalto irregular de Houston e bateu forte, na diagonal, em cheio no muro externo da curva 6, destruindo por completo a frente de seu carro. Ileso, Tony admitiu o erro. A interrupção durou seis voltas.
 
Cinco voltas depois, quando a prova recomeçou, o cenário da corrida sofreu importante modificação: Power, enfim, conseguiu ultrapassar Dixon, em bela manobra na curva 4. O neozelandês até tentou o 'xis', mas não conseguiu recuperar a posição. Daí em diante, o duo passou a brincar de gato e rato: guiando no limite, o piloto da Penske precisava dar o máximo de si para conseguir se manter à frente do rival da Ganassi, que vinha com muito mais desempenho e não dava descanso para seu adversário, se mantendo na pressão.
Will Power segurou a pressão de Scott Dixon durante toda a prova (Foto: Chris Owens/IndyCar)
Mais atrás, quem deu show foi Sébastien Bourdais, que subiu para a quinta posição após uma belíssima ultrapassagem dupla sobre Wilson e James Jakes. James Hinchcliffe, quarto colocado, pressionava o surpreendente Sebastián Saavedra, momentaneamente terceiro.
 
A prova seguiu sem grandes emoções ou duelos, com o duo de líderes, separado por menos de um segundo, fazendo uma corrida à parte, com vantagem confortável para o restante do pelotão. As reaproximações só ocorriam graças às bandeiras amarelas – que não faltaram, como se vê. Ed Carpenter rodou sozinho e provocou interrupção na volta 64. Na 67, após a relargada, pedaços do carro de Josef Newgarden ficaram espalhados no meio da pista e causaram outra entrada do Pace Car. A corrida recomeçou na 69, e na 73, o mesmo Newgarden tocou a traseira de Marco Andretti e fez o norte-americano rodar e ficar atravessado no circuito, o que levou a direção de prova a interromper a corrida 2 em Houston pela sétima vez – igualando o caótico GP de Baltimore, em setembro.
 
As 12 últimas voltas da corrida foram sob bandeira verde. Após a última relargada, Power, Dixon e Hinchcliffe passaram alguns giros muito próximos, um pressionando o outro. Mas não demorou muito para que o duo de líderes se desgarrasse do canadense da Andretti e passasse a duelar individualmente pela vitória. O australiano da Penske, no entanto, conseguiu mais uma vez resistir à pressão do neozelandês da Ganassi e venceu a corrida 2 em Houston, chegando à sua segunda vitória no campeonato e, dentro do possível, ajudando a minimizar o prejuízo de Castroneves, que chegou a retornar à pista, com mais de 37 voltas de atraso, e foi o último a cruzar a linha de chegada, na 23ª posição.
 
Ainda assim, Dixon sai de Houston como líder do campeonato e, agora, tem 25 pontos de vantagem para o brasileiro, surgindo como favorito absoluto ao tricampeonato na etapa final, em Fontana, prevista para o próximo dia 19. Um revés inesperado na disputa.
 
O campeonato, porém, ficou em segundo plano. Na última volta, quando Power já havia recebido a bandeira quadriculada como vencedor, Franchitti tentou ultrapassar Sato e acabou acertando a traseira do carro do japonês, decolando e batendo com extrema violência contra o alambrado, o que o fez girar várias vezes no ar. O impacto foi tão forte que não só jogou várias peças de sua Ganassi no público presente nas arquibancadas como também destruiu por completo tanto seu carro quanto as grades de proteção. Ernesto Viso, que vinha próximo, também foi atingido pelo acidente múltiplo. 
Resgate de Dario Franchitti após acidente em Houston (Foto: Getty Images)
Ele e Sato não sofreram sérias consequências. Dario, no entanto, apagou imediatamente após o acidente. Com a frente de seu DW12 completamente destruída, o escocês conseguiu, aparentemente, recobrar a consciência, e chegou a fazer um sinal para seu parceiro de time, Dixon, que passava pelo local após o fim da prova. Os médicos da categoria tiveram muito trabalho para removê-lo de sua Ganassi. Imobilizado, Franchitti foi levado para a ambulância e, em seguida, transportado para o Memorial Hermann Hospital, próximo à região do Reliant Park, preocupando fãs, equipes e pilotos da categoria.
 

Indy, GP de Houston, Reliant Park, Corrida 2, Final:

1 Will POWER AUS Penske Chevrolet   90 voltas
2 Scott DIXON NZL Ganassi Honda +0.828  
3 James HINCHCLIFFE CAN Andretti Chevrolet +4.362  
4 Justin WILSON ING Dale Coyne Honda +5.023  
5 Sébastien BOURDAIS FRA Dragon Chevrolet +8.012  
6 Simon PAGENAUD FRA Schmidt Honda +11.071  
7 Oriol SERVIÀ ESP Panther Chevrolet +14.081  
8 Charlie KIMBALL EUA Ganassi Honda +15.156  
9 Mike CONWAY ING Dale Coyne Honda +15.556  
10 Simona DE SILVESTRO SUI KV Chevrolet +31.361  
11 Tristan VAUTIER FRA Schmidt Honda +32.946  
12 Sebastián SAAVEDRA COL Dragon Chevrolet +38.379  
13 Josef NEWGARDEN EUA Fisher Hartman Honda +1:19.563  
14 Takuma SATO JAP Foyt Honda +1 volta NC
15 Dario FRANCHITTI ESC Ganassi Honda +1 volta NC
16 Ernesto VISO VEN Andretti Chevrolet +1 volta NC
17 James JAKES ING RLL Honda +1 volta NC
18 Graham RAHAL EUA RLL Honda +2 voltas NC
19 Luca FILIPPI ITA Bryan Herta Honda +2 voltas NC
20 Marco ANDRETTI EUA Andretti Chevrolet +2 voltas NC
21 Ryan HUNTER-REAY EUA Andretti Chevrolet +3 voltas NC
22 Ed CARPENTER EUA Carpenter Chevrolet +29 voltas NC
23 Helio CASTRONEVES BRA Penske Chevrolet +37 voltas  
24 Tony KANAAN BRA KV Chevrolet +58 voltas NC

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