Um novo ano, uma nova esperança de fim de seca em Maranello. A Ferrari, com o grande objetivo de encurtar a distância para a Mercedes e transformar os esforços na
Fórmula 1 em título, aproveitou a terça-feira (11) para apresentar ao mundo seu bólido para a temporada 2020, a SF1000. O nome é alusivo aos 1000 GPs que a Ferrari vai completar em 2020 no Mundial de F1. O evento, diferente dos últimos anos, foi realizado no suntuoso Teatro Romolo Valli, em Reggio Emilia, e não em Maranello. A apresentação, contudo, foi sonolenta e arrastada, com muitos discursos antes da exibição do novo modelo.
Como todo grande evento em um teatro, a apresentação do novo carro da Ferrari começou com um breve concerto de música, com direito a participação de um coral, que antecedeu ao lançamento. A apresentação ficou por conta do piloto de testes Marc Gené e da assessora de imprensa Silvia Hoffer. A cerimônia era acompanhada de camarote pela cúpula da Ferrari, como John Elkann, Piero Ferrari e Mattia Binotto, além dos pilotos Sebastian Vettel e Charles Leclerc.
Ao longo de um discurso longo e sonolento do CEO Louis Camilleri, os convidados presentes ao teatro se levantaram. Em seguida, o dirigente deu lugar para um número circense no palco antes de Gené e Silvia voltarem à apresentação e chamarem Binotto, chefe da equipe italiana. Só então é que o novo carro finalmente foi apresentado ao mundo. Com pintura praticamente idêntica à do ano passado, fosca, mas com detalhes alusivos à bandeira da Itália, a SF1000 foi revelada, chamando atenção para a barbatana na tampa do motor e também chifres bem verticais acima do cockpit.
Ferrari SF1000 foi revelada nesta terça-feira em Reggio Emilia (Foto: Reprodução)
Apesar das semelhanças visuais em relação à SF90, Vettel deixou claro: a SF1000 é um carro bem diferente internamente. “Há muito trabalho por trás do carro. Gostei muito. Já o vi antes e ver as diferenças em relação à aerodinâmica do ano passado é impressionante. Não é fácil, tudo está bem compacto. Estou ansioso para pilotá-lo, mas creio que é fantástico. Algo mais vermelho que a SF90”, contou.
Em sua sexta temporada pela escuderia de Maranello, Vettel mostrou todo seu apreço pela Ferrari e também pela Itália como um todo. “Já me sinto um pouco italiano. Como muita comida italiana, gosto do seu povo e da cultura italiana. Tenho grande paixão pela Ferrari. A Ferrari escreveu grande parte da história italiana”, comentou o tetracampeão, que está no seu último ano de contrato com a equipe.
Quando falou a respeito das perspectivas em relação ao novo carro, Seb preferiu aguardar. “É impossível prever. Há muito esforço por trás do carro, e acho que é um passo à frente. Todo mundo da equipe se comprometeu muito. Ainda há pessoas que estão melhorando-o na fábrica. Isso é parte da aventura, é preciso ser paciente”, completou.
Vettel e Leclerc vão pilotar a nova Ferrari SF1000 em 2020 (Foto: Reprodução)
Leclerc, que chega a 2020 cheio de moral por conta do contrato renovado até 2024 com a Ferrari, se considera mais forte e bem preparado em todos os aspectos.
“O foco da temporada é um pouco diferente. Conheço a equipe e também o carro, porque, ainda que seja novo, é uma evolução do carro do ano passado. Me sinto mais preparado para este ano, conheço o pessoal. É um grande desafio e mal posso esperar para entrar no carro”, comentou.
“Eu me preparei fisicamente nas montanhas e, psicologicamente, a preparação foi parecida com a do ano passado. Trabalhei duro com a equipe e também tentei aprender com os erros do passado para ser um melhor piloto neste ano”, concluiu o monegasco.
Chefe da Ferrari pelo segundo ano, Binotto falou sobre o fator histórico que cerca 2020 para a escuderia.
"Apresentar um carro novo sempre é uma emoção. Toda vez que desenvolvemos um novo projeto, a emoção é repetida. Neste ano, celebramos dois eventos importantes, que são os 70 anos da Fórmula 1 e a milésima corrida da Ferrari. Estivemos aqui desde o início. É algo incrível que nos deixa orgulhoso. É o nosso 66º carro, e continua a representar os valores da Ferrari. Também estamos desenvolvendo o carro de 2021 com um grupo jovem que segue aprendendo com os erros, mas em um lugar onde coloco confiança", disse.
"Consideramos que era necessário deixar o carro leve e focar em elementos que nos permitem correr bem em todos os circuitos. O regulamento de 2020 antecede o que será uma revolução na F1, então não poderíamos simplesmente inverter tudo neste ano. Existem escolhas que podem soar parecidas com as da SF90, mas não é em muitas maneiras. Fizemos tudo em relação ao downforce e o consumo, mas sem negligenciar o motor, que no ano passado não nos satisfazia em relação à confiabilidade", acrescentou.
Novo ano, velho objetivo
O grande objetivo da Ferrari para 2020 não pode ser outro além de entender o desempenho errático do SF90, de 2019. O modelo, por mais que tenha permitido atuações bastante dignas em treinos classificatórios, era sempre uma caixinha de surpresas aos domingos.
Houve vezes em que o ritmo era surpreendentemente bom, vide o GP de Singapura, mas via de regra o carro ficava bastante atrás da Mercedes ou até mesmo da Red Bull. Não é exagero dizer que o que impediu um ano ainda menos decepcionante foi o motor, considerado o mais potente da F1 atual.
Eis a nova Ferrari SF1000 para a temporada 2020 do Mundial de F1 (Foto: Reprodução)
Um outro aspecto, mas que ainda não dá para saber se será positivo ou negativo, é a dupla de pilotos. Sebastian Vettel e Charles Leclerc formaram uma parceria das mais fortes dos últimos tempos em Maranello, mas entraram em rota de colisão mais vezes do que o aceitável. Intrigas como as do GP do Brasil, de Singapura e da Rússia criaram uma tensão capaz de afetar seriamente as chances de título dos ferraristas em 2020.
Uma possível conquista no Mundial de Construtores seria a primeira desde 2008, quando a Ferrari derrotou a McLaren, mesmo com Felipe Massa levando a pior contra Lewis Hamilton. No Mundial de Pilotos, a seca é ainda mais acentuada e já dura desde 2007, quando Kimi Räikkönen saiu campeão.
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