Com água acumulada, MotoGP adia largada em Silverstone. Pilotos avaliam que não é possível correr

A MotoGP precisou adiar a largada do GP da Grã-Bretanha por conta do excesso de água acumulada na pista. Avaliação dos pilotos é de que não é possível correr

Grande Prêmio
Juliana Tesser 26/08/2018    07:42    7min    MotoGP
Vai ser um longo dia para a MotoGP em Silverstone. Depois de antecipar o horário da largada para tentar fugir da chuva, a organização do Mundial de Motovelocidade foi forçada a adiar a largada por conta do excesso de água na pista.
 
Os pilotos deixaram os boxes nesta manhã para avaliar as condições do asfalto, mas já enfrentaram problemas até mesmo na volta de instalação. Álvaro Bautista, por exemplo, chegou a escapar da pista.
Largada foi adiada em Silverstone (Foto: Reprodução)
Os problemas de drenagem foram identificados ainda no sábado, quando o acúmulo de água na Stowe causou uma série de acidentes, com Tito Rabat sendo a maior vítima da aquaplanagem. 
 
Para tentar aumentar as chances de realizar a corrida da MotoGP, o Mundial modificou a programação, mas a chuva começou cedo em Silverstone, já afetando consideravelmente as condições do circuito. E a previsão do tempo indica que ainda tem chuva pela frente.
 
Falando ao ex-piloto Simon Crafar, repórter de pit-lane no serviço de streaming da MotoGP, Valentino Rossi avaliou que não é possível correr.
 
“Sem chance, na minha opinião”, disse. “Já na volta que fizemos para chegar no grid tem muita água. Na volta toda. E na reta oposta já tem aquaplanagem, porque o problema é que a água não vai embora. Não drena. Aquaplanagem com a nossa moto é muito ruim”, completou.

Titular da KTM, Bradley Smith também avaliou que não é possível correr. “Com esta quantidade de água, a aquaplangaem é horrível. Eu amo correr em frente aos meus fãs em casa, mas é necessário que seja feito da maneira correta”, opinou.
Bautista também citou o excesso de água na pista e considerou que correr não é a melhor alternativa.
 
“A pista tem muita água, não drena e fica empoçada. As condições são difíceis e não acho que correr seja a melhor opção”, afirmou o #19.
 
Chefe da Tech3, Hervé Poncharal sublinhou que a segurança dos pilotos é a prioridade e revelou que nenhum deles acredita que é possível correr nessas condições.
“Está bastante difícil no momento. Quando fizemos a primeira volta, vimos que a situação está bastante difícil. O problema é a água acumulada no circuito e em algumas partes, é bastante perigoso, você pode cair a qualquer momento. Já foi difícil no warm-up. As condições estão extremas”, frisou Poncharal. “Nós pensamos em muitas coisas. Pilotos, muitos pilotos, disseram que não temos condições de fazer a corrida. O principal problema é que temos mais chuva prevista para a próxima hora. Nós realmente não sabemos o que fazer, é sentar e esperar”, apontou.
Takaaki Nakagami e Cal Crutchlow apresentaram uma sugestão para o 'problema' (Foto: Reprodução)
Chefe da Michelin, Piero Taramasso classificou as condições como “extremas” e considerou que pneu nenhum poderia dispersar a água acumulada na pista. De acordo com o dirigente, os calçados de chuva franceses conseguem dissipar quatro litros por segundo a 300 km/h.
 
Às 8h30 (de Brasília) a Dorna vai se reunir com os comissários da IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) e com os times da MotoGP para tentar trabalhar em um plano de contingência. 
Chefe da Ángel Nieto, Gino Borsoi contou que a possibilidade de adiar a corrida para segunda-feira está em pauta.
 
“A possibilidade de correr amanhã foi avaliada e, em meia hora, nós vamos nos reunir outra vez com todos os times e saberemos a decisão”, contou. “A Dorna deu a possibilidade para que as equipes decidam o que é melhor para elas”, continuou.
 
Enquanto isso, porém, a chuva voltou a apertar em Silverstone. A previsão do tempo indicava um volume grande para este domingo.
A MotoGP chegou a considerar a possibilidade de transferir a corrida para segunda-feira, mas o plano foi descartado. Uma das dificuldades é justamente a falta de pessoal, já que parte dos funcionários temporários não estariam disponíveis.
 
Depois de muita espera, a MotoGP anunciou, então, que iria checar a pista às 9h30 (de Brasília). Caso o asfalto tivesse condições, o pit-lane seria aberto às 9h40 para que a corrida fosse iniciada às 10h. A distância da prova seria reduzida para 16 voltas.
 
Pouco depois, porém, a informação era de que a largada tinha sido adiada novamente. Ainda tinha muita água acumulada na pista e a previsão indicava mais chuva depois de uma breve janela ‘seca’. O próprio safety-car teve problemas para se manter na pista.
 
Com tanta espera, até os pilotos começaram a perder a paciência. Falando à emissora britânica BT Sport, Scott Redding pediu uma decisão rápida, até em respeito aos fãs nas arquibancadas.
 
“Se não podemos correr, vamos parar com a espera e deixar as pessoas irem para casa. Está congelando aqui”, disse Scott. “Não dê muita escolha aos pilotos, mandem todos se calarem e vamos!”, completou.
Apesar do apelo do #45, a MotoGP optou por uma nova revisão às 10h.
 
A espera era tamanha que a Dorna decidiu encerrar a transmissão. Uma nova avaliação da situação seria feita após 1h. Se as condições permitirem, a corrida seria, então, iniciada ao meio dia.

Enquanto todos esperavam pela nova checagem da condição de pista, voltou a chover forte em Silverstone. A nova avaliação seria feita dali meia hora.
A avaliação feita às 11h, porém, não foi nada animadora. Comissário de Segurança da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), Franco Uncini disse à emissora espanhola que a pista está ainda pior do que antes.
 
“Neste momento, a pista está impossível, pior do que antes”, afirmou Uncini. “Em meia hora, decidiremos se confirmamos ou não para 12h (de Brasília). Antes das 13h, não temos problemas para a corrida”, explicou. 
 
Pelas redes sociais, a MotoGP deu uma espécie de prazo para o fim da chuva, já que precisa de luz natural para a realização das corridas.
 
“Por conta das condições do traçado, é improvável que seja possível ter uma corrida até que a chuva pare”, anunciou. “Caso a chuva encerre até às 16h (12h de Brasília) do horário local, as três corridas acontecerão, começando com a MotoGP, e com as três provas terminando às 19h30 (15h30)", seguiu. 

"Caso não seja possível começar a corrida às 16h50 locais, a direção de prova vai cancelar as corridas, começando com a Moto3", completou.

"Após a inspeção da pista, o pit-lane vai abrir às 16h30 com a corrida da MotoGP começando às 16h50", emendou.

De acordo com os responsáveis por Silverstone, “a chuva deve parar às 15h45 (11h45 de Brasília), com a inspeção de pista sendo feita às 16h (12h). Todas as três corridas vão começar, iniciando pela MotoGP. As corridas serão completadas até as 19h30 (15h)”.
 

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