Sem se incomodar com hiato de títulos, lisonjeado Barrichello relembra carreira e diz: “Não mudaria nada”
Experiente, Rubens Barrichello deixou claro que não se importa com o hiato de títulos e reafirmou que está em momento muito feliz da carreira. O piloto de 42 anos é o líder da Stock Car e chega a Curitiba, na última etapa, precisando de apenas um quarto lugar para ficar com o título
O fato de ter vencido o último título há 23 anos não incomoda nem um pouco Rubens Barrichello. Dono de um currículo expressivo no automobilismo mundial, com destaque para as 19 temporadas na F1 e o recorde de GPs disputados na maior das categorias, o piloto da Full Time agora chega a Curitiba, para etapa final da Stock Car, na condição de favorito ao título. A experiência o faz encarar a prova com calma e também dá o tom do momento feliz que o paulista vive.
Em entrevista no paddock da pista paranaense, Barrichello tentou explicar o que sente quando perguntando pelo GRANDE PRÊMIO sobre o hiato de títulos. “Todo mundo está falando dessa coisa dos 23 anos. Mas no ano passado eu ganhei as 500 Milhas de Kart, eu fui campeão. E ninguém lembra disso… Se não tem tanta importância, os oito títulos que a gente tem nas 500 Milhas de Kart, todo mundo daria tudo para ter”, disse.
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As 500 Milhas de Kart, agora disputadas em Santa Catarina, representam uma corrida anual e não um campeonato. Barrichello foi vencedor oito vezes desta prova.
E Rubens não mudaria em nada sua trajetória. “Todo o título é título. Se eu tivesse que trocar alguma coisa, eu não trocaria nada. Se alguém me dissesse: você prefere ter 23 títulos de alguma coisa ao invés dos 19 anos de F1, guiado, lutado, vencido corridas… Eu não trocaria nada”, declarou o brasileiro.
Lembrando a taça conquistada na Inglaterra, ainda no início do caminho rumo à F1, Barrichello traça diferenças, mas também semelhanças. “A sensação ali não era de tão calmaria como é hoje. Mas tem um friozinho na barriga, é legal, sabe. Quando você esquece, alguém te lembra, porque todo mundo fala. Mas lá você estava na frente daquele povo todo e almejando a F1, então o que entrava na cabeça era aquilo: ‘Você precisa fazer e não vai mostrar e tal’. Isso dá um tom de dificuldade maior”, contou o piloto, que também tem passagem pela Indy.
Acima de tudo, Barrichello se sente feliz por ainda estar guiando e em alto nível. E, de novo, ressaltou que não gostaria de estar em nenhum outro lugar. “Estou super lisonjeado por estar aqui, aos 42 anos, lutando, andando de kart com a molecada. Então, só tenho a agradecer, porque eu tenho uma carreira que começou aos seis anos e, com 42 anos, ela continua tão competitiva quanto quando começou. Para mim, isso já é um fator top”, afirmou.
“Eu vejo por muitos pilotos aqui, que chegam e falam: ‘Pôxa, cara, você está em grande forma’. Isso é a coisa mais gostosa que tem. É isso que a gente tem de tirar. Por enquanto, o legal é guiar o carro toda vez que puder.”
“E isso me lembra uma situação em Jerez (Espanha), em que eu estava guiando um Honda e era o único carro da pista. E era o pior carro, não andava de jeito nenhum, mas veio na cabeça no meio da volta: ‘Você preferiria estar em outro lugar no mundo? Não’. Acho que esse é o valor de se voltar à realidade. E é isso que penso hoje aqui. Estou curtindo demais. Estou muito feliz e adaptado aqui”, encerrou.
Para ficar com o título de 2014 da Stock, Barrichello precisa de apenas um quarto lugar na corrida deste domingo.
O GRANDE PRÊMIO acompanha 'in loco' a prova derradeira da Stock Car neste fim de semana, em Curitiba, com a repórter Evelyn Guimarães.
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