De Rooy põe Iveco como favorita ao título do Dakar nos caminhões, mas tem oposição de quatro fortes rivais

Gerard de Rooy conquistou em 2012 o título do Dakar, repetindo o feito de seu pai, Jan de Rooy, há 25 anos. Mas para o holandês faturar o bicampeonato em 2013 terá de enfrentar pelo menos quatro fortes adversários, sendo dois deles companheiros de equipe na Iveco

[Especial Dakar 2013]

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2012 foi um ano de mudanças na competição dos caminhões do Rali Dakar, o mais importante do cross-country mundial. Desde que a prova passou a ser disputada na América do Sul, em 2009, a Kamaz conheceu o triunfo nos três últimos anos, com Firdaus Kabirov e o heptacampeão Vladimir Chagin, o ‘czar do Dakar’. Mas os dois maiores vencedores da montadora se aposentaram depois de uma carreira gloriosa, desfalcando o ‘exército russo’.

Repleto de ineditismos em vários esportes, 2012 também marcou a primeira vitória da Iveco no Dakar. Vitória que foi conquistada por Gerard de Rooy, de 32 anos, em parceria com o navegador Tim Colsoul e o mecânico Darek Rodewald. A conquista foi marcante por vários pontos: De Rooy repetiu o feito alcançado há 25 anos pelo pai, Jan; destronou a Kamaz e ainda liderou a surpreendente dobradinha da Iveco, que colocou o trio holandês formado por Hans Stacey — primo de De Rooy —, Hans van Goor e Bernard der Kinderen.

Gerard de Rooy luta pelo bi, mas terá fortes rivais na disputa dos caminhões (Foto: DPPI/Dakar)

De surpresa, a Iveco passou à condição de favorita em um ano. Para a disputa da Dakar 2013, que será disputado entre 5 e 20 de janeiro entre Peru, Argentina e Chile, a montadora italiana desponta como a grande candidata ao título da competição. E De Rooy, por tudo o que fez em 2012, tem de ser apontado como o grande favorito. Mas claro, o holandês não está sozinho na luta pela taça. Pelo menos quatro grandes adversários podem tranquilamente chegar em Santiago comemorando o triunfo nos caminhões.

A começar pelo primo Hans Stacey. Experientíssimo, o holandês de 54 anos já foi campeão do Dakar em 2007 — o último em solo africano — e vice duas vezes, em 2006 e no ano passado. Ao lado do navegador alemão Detlef Ruf e do mecânico Der Kinderen — que fez parte da equipe de De Rooy em 2012 —, o holandês acredita que chegou a hora de ser campeão também na América do Sul.

Outro que não pode ser descartado da briga pelo título, ainda mais pelo seu grande histórico no automobilismo e pelo desempenho no ano passado é o lendário Miki Biasion. O piloto italiano é bicampeão mundial de rali (em 1988 e 1989) e também defende a Iveco. No Dakar 2013, Biasion tentará reverter os problemas que teve durante a prova do ano passado, quando despontou como favorito, venceu três etapas, mas sucumbiu às falhas mecânicas do seu caminhão. Neste ano, Miki, próximo de completar 55 anos, competirá com um Trakker II ao lado do inseparável navegador Giorgio Albiero e do mecânico Michael Huisman e tentará quebrar a sina de azar no continente sul-americano.

A Kamaz tenta voltar ao topo do Dakar depois de amargar o terceiro lugar em 2012 (Foto: DPPI/Dakar)

Depois do fracasso em 2012, a Kamaz busca retomar a supremacia perdida no Dakar. O ‘exército russo’ conta com cinco pesos-pesados para a disputa da lendária prova, mas tem em Eduard Nikolaev sua grande esperança de vitória neste ano. Aprendiz de Chagin, o jovem russo, de 28 anos, sabe que terá uma missão das maiores. A seu favor, conta o fato que, na última prova que foi até o fim, em 2011, só ficou atrás exatamente de Chagin e Kabirov, fechando a trinca da Kamaz. A expectativa da fábrica de Tatarstan é que 2013 escreva outra página feliz na história da equipe no Dakar.

Líder da forte montadora tcheca Tatra, Ales Loprais é reconhecidamente um dos pilotos mais talentosos do grid dos caminhões no Dakar, mas seu retrospecto também o aponta como o mais azarado deles. Em seis participações na prova, o tcheco de 32 anos completou apenas uma, em 2007, quando foi terceiro. Em 2012, sofreu um acidente no deslocamento, bateu em um carro e quebrou duas vértebras, encerrando uma participação até então positiva, quando era segundo colocado.

Talentoso, mas zicado, Loprais tenta dar sequência ao legado vitorioso do pai Karel (Foto: DPPI/Dakar)

Filho do hexacampeão Karel Loprais, Ales tem no ano de 2013 a chance definitiva de tirar a zica e, ao lado de Serge Bruynkens e Radim Pustejovsky, finalmente comemorar um título do maior rali do mundo.

A disputa dos caminhões contará com 75 bólidos prontos para largar em Lima no próximo sábado (5). Destaque para Alex Caffi. O italiano, ex-piloto de F1, vai pilotar um peso-pesado da Mercedes ao lado de Antonio Cabini e Fabio Mascialino. Curiosamente, Caffi testou pela Iveco e busca uma vaga na F-Truck em 2013. Desta vez, o Brasil não contará com representantes na modalidade, já que o histórico André Azevedo decidiu não ir ao Dakar por falta de patrocínio.

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