Alonso se diz “paralisado” por morte de Gonçalves: “É muito difícil virar a página”

No sétimo dia de prova, Fernando Alonso se depara com a faceta mais cruel e triste do Dakar: a morte. O bicampeão mundial de F1 se mostrou devastado pelo acidente que tirou a vida do luso Paulo Gonçalves na manhã deste domingo (12) entre Riad e Wadi Al Dawasir, na Arábia Saudita. “Não é por ser o Dakar que você tem de aceitar. Essa dor é inacreditável para todos”, disse

Fernando Alonso e Marc Coma fizeram uma grande sétima especial do Dakar 2020, entre Riad e Wadi Al Dawasir, e terminaram na sexta colocação. Contudo, o domingo (12) não é para sorrisos na caravana do maior rali do mundo. A morte precoce do luso Paulo Gonçalves nesta manhã chocou a todos e deixou o bicampeão mundial de F1 devastado. Logo no sétimo dia de competição, o espanhol se depara com a faceta mais cruel do Dakar.
 
“Um dia muito negativo com a morte de Paulo, algo que tira qualquer comentário sobre sua etapa, que foi incrível graças a Marc, mas veja…”, afirmou um entristecido Alonso em entrevista veiculada pelo jornal espanhol ‘Marca’.
 
“Você fica paralisado. Havia rumores ao chegar à zona de meta, algum comissário nos disse algo, mas quando te confirmam, você fica paralisado porque você vê os helicópteros e as ambulâncias a cada etapa e são abandonos, ou acidentes, mas você não espera o pior”, comentou.
Fernando Alonso falou sobre a morte de Paulo Gonçalves no Dakar (Foto: Twitter/Fernando Alonso)
A última vez que Alonso se deparou com a morte em uma competição da qual participou foi quando Jules Bianchi perdeu a vida. O talentoso francês sofreu o acidente que o matou em outubro de 2014 no GP do Japão. Vítima de lesões cerebrais gravíssimas, Bianchi não resistiu e morreu nove meses depois.
 
Alonso não conteve a emoção ao falar da tristeza pela morte de um piloto que, dias atrás, estava próximo e fazia parte do convívio diário na caravana do Dakar.
 
“É muito difícil virar a página. É aquele que compete com você com paixão, compartilha a etapa, o acampamento, os briefing, as inspeções… custa acreditar e te deixa com pouca vontade de falar porque a vida está acima de qualquer coisa. Não é por ser o Dakar que você tem de aceitar. Essa dor é inacreditável para todos”, disse.
 
O piloto falou das particularidades do rali, com um perfil muito distinto ao qual estava acostumado na F1, quando havia fiscais, comissários e todo um aparato de segurança, algo que não existe em provas de longa duração, como o Dakar.
 
“Cada teste que você faz você corre riscos, essa modalidade é arriscada, você parte rumo ao desconhecido, cada quilômetro é novo por lugares inóspitos, sem comodidades. Qualquer coisa que acontece, você não vai ter nenhum comissário a 10 metros, ninguém para apagar um incêndio, não tem um médico ali que chegue rápido, e você é consciente desse perigo, claro, mas no esporte a motor o perigo nunca está 100% sob controle”, concluiu.

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