Al-Attiyah chega ao tri e leva Toyota ao 1º título do Dakar. Nikolaev é campeão nos caminhões

Campeão pela Volkswagen, Mini e, em 2019, pela Toyota. Nasser Al-Attiyah venceu pela terceira vez o Rali Dakar, consolidando uma campanha muito consistente no Peru com três vitórias em especiais e a liderança em nove dos dez dias de competição ao lado do navegador Matthieu Baumel. Nos caminhões, Eduard Nikolaev triunfou pela quinta vez em nova vitória da Kamaz

Trecho de especial: 112 km
Deslocamentos: 247 km
Trecho total: 359 km
 
Nasser Al-Attiyah confirmou nesta quinta-feira (17) a conquista do Rali Dakar pela terceira vez na sua vitoriosa carreira. O catariano de 48 anos, campeão em 2011, pela Volkswagen, e em 2015, correndo pela Mini, voltou ao topo do pódio do maior rali do mundo e, ao lado do navegador Matthieu Baumel, alcançou uma conquista histórica. Pela primeira vez, a Toyota venceu o Dakar nos carros, desbancando o anunciado ‘dream team’ da Mini X-Raid, que contou com pilotos do quilate de Stéphane Peterhansel e Carlos Sainz, mas sofreu com a falta de confiabilidade em uma prova bastante irregular.
 
A Toyota, diga-se de passagem, liderou o Dakar do início ao fim. Desde a vitória de Al-Attiyah na primeira especial, a marca japonesa comandou a tabela da classificação geral. Na segunda etapa, o sul-africano Giniel de Villiers assumiu a ponta ao lado do alemão Dirk Von Zitzewitz. E Nasser reassumiu a liderança para não mais perdê-la a partir do terceiro dia de provas.
 
Al-Attiyah e Baumel venceram três das dez especiais e tiveram uma performance bastante consistente do início ao fim da prova. Em contrapartida, os novíssimos Mini John Cooper Works Buggy de Peterhansel, Sainz e Cyril Despres se mostraram muito rápidos, mas também frágeis em determinados pontos da prova. Já a robusta Toyota apresentou um único grande problema: vazamento de óleo na Hilux de De Villiers na terceira etapa, falha que impediu o sul-africano de lutar até o fim pela vitória.
Nasser Al-Attiyah e Matthieu Baumel (Foto: Eric Vargiolu/ASO/DPPI)

Outro grande concorrente que despontou com grandes chances de título foi Sébastien Loeb, que fez provavelmente sua última prova correndo com um carro da Peugeot. Ao lado do inseparável navegador monegasco Daniel Elena, o nove vezes campeão do WRC mostrou que o 3008 DKR, da marca francesa que deixou o Dakar de forma oficial no ano passado, segue muito rápido. Inscrito pela equipe privada PH Sport, Loeb foi quem mais venceu especiais em 2019, terminando quatro dias na frente.

 
Contudo, Seb alternou dias muito sólidos com outros bastante acidentados, seja por atolar nas dunas, mas principalmente por conta de problemas mecânicos. Sainz e Peterhansel também sofreram do mesmo mal e ficaram para trás, a ponto de o ‘Monsieur Dakar’ ter de abandonar a competição no penúltimo dia.
 
Na última especial do dia, no curto trecho cronometrado de 112 km entre Lima e Pisco, a Mini demonstrou novamente ter um carro bastante rápido e, com a perspectiva de evolução ao longo do ano, tende a ser ainda mais forte em 2020. Campeão no ano passado, Sainz fechou a etapa com apenas 42s de frente para Loeb, enquanto Despres completou o top-3. Al-Attiyah só administrou e fechou a especial em 12º lugar.
 
Experientíssimo, com um carro forte e confiável e livre de problemas, Al-Attiyah partiu para a conquista do seu terceiro Dakar com uma confortável vantagem de 46min42s para Nani Roma, que correu com um Mini John Cooper Works Rally pela equipe X-Raid. O espanhol, que teve como copiloto o compatriota Alex Haro Bravo, não chegou a brilhar como em outras edições do Dakar, mas fez da consistência sua arma para garantir seu melhor resultado desde 2014, quando venceu o maior rali do mundo pela última vez.
 
Mesmo com todos os percalços ao longo da prova, Loeb conseguiu completar o Dakar em terceiro, a 1h54min18s do tempo total obtido por Nasser. Jakub ‘Kuba’ Przygonski, que fez o rali a bordo do Mini John Cooper Works Rally #303 ao lado do belga Tom Colsoul, garantiu um ótimo quarto lugar, com Cyril Despres sendo o melhor da equipe oficial da Mini, fechando o top-5. Sainz, por sua vez, completou seu 12º Dakar na 13ª colocação.
 
 
Nikolaev mantém domínio da Kamaz e fatura penta do Rali Dakar nos caminhões
 
Pela quinta vez, sendo uma como navegador e quatro como piloto, Eduard Nikolaev é campeão do Rali Dakar nos caminhões. O russo de 34 anos, que chegou ao primeiro título ao lado do lendário Vladimir Chagin em 2010 e depois liderou a tripulação vencedora em 2013, 2017 e no ano passado, assegurou o penta nesta quinta-feira, um dia depois de ter virado o jogo contra o compatriota e também companheiro de equipe da Kamaz, Dmitry Sotnikov.
Eduard Nikolaev encarou as dunas peruanas para vencer o Dakar pela quinta vez (Foto: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool)
Tendo ao seu lado como copilotos os também russos Evgenii Iakovlev e Vladimir Rybakov, Nikolaev fechou com apenas 25min36s de frente para Sotnikov e os copilotos Dmitrii Nikitin e Ilnur Mustafin. Bicampeão do Dakar nos ‘brutos’, Gerard de Rooy bem que tentou, mas não conseguiu desbancar a superioridade do ‘exército russo’, mas finalizou no pódio, em terceiro lugar, tendo como tripulantes o polonês Darek Rodewald e o espanhol Moisés Torrallardona a bordo do Iveco.
 
Também pela Iveco, a tripulação argentina formada por Federico ‘Coyote’ Villagra, Adrián Yacopini e Ricardo Torlaschi finalizou em quarto na classificação geral. E o caminhão tcheco Tatra, guiado pelo veterano Ales Loprais, que teve como copilotos o espanhol Ferran Marco Alcanya e o tcheco Petr Pokora, completou o top-5 geral do Dakar.
 
Na etapa final do Dakar nos caminhões, levou a melhor outra tripulação da Iveco, liderada pelo holandês Ton Van Genugten. Ao lado de Bernard Der Kinderen e Peter Willemsen, o caminhão #509 foi 3min11s mais rápido que o Tatra de Loprais, filho do icônico Karel Loprais.
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