Yamaha tem melhor chance de aplacar seca. Mas não pode errar em Assen

Dominantes ao longo de todo o fim de semana, Fabio Quartararo e Maverick Viñales corresponderam à expectativa na tarde deste sábado (29) e fecharam o top-2 do grid de largada para o GP da Holanda. Com os dois em um bom fim de semana, a Yamaha tem sua melhor chance de encerrar a seca de vitórias, mas precisa faz jus ao bom currículo que tem no traçado de Drenthe

Você é daqueles que acredita que histórico ganha jogo? Se for o caso, já pode celebrar (ou não ― depende da sua torcida) uma vitória da Yamaha em Assen. Desde que Ben Spies conquistou sua única vitória na MotoGP em 2011, a casa dos três diapasões se revezou com a Honda no topo do pódio do GP da Holanda e, assim, estamos na vez na YZR-M1, já que Marc Márquez triunfou no ano passado.
 
Mas, se você suspeita de que o histórico não é suficiente para garantir o resultado, então o desempenho do fim de semana é uma boa evidência das chances do time dos três diapasões. Desde o desembarque nos Países Baixos, Fabio Quartararo e Maverick Viñales se revezaram no comando da MotoGP ― o #20 liderou TL1, TL3, TL4 e Q2, enquanto o #12 ficou na ponta no TL2.
 
Na tarde deste sábado (29), o piloto da SIC estabeleceu um novo recorde para o traçado de Drenthe em 1min32s017 e se tornou o mais jovem a conquistar duas poles consecutivas na classe rainha ― é a terceira do novato em oito provas em 2019. 0s141 mais lento, Viñales ficou com o segundo posto.
Fabio Quartararo faturou a pole em Assen (Foto: SIC)
Paddockast #23
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Para esquentar ainda mais o clima na Catedral, a última vaga da primeira fila ficou com Álex Rins, que, enfim, conseguiu um lugar entre os ponteiros do grid. Conhecido pelas ótimas provas de recuperação deste ano, o #42 promete dar um colorido diferente ao sempre animado GP da Holanda.
 
Aliás, quem também vai ver o mundo com novas cores é Marc Márquez. Pela primeira vez no ano, o líder do Mundial não conseguiu um espaço naquela que é a primeira fila com menor média de idade na era da MotoGP e vai sair apenas em terceiro. 
 
O piloto da Honda, entretanto, não precisa esquentar a cabeça, já que além de contar com uma ampla margem no topo da tabela ― 37 pontos ―, tem ao menos um de seus principais rivais em uma situação bastante pior: 1s675 mais lento que Quartararo, Andrea Dovizioso vai largar apenas em 11º. A melhor Ducati, aliás, é a de Danilo Petrucci, que sai em sétimo.
 
Assim, além de ser uma ótima chance para a Yamaha dar um tempo na seca de vitórias, o GP da Holanda se apresenta como uma excelente oportunidade para Rins passar Dovizioso na classificação do Mundial, uma vez que os dois estão separados por apenas dois pontos.
 
Vivendo uma grande fase apesar da ainda curta experiência na MotoGP e de uma cirurgia recente no braço direito, Quartararo previu uma corrida de grupo e admitiu que não sabe se está pronto para lutar ombro a ombro. Ainda que não tenha definido antecipadamente como calçar sua M1.
 
“O ritmo é muito bom com todos os pneus. Ontem eu queria decidir os pneus da corrida para poder trabalhar com eles hoje, mas ainda não decidi. Estou contente com o ritmo com os pneus médios e duros. Amanhã decidimos”, contou. 
 
Às vésperas apenas de sua oitava apresentação na classe rainha, Fabio focou em uma boa largada e avaliou que seria útil conseguir despachar alguma concorrência ainda nos primeiros giros.
 
“Seria bom se escapássemos de alguns pilotos, mas acho que vai ser uma corrida de grupo. Isso é bom para ganhar experiência. Vou tentar fazer uma boa largada. Nós melhoramos muito este fim de semana e isso é um passo adiante”, ponderou. “Não sei se estou pronto para lutar ombro a ombro, mas amanhã terei de ir com os cotovelos abertos e abrindo espaço. Vou praticar esta noite no videogame”, brincou.
 
Questionado sobre a volta recorde, Fabio sequer pensou em ocultar a receita do sucesso: “O segredo é frear o mais tarde possível e acelerar o mais cedo possível”.
 
Vindo de uma decepção em Barcelona, Viñales lamentou a perda da pole, mas avaliou que teve azar ao encontrar com Márquez e Dovizioso lentos na pista.
 
“O que faltou? Na minha segunda volta, encontrei com Marc e Dovi na pista, eles estavam muito lentos, e não pude atacar bem a volta, mas, tudo bem, isso é o de menos. Vamos tentar largar bem amanhã e estar no grupo da frente. Estou contente com a forma como as coisas estão correndo neste fim de semana”, frisou.
 
Depois de um início de ano bastante irregular, Maverick afirmou que está se adaptando ao estilo de moto e ressaltou que segue trabalhando da mesma forma que na Catalunha.
 
“O trabalho e a moto são muito parecidos com Barcelona, onde fui terceiro [no grid]. Estou me adaptando ao estilo da moto. Preciso de muitas voltas sempre para entender a moto em cada circuito, mas trabalhamos bem neste fim de semana e também fizemos um bom trabalho com os pneus”, avaliou. “Estamos rodando em um ritmo muito parecido com Fabio. Nos falta um décimo no terceiro setor, que, com certeza, vamos tirar amanhã”, continuou.
 
“Vai ser uma corrida de grupo, com muitos pilotos rápidos. Eu gostaria de largar e escapar, mas vai ser difícil”, reconheceu.
Maverick Viñales está forte na Holanda (Foto: Yamaha)
Em sua melhor performance classificatória no ano, Rins espera uma disputa dura com as Yamaha, mas ainda quer ver a influência do calor e do pelotão.
 
“As Yamaha vão muito bem aqui. Vamos ver amanhã com o calor, em grupo”, comentou. “Desde já, se saírem bem, vão tentar escapar. Temos de ser inteligentes e ficar atentos quando eles fizerem isso, mas nós também temos bom ritmo”, insistiu.
 
“Quem parece ter um pouco mais de facilidade é Fabio. Parece que tem um pouco mais de margem. Teremos de ver como vai ser na corrida com o tanque cheio. O calor pra gente é indiferente, posso pilotar igual”, apontou. “Imagino que será uma corrida de grupo. Se não for como no ano passado, com sete pilotos, com quatro ou cinco. É um circuito muito curtinho. As Yamaha e as Suzuki não correm muito na reta. A Ducati tem uma aerodinâmica muito boa e pode recuperar nas retas”, seguiu.
 

Mais apagadinho no fim de semana em Assen, Márquez também apontou as Yamaha como favoritas e considerou que o GP da Holanda é uma ótima oportunidade para o time de Viñales e Valentino Rossi.

 
“Nós vamos largar na quarta colocação, que é bastante próxima da primeira fila. Acho complicada uma estratégia de largar e escapar. Mas estar, em termos de ritmo, para brigar pelo pódio, acho factível”, avaliou Marc. “É certo que as duas Yamaha, tanto de Quartararo quanto de Viñales, têm um pouquinho mais, as coisas saem um pouquinho mais fácil para eles e mostraram isso na classificação, quando tiveram de forçar um pouquinho mais. Mas, em termos de ritmo, não estamos nada longe e nosso objetivo é tentar estar no pódio, porque sou consciente, e a Yamaha também é, de que se existe um circuito onde eles podem voltar a vencer, é este”, frisou. 
 
“Eles estão mostrando isso durante todo o fim de semana, têm um grande ritmo. Eles têm pressão. Para mim, é a melhor moto neste circuito. A Suzuki também está bem, mas a Yamaha tem um pouco mais”, opinou. 
 
O contraponto da boa performance de Quartararo e Viñales é Valentino Rossi. Dono de um currículo vitorioso em Assen, o #46 ficou apagado em todo o fim de semana e vai largar só em 14º.
 
“É uma pena, pois esta manha não fui tão mal. Fiz um tempo de volta muito bom na minha última volta para ir direto para o Q2, o que é sempre crucial. Mas, infelizmente, pisei na linha verde na última chicane e cancelaram a volta, então tive de passar pelo Q1”, recordou Rossi. “Eu ainda estava bastante otimista, porque eu fui bem forte nesta manhã, mas, com as temperaturas mais altas, tive mais problemas e menos aderência. Infelizmente, fui mais lento, então não foi o bastante para chegar no Q2”, concluiu.
 
O GP da Holanda de MotoGP está marcado para o domingo, às 9h (de Brasília). Acompanhe aqui a cobertura do GRANDE PRÊMIO.

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