Retrospectiva 2019: Yamaha até evolui, mas escancara déficit de potência da M1

Se não foi a pior das temporadas, tampouco foi dos anos mais reluzentes. Completamente afastada da briga pelo título, a Yamaha até conseguiu mostrar melhora ao longo do ano, mas o déficit de potência do motor da YZR-M1 ficou mais do que evidente

Pode não ter sido um ano para esquecer, mas tampouco foi uma campanha memorável. Vice-campeã entre os Construtores e terceira colocada no Mundial de Equipes da MotoGP, a Yamaha conseguiu evoluir ao longo do ano, mas a melhora ficou longe de deixar a casa de Iwata no papel de protagonista. No muito, a equipe dos diapasões foi uma coadjuvante que teve um brilho aqui e outro ali ― no que diz respeito ao time de fábrica, já que Fabio Quartararo é um caso a parte.  
 
Tal qual vem acontecendo desde o início da era da eletrônica padrão, a YZR-M1 demorou para pegar no tranco. Pressionada pelos pilotos, a fábrica nipônica conseguiu melhorar o protótipo, mas o déficit de potência da M1 ficou evidente. Num confronto direito, nem Maverick Viñales, nem Valentino Rossi e nem quem quer que seja é capaz de fazer frente a Honda e Ducati nas retas. 
Maverick Viñales e Valentino Rossi (Foto: Reprodução)
Fiel à tradição dos quatro cilindros em linha, a Yamaha segue investindo na doçura de seu motor, enquanto à concorrência vem botando os pilotos para dominarem touros bravos. Como tudo na vida, o motor ‘docinho’ da Yamaha tem suas vantagens e desvantagens: o ponto positivo é a performance de curva, uma marca do time dos diapasões. O ponto negativo, porém, está justamente na potência.
 
Porém, não foi só a moto que deixou a desejar. Viñales pode até ter vencido duas vezes, mas não fez uma temporada regular. Nas primeiras sete corridas do ano, Maverick conseguiu um terceiro lugar no GP da Espanha, abandonou os GPs da Argentina, da França e da Catalunha ― aqui, vítima inocente de Jorge Lorenzo ―, e conquistou um sexto, um sétimo e um 11º lugares. Em abril, por exemplo, o espanhol admitiu que tinha dificuldade de largar com a YZR-M1.
 
Rossi, por sua vez, começou a temporada até que bem, com dois pódios nas três primeiras corridas ― em Austin, aliás, o piloto de Tavullia chegou a sonhar com a vitória, mas acabou superado por Álex Rins. Depois, só passou em branco. As visitas ao top-3 foram tão poucas que remetem aos anos de Ducati. 
 
O principal destaque da Yamaha, porém, veio do time satélite. Depois de anos de parceria com a Tech3, a montadora japonesa passou a contar com a novata SIC, mas o time comandado por Hazlan Razali surpreendeu positivamente.
 
Em seu segundo ano na MotoGP, Franco Morbidelli fechou com a equipe para ser o protagonista do time, mas, apesar de não ter feito uma campanha ruim, acabou ofuscado por um surpreendente Quartararo. 
 
Antes da MotoGP, Fabio tinha apenas quatro pódios ― sendo uma única vitória ― em quatro nas categorias menores do Mundial de Motovelocidade. Mas o jovem de Nice encaixou como uma luva na M1 e chegou a disputar vitórias com Marc Márquez, que venceu até mesmo com toques de crueldade. 
 
No total, foram sete pódios em 13 corridas ― cinco vezes no segundo lugar e duas vezes no terceiro ― e seis poles. Assim, Fabio fechou o ano no quinto lugar do Mundial de Pilotos, com 192 pontos, só 19 a menos que Viñales, a melhor Yamaha na classificação.
 
Para 2020, a Yamaha tratou de reforçar o motor, mas já admite que vai seguir atrás de Honda e Ducati neste quesito. Resta saber como Rossi e Viñales vão lidar com isso.
 

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