Márquez biônico e Yamaha forte: MotoGP começa quente na Tailândia

As etapas da madrugada (no Brasil, pelo menos) nunca são calmas e tranquilas, não é mesmo? Nesta sexta-feira (4), o fim de semana do GP da Tailândia começou com um belo de um susto. Ainda no treino da manhã, Marc Márquez sofreu uma forte queda e acabou transferido para um hospital local para passar por exames mais detalhados, que não detectaram nenhuma lesão.

 

Embora seja conhecido por suas muitas quedas ― e também por suas muitas salvadas ―, Márquez anda mais comportado em 2019. O tombo desta manhã foi o décimo da temporada, um número bastante reduzido, especialmente na comparação com os dois anos anteriores. E, considerando que se trata da reta final do campeonato ― a etapa tailandesa é a 15ª das 19 deste ano ―, dá para praticamente descartar que o piloto de Cervera vá alcançar as marcas de 2017 e 2018 ― 27 e 23, respectivamente.

O susto e a visita ao hospital, no entanto, não tiraram o líder do Mundial de combate. Declarado apto pelos médicos, Márquez voltou à pista para a sessão de tarde e, mesmo com dores no quadril, nas costas e nas pernas, anotou a sexta marca, 0s487 atrás do líder Fabio Quartararo.

 

Pela manhã, o piloto da Honda já tinha se mostrado competitivo. Marc tomou a ponta da tabela ainda nos minutos iniciais do TL1 e de lá só saiu após a queda, já que estava fora da pista quando os tempos caíram para valer. Assim, a Yamaha formou uma dobradinha com Maverick Viñales e Quartararo.

 

Em se tratando apenas da segunda visita ao circuito de Chang, é impossível falar em histórico, muito embora a Honda tenha saído vencedora no ano passado de uma corrida em que Ducati e Yamaha também estiveram na briga pelo pódio, que foi todo coberto por apenas 0s270 ― com Márquez no topo à frente de Andrea Dovizioso e Maverick Viñales.

 

Assim, o que se viu neste primeiro dia não foi muito diferente do ponto onde o Mundial se despediu da Tailândia no ano passado. No combinado dos dois treinos, a Yamaha colocou suas quatro motos no top-5, com a Ducati registrando seu melhor desempenho com Jack Miller, em quarto ― Andrea Dovizioso fez o oitavo tempo. A Suzuki colocou duas motos no top-10 e a própria Aprilia aparece entre os melhores, já que Aleix Espargaró conseguiu se posicionar bem na pista para fazer o sétimo registro. E, como praticamente sempre acontece, Márquez carregou a Honda nas costas ― Cal Crutchlow foi 13º, com Takaaki Nakagami em 14º e Jorge Lorenzo em 20º.

 

“Foi um ótimo dia e não apenas pela volta de classificação”, disse Quartararo. “Penso que tive um bom ritmo de corrida na parte da manhã e da tarde. Estou verdadeiramente feliz que me adaptei rapidamente ao circuito e pude ter um ritmo muito bom e uma boa base para amanhã”, seguiu.

O #20 destacou que o resultado combinado mostra que a YZR-M1 está bem em Buriram, mas ressaltou que não foi um treino normal por causa da queda de Márquez.

 

“É um bom sinal: a moto vai bem”, destacou. “Mas Márquez também caiu nessa manhã. São condições um pouco difíceis, especialmente quando está com pneus novos, escorrega muito”, explicou. 

 

‘Nós fomos pouco a pouco, mas tive um bom ritmo, fiz boas voltas. A pole, com certeza é um objetivo que sempre tento, mas acho que é o mesmo para todos os pilotos”, comentou. “Mas o primeiro objetivo, certamente em um circuito como esse, é conseguir a primeira fila. É muito importante, mas ainda preciso trabalhar para melhorar pequenas coisas da moto”, completou.

 

Márquez, por sua vez, reconheceu que foi um susto e tanto e admitiu que está dolorido por conta do forte impacto. 

 

“Comecei o treino bem, mas logo tive o acidente, Ao chegar ao centro médico, eu já me sentia melhor, mas os médicos decidiram fazer mais testes”, contou Marc. “O corpo todo está doendo. Fazia muito tempo que eu não tinha uma queda tão forte”, reconheceu.

O #93, porém, não foi muito especifico ao falar das razões por trás de sua forte queda.

 

“Pode ser que tenha sido um erro meu ou que o pneu não estivesse pronto, mas eu não estava rápido demais, isso eu garanto. Pode ser que fosse uma parte suja da pista”, listou. “Nessa curva, eu saí dos boxes e estava lento. A principal diferença é que nesta curva eu parei de acelerar por completo e nesse ponto entrou o freio motor, mas eu saí voando”, relatou.

 

Ainda, Marc explicou que não ficou no chão por conta de dores, mas por não conseguir respirar após a queda.

 

“Fiquei uns 5s sem respirar, mas para mim foi como se fossem 20. Naquele momento, não sabia se tinha me machucado ou não. Foi ali que mais me assustei”, admitiu. “Esta queda não muda nada, porque não é a mesma coisa cair rodando rápido. Mas uma queda nesse estilo, se não tem sequelas, nada muda. Essa queda é daquelas em que você pode se machucar, porque você não espera, está relaxado”, comentou.

 

Por fim, Marc contou que se sente bem com a RC213V e, apesar de dolorido, não espera problemas no sábado.

 

“Me sinto bem com a moto, mas, evidentemente, a queda mudou os planos”, admitiu. “Não estou 100%, pois estou com dor nas costas, no ombro e no pé, mas isso não vai ser um problema”, concluiu.

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