Lorenzo frustra GP da Catalunha e encurta caminho de Márquez rumo ao hexacampeonato

É claro que não foi intencional, mas Jorge Lorenzo mudou a história do GP da Catalunha deste domingo (16). Ao tirar da prova, ainda na segunda volta, Andrea Dovizioso, Maverick Viñales e Valentino Rossi, o #99 encurtou ― e muito ― o caminho de Marc Márquez para a vitória e, de quebra, ainda abriu a porteira para o #93 abrir uma bela margem na disputa pelo título

Sejamos sinceros: bater Marc Márquez já não é uma tarefa das mais fáceis. Imagina, então, quando o universo decide conspirar a favor do #93?! Para que isso, mundo? 
 
Sabe, a gente até tinha um campeonato. Muito embora o piloto da Honda sempre tenha se mostrado todo prontinho para o hexa, as coisas não estavam tão perfeitas quanto o esperado e o #93 chegou na Catalunha com só 12 pontos de vantagem para Andrea Dovizioso. E, né, é disso que o povo gosta. 
 
Mas aí veio o GP da Catalunha para provar a teoria de que tem coisas que só a nossa casa faz pela gente. Marc deu uma sorte danada de não ser mais um ao alcance de Jorge Lorenzo na curva 10. No instante em que decidiu aproveitar uma brecha para passar Andrea Dovizioso, o piloto de Cervera saiu do alcance do #99, deixando o #4, junto com Maverick Viñales e Valentino Rossi para serem os pinos do boliche do espanhol de Palma de Maiorca.
Marc Márquez ganhou uma forcinha do universo para abrir vantagem na classificação (Foto: Repsol)
“Eu acabei de ver o incidente e eu tive muita sorte ali”, reconheceu Márquez. “Por alguma razão, eu estava atrás de Dovi e pensei: ‘Ok, vou ultrapassá-lo na reta usando o vácuo’. Mas eu estava atrás dele naquele ponto de frenagem, vi que ele estava parando muito a moto e aí soltei os freios e fui por dentro. No fim, foi o momento, mas tive muita sorte”, insistiu.
 
Ao contrário de Viñales, que não só não aceitou as desculpas de Lorenzo, mas também pediu uma punição ao #99, Márquez saiu em defesa do parceiro de Honda e classificou o incidente como uma infelicidade.
 
“É claro que, se você ver a imagem na TV, as pessoas podem dizer ‘o que Lorenzo estava fazendo?’, mas, para mim, não é assim. Lorenzo estava na linha, infelizmente para ele, ele perdeu a frente e Dovi e Viñales, que estavam fora da linha, estavam lá e a moto os atingiu”, avaliou. “Claro que é uma curva que é muito difícil com a MotoGP, pois quando você tem duas ou três MotoGP na frente, o vácuo está lá e pode acontecer como aconteceu com [Johann] Zarco no fim da reta na Austrália ou há quatro anos com [Andrea] Iannone e Jorge, por exemplo”, lembrou. 
 
“A ação de Iannone com Jorge foi ainda pior, mas esta, eu só vi duas vezes, mas, para mim, Lorenzo não estava fora de controle”, alegou. “Mas, infelizmente para eles, ele perdeu a frente, porque é fácil perder a frente ali, ainda mais com o tanque cheio e todas essas coisas, e Dovi e Viñales, que estavam fora da linha, a moto os atingiu. E aí Valentino também”, completou.
 
Como resultado desta lambança ― pela qual Lorenzo já se desculpou com os envolvidos ―, Márquez sai da Catalunha com 37 pontos de frente para Dovizioso. O número, por si só, não é irreversível, mas o histórico do #93 é um indício da pedreira que a concorrência tem pela frente: nas primeiras sete corridas do ano, o espanhol só não esteve no pódio em Austin, quando abandonou. Fora isso, o segundo lugar foi o pior que ele conseguiu, o que representa um aproveitamento de pódios de 85,7%.
 
Paddockast #22
O que torna uma corrida de qualquer categoria legal? E chata?

Aos sábados, Marc tem sido ainda mais letal: quatro poles, um segundo e dois terceiros. A consistência é a marca do #93.
 
“Agora parece que tudo é fácil, mas não é fácil. Nós estamos lutando. Hoje eu corri um risco, hoje eu quase perdi a frente na curva 5, hoje eu estava pilotando bem, mas, mesmo assim, tinham alguns pilotos lá que estavam me pressionando e você nunca sabe”, comentou Marc. “O campeonato é muito longo, nós estamos só na sétima corrida. Precisamos continuar. Mas, claro, nós estamos trabalhando muito bem, a Honda está indo na mesma direção e não podemos perder tempo com outras coisas. Nós precisamos apenas trabalhar para a nossa meta, que é o título”, apontou.
 
“Nós sabemos que em alguma corrida vai chegar alguém que será muito rápido, mas o mais importante para nós é ser consistente no sábado e no domingo. É nisso que estamos trabalhando”, frisou.
 
Ao ser questionado sobre o tipo de corrida que esperava em Montmeló, Márquez explicou que escolheu o pneu traseiro macio para tentar escapar ainda na primeira parte da corrida, já que estava preocupado com o ritmo das Yamaha e de Dovizioso.
Jorge Lorenzo derrubou Maverick Viñales, Andrea Dovizioso e Valentino Rossi (Foto: Reprodução)
Desde a entrada da Michelin na MotoGP, os pilotos têm sentido dificuldade de aderência no início da corrida, por conta da interação da borracha francesa com os pneus Dunlop usados por Moto3 e Moto2. E era justamente quando a borracha da fornecedora única da classe rainha estivesse depositada na pista que Márquez esperava a chega das M1. 
 
“Honestamente, eu estava pensando nesse tipo de corrida”, contou. “Pois eu sabia que era muito forte nas primeiras sete voltas com pneus novos e, especialmente, quando a pista estava mais escorregadia. Aí, quando temos borracha na pista, tudo é mais nivelado e é mais fácil encontrar a linha, seguir a linha preta, aí todo mundo é muito rápido, mas, por isso, escolhi o macio traseiro para forçar no início, abrir vantagem e ter isso”, explicou. 
 
“Aí veríamos no final, mas, é, eu esperava Quartararo muito rápido, esperava Valentino muito rápido e, especialmente, Dovizioso, que é sempre um dos melhores para controlar os pneus na corrida”, concluiu.
 

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