Bagnaia supera fase claudicante, desfila bom momento em Assen e faz pressão em Martín

Depois de abrir 38 pontos de vantagem, Jorge Martín vê Francesco Bagnaia jantar a diferença e cortar, em apenas duas etapas e meia, 23 pontos. E, pior para o #89, sem muita esperança de parar o campeão vigente na corrida de domingo

Francesco Bagnaia é um homem de hábitos. Tal qual nos últimos dois anos, o #1 começou a temporada meio vacilante e cedeu muitos pontos para a concorrência. Mas, como também fez em 2022 e 2023, acordou para a vida e começou a esculpir a diferença.

Depois do GP da França, quinta etapa da temporada 2024, Jorge Martín chegou a exibir 38 pontos de vantagem. Agora, duas etapas e meia depois, o piloto de Torino já cortou 23 e tem apenas 15 a menos do que o piloto da Pramac. E, para colocar ainda mais pressão em Jorge, a expectativa é de que pelo menos outros cinco caiam já no domingo.

Claro, a MotoGP é imprevisível e muita coisa pode acontecer, mas o fato é que, até aqui, ninguém foi páreo para Bagnaia em Assen. O irmão de Carola e Filippo liderou os dois treinos de sexta-feira, foi o mais rápido no segundo treino livre neste sábado (29), encerrou um jejum que vinha desde a Malásia no ano passado e cravou a pole e venceu a corrida sprint em uma atuação impecável.

Apaixonado por Assen, que carrega tatuado no braço direito, o bicampeão da MotoGP vem em uma fase crescente, mas o domínio deste fim de semana é uma demonstração maiúscula de força. A concorrência até conseguiu se aproximar, mas não o bastante para sequer fazer cócegas.

Francesco Bagnaia ficou com a pole em Assen e venceu a corrida sprint (Foto: Ducati)

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No resumo de Jorge Martín, Bagnaia está em “outro planeta” na catedral.

“Na realidade, estamos indo muito bem há cinco corridas, desde sexta-feira, e podíamos ser rápidos na sprint também, mas várias coisas aconteceram, como o contato com Binder em Jerez, o problema técnico em Le Mans ou a minha queda em Barcelona na última volta, quando eu liderava”, recordou Pecco em entrevista à emissora italiana Sky Sports. “Nas últimas duas etapas, conseguimos não ter nenhum tipo de problema e vencemos. Mas devo dizer que, no momento, estamos conseguindo ter uma coisinha a mais do que em Barcelona. Começamos com o pé direito desde a sexta de manhã e trabalhamos muito bem”, comentou.

Bagnaia explicou que a chave para esta boa forma foi encontrar um acerto base para a Desmosedici que lhe permite começar todas as etapas em ritmo forte.

“Trabalhamos muito no início do campeonato. Apesar de termos vencido no Catar, não fiquei muito feliz com o feeling geral, principalmente nas sextas-feiras. Tentei, junto com a equipe, encontrar uma solução e encontramos em Jerez. A partir dali, conseguimos sempre melhorar, até chegar aqui, onde fomos extremamente competitivos desde o início. Mexemos só um pouquinho para adaptar à moto para esta pista, mas, fora isso, não fizemos nada”, detalhou.

Mesmo sendo a referencia, Pecco vai para a corrida de domingo de olho nos adversários.

“Sei perfeitamente que tenho bom ritmo, mas nunca subestimei ninguém. Se que Martín vai ser muito rápido e Maverick Viñales”, previu.

Depois de um início de fim de semana mais difícil, Martín conseguiu reagrupar e crescer, assegurando a segunda colocação na classificação. Na corrida, o #89 fez uma boa largada, mas foi contido por Pecco e, ainda que tenha tentado acompanhar, acabou isolado cedo na disputa.

“Depois da sexta-feira que fizemos, não esperava estar no pódio hoje. Nós trabalhamos muito, mas Pecco segue estando em outro planeta. Eu tratei de segui-lo, mas com o pneu duro na dianteira, não tinha boas sensações. No final, consegui fazer funcionar, mas não ao máximo. Espero estar no pódio amanhã para poder celebrar com essa torcida magnífica”, seguiu.

Assim como a maioria do pelotão, Martín correu com um pneu duro na dianteira e um macio atrás, mas esta não era a escolha original do espanhol.

“Eu ia correr com outro pneu [o macio], mas quando vi no grid que estava 51°C no asfalto, entendi que era impossível e deveria calçar o duro na dianteira”, relatou. “Mas não me senti nada cômodo, perdia muito a dianteira, tive muitos sustos. Quase caí logo no começo. E tenho de melhorar muito no segundo setor. É incrível como Pecco passa por essa área. De manhã, estava a 0s7 de ritmo, agora estamos mais perto, melhoramos, mas temos de seguir avançando se quisermos ter opções na corrida de amanhã”, ponderou.

A largada do GP da Holanda de MotoGP, em Assen, está marcada para este domingo (30), às 9h (de Brasília) O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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