Dia D: Suspenso por doping, Iannone tem dia decisivo com audiência na FIM

Suspenso provisoriamente por doping, Andrea Iannone terá seu caso julgado pela Corte Disciplinar Internacional da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) nesta terça-feira (4). Julgamento pode determinar futuro da carreira do #29

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Andrea Iannone vai viver um dia decisivo nesta terça-feira (4). Suspenso provisoriamente por doping, o piloto da Aprilia na MotoGP será julgado pela Corte Disciplinar Internacional da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), em Mies, na Suíça.
 
 
A substância encontrada no exame de urina de Andrea é a drostanolona, um esteroide anabolizante injetável derivado do DHT. A drostanolona é muito comum em fisiculturismo, já que é eficaz no crescimento muscular. 
Andrea Iannone (Foto: Reprodução)
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A drostanolona, aliás, é a mesma substância encontrada em Anderson Silva, lutador do UFC, num exame feito em 2015. A droga, descoberta em 1950, pode causar impotência, infertilidade e acne, além de aumentar o risco de câncer de próstata, de problemas cardíacos e de trombose.
 
Desde o início, a defesa alega que a droga entrou no sistema de Iannone por conta do consumo de carne animal durante os dias em que passou na Ásia, entre os GPs da Tailândia e da Malásia. Além de Iannone, outros oito pilotos foram testados em Sepang ― Romano Fenati, Ai Ogura, Marcos Ramírez, Remy Gardner, Joe Roberts, Xavi Vierge, Jorge Lorenzo e Marc Márquez ―, todos com resultado negativo.
 
Ainda que a ingestão do anabolizante tenha sido acidental, isso não livra Iannone imediatamente de uma suspensão, já que o grau de culpa ou negligência é o que vai determinar o tamanho do gancho. Além disso, o fato de ser uma droga presente na lista de substâncias proibidas da WADA (Agência Mundial Antidoping) também interfere no cálculo da sentença.
 
Apesar de a terça-feira ser um dia decisivo, pode ser que Andrea saia do encontro com o CDI sem uma resposta definitiva, já que, pelo regulamento da FIM, a corte tem até 45 dias para emitir uma decisão por escrito. Essa deliberação, que deve ser feita em inglês ou francês, tem de contar com uma justificativa e o período de inelegibilidade do atleta. Se for o caso, também é necessário justificar o fato de a pena não ter sido a maior punição.
 
No caso de Iannone, a drostanolona é uma substância que consta na lista da WADA como “proibida o tempo todo”, o que significa dentro e fora de competição. O artigo 4.2.2 do Código Mundial Antidoping determina que “todas as substâncias proibidas devem ser consideradas como ‘substância especificada’, exceto as substâncias nas classes S1, S2, S4.4, S4.5, S6.A, e métodos proibidos M1, M2 e M3”. A drostanolona faz parte da classe S1, de agentes anabólicos. 
 
No julgamento desta terça-feira, o caso Iannone será avaliado por dois juízes, um vindo da Comissão Internacional de Juízes e outro da Comissão Médica Internacional. A WADA ou a Federação Nacional de Motociclismo podem acompanhar a audiência, mas apenas como espectadoras.
 
A decisão da Corte Disciplinar Internacional, porém, só pode ser contestada no Tribunal Arbitral do Esporte.
 
Levando em conta a substância do doping, Iannone pode receber uma ampla gama de punições, que variam de quatro anos a uma reprimenda sem afastamento do esporte. As penas, aliás, dependem da substância, da forma de contaminação e do grau de culpa do piloto.
 
A pena máxima, de quatro anos, será aplicada se, em se tratando de uma substância especificada, a FIM comprovar que o uso foi intencional. Caso Andrea consiga provar que não tem uma parcela de culpa significativa ou que não foi negligente, a suspensão pode chegar a dois anos, dependendo do grau de culpa.
 
Vale destacar, entretanto, que o Código Antidoping da FIM explica, no Artigo 2.1.1, que “é um dever pessoal de cada piloto garantir que nenhuma substância proibida entre em seu corpo”. 
 
“Os pilotos são responsáveis por qualquer substância proibida ou seus metabólitos ou marcadores encontrados em suas amostras. Consequentemente, não é necessária a intenção, falha, negligência ou uso consciente para que seja demonstrada uma violação do código antidoping”.
 
Um dos casos mais recentes de doping no motociclismo aconteceu com Anthony West, que cumpre dois anos de punição até setembro próximo, apesar de ter levado ao CDI uma testemunha que alega ter colocado cocaína na bebida do australiano sem o conhecimento dele.
 
Diretor-esportivo da Aprilia, Massimo Rivola acredita que Iannone não vai escapar do julgamento sem punição. Ainda assim, o dirigente destaca que o vínculo empregatício só será rompido caso o piloto seja suspenso por um longo período. 
 
No momento, o futuro de Iannone está nas mãos da Corte Disciplinar Internacional. Uma suspensão de dois ou quatro anos, provavelmente, determinaria o fim da carreira do italiano na MotoGP.
 
Resta saber se Andrea vai conseguir comprovar a teoria da contaminação por via alimentar.
 

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