Competitiva e com Honda em busca de caminho: MotoGP está pronta para 2020

A MotoGP fechou a pré-temporada 2020 mostrando que vem aí um campeonato de alta competitividade. Enquanto Yamaha e Suzuki confirmam avanços, a Honda ainda busca um caminho, já que voltou a analisar até mesmo a RC213V de 2017

É bem verdade que os testes nem sempre são um reflexo perfeito da temporada ― Maverick Viñales que o diga ―, mas, a julgar pelo que aconteceu na Malásia e no Catar, 2020 será um campeonato e tanto para a MotoGP.
 
Tal qual aconteceu em Sepang ― onde 17 pilotos completaram a bateria de três dias no mesmo segundo ―, a atividade em Losail mostrou um pelotão competitivo, com apenas 0s972 cobrindo o top-18. No total dos 22 competidores, a diferença fica em 2s058 no teste que chegou ao fim nesta segunda-feira (24).
 
Mais uma vez, Yamaha e Suzuki se mostraram afiadas para o campeonato que começa no próximo dia 8, mas a principal evidência de Losail está com a Honda. A marca da asa dourada está um pouco encrencada e passou a olhar até mesmo para a moto de 2017 em busca de soluções para as dificuldades vista nesta bateria final de testes.
 
 
“Podemos correr com a moto deste ano ou com a moto do ano passado. Talvez usemos a moto que tínhamos pensado para a temporada 2021. Isso quem sabe é a Honda, não eu”, disse Puig.
 
Ao resumir a situação, Puig admitiu que “não conhecemos a solução de nossos problemas. Se conhecêssemos, teríamos usado. Naturalmente, neste momento não estamos bem, está claro. Estamos provando coisas do ano passado, mas também coisas de três anos, não só coisas de 2019”.
 
“Estamos buscando melhorar o máximo possível para buscar uma solução para uma situação que por agora não nos faz nada feliz. Infelizmente, não temos muito tempo, mas tentaremos até o último minuto. Claramente é uma situação difícil, mas resolver problemas é parte de nosso trabalho”, encerrou.
Maverick Viñales (Foto: Divulgação/MotoGP)
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A volta ao passado, porém, serviu bem a Honda e conseguiu tranquilizar Marc Márquez. O #93 fechou o teste com o sétimo tempo, 0s291 atrás do líder.
 
“Após dois dias de testes, estava um pouco preocupado para ser honesto, já que não conseguíamos entender como melhorar onde precisávamos”, admitiu. “Mas hoje demos um grande passo e agora conseguimos entender o que precisamos fazer, estou muito satisfeito com o que fizemos”, comentou.
 
“Fui capaz de ser realmente consistente e fiquei feliz com meu ritmo”, ressaltou. “Devo dizer um grande obrigado à Honda, aos engenheiros e aos meus mecânicos, pois trabalharam muito neste teste e o resultado está aparecendo para nós”, garantiu.
 
Proprietário de um ótimo ritmo e líder do Catar com 0s033 de frente para Franco Morbidelli, Maverick Viñales celebrou a performance da M1, mas ainda manteve o alerta em relação às largadas.
 
“Estamos progredindo. Fiz uma volta rápida e fui bem. O objetivo do teste se cumpriu”, avaliou. “A moto esteve melhor aqui do que em Sepang e no corpo a corpo acredito estar mais rápida. Só nos resta ver como vamos nos sair nas largadas”, continuou. 
 
“Temos trabalhado bem e o mais importante é que tenho me divertido muito, o que era um dos objetivos”, indicou. “A corrida é completamente diferente de um teste. Meu objetivo é chegar na primeira curva na liderança. Para nós, isso é muito importante”, frisou.
 
Só 0s033 atrás de Viñales, Franco Morbidelli saiu feliz do Catar. O #21 tenta reconquistar espaço na SIC depois de ficar com uma moto ligeiramente inferir à de Quartararo.
Álex Rins (Foto: Suzuki)
“No geral, foi um teste positivo para nós”, resumiu Franco. “Nós reduzimos a distância para a ponta pouco a pouco e hoje o ritmo foi muito bom. A volta rápida também foi muito boa, então estou muito feliz com isso”, comentou.
 
“Vamos levar as coisas positivas para tentar melhorar ainda mais e fazer um bom trabalho na corrida, que é o mais importante”, ponderou. “Estou muito feliz com essa pré-temporada e acho que conseguimos uma boa sensação imediatamente após Sepang. Me senti mais confortável com a moto, talvez por conhecê-la melhor, e aqui no Catar nós progredimos e só temos de continuar assim”, encerrou.
 
Terceiro colocado no Catar, Fabio Quartararo aproveitou o dia final para uma simulação de corrida e sai satisfeito com o desempenho a bordo da YZR-M1.
 
“Com certeza, nós resolvemos as preocupações”, começou o #20. “Fizemos uma simulação de corrida, o ritmo foi muito bom e nós ainda temos um pouco de margem. Estou muito feliz, pois tinha um ritmo de 1min54s. Estou satisfeito com o trabalho”, seguiu.
 
“Nós fizemos algumas voltas na parte da manhã, um pouco mais na parte da tarde, não chegamos a dar uma volta lançada, então isso é bom porque ainda somos rápidos. Ficamos a apenas 0s2 dos melhores, estou muito feliz com o trabalho de hoje”, frisou.
 
Às vésperas do início da temporada, Quartararo já tem uma meta para a primeira corrida do ano: “melhorar meu tempo de ataque”.
 
“Cometi um erro durante minha volta, fiz minha volta mais rápida com um pneu com cinco voltas”, explicou. “Para o final de semana da corrida, quero melhorar minha volta lançada, pois normalmente é nossa especialidade, mas não fizemos hoje e faremos no GP”, completou.
 
Ao contrário dos companheiros de Yamaha, Valentino Rossi não saiu assim tão satisfeito do exercício catari. O #46 anotou o 12º tempo no combinado dos três dias e ficou a 0s474 de Viñales.
 
Neste último dia, o italiano ainda teve uma queda já na parte final dos trabalhos e acabou sem a chance de fazer um ataque à tabela de tempos.
 
“Com o segundo pneu macio que coloquei, eu caí, então poderia ter terminado mais para frente”, comentou.
Marc Márquez (Foto: Divulgação/MotoGP)
Rossi, porém, minimizou a posição na tabela, já que as diferenças são muito pequenas entre todos os pilotos.
 
“Isso é como a Moto2: 15 pilotos em meio segundo”, comparou.
 
O ritmo de corrida, porém, deixou o italiano de Tavullia mais preocupado.
 
“O meu ritmo não é para ganhar”, assumiu. “Rins, Viñales e Quartararo são muito rápidos, e Márquez, no fim, também foi rápido”, ponderou. 
 
“Nos long-runs, tive problemas com o rendimento do pneu traseiro, especialmente a partir da décima volta, algo similar ao que acontecia no ano passado. Na Malásia, foi bom, mas aqui virou um grande problema”, relatou.
 
Do lado da Suzuki, porém, a situação não poderia ser melhor. Dono do quarto melhor tempo no combinado dos três dias no Catar, Álex Rins sai da pré-temporada satisfeito e confiante.
 
“Estamos muito satisfeitos. Testamos tudo o que tínhamos que testar”, resumiu. “Estou confiante, se não para todo o Mundial, sim para a primeira corrida. Temos sido muito rápidos evitando cair. Voltamos com a lição de casa feita.”, comentou. 
 
“A pré-temporada foi boa e tenho a moto na mão. A moto é mais dócil e tem mais velocidade do que a do ano passado, e é mais estável na freada”, apontou. “O objetivo não pode ser outro do que estar na frente”, completou.
 
Discreta ao longo dos testes, a Ducati não parece preocupada com a competitividade da Desmosedici. Com duas motos no top-10 de Losail, a casa de Bolonha conseguiu agradar Andrea Dovizioso.
 
Com 1min54s312, o #4 fechou o teste do Catar com a décima colocação, 0s454 mais lento que Viñales, mas satisfeito com o ritmo de prova demonstrado.
 
“Estou realmente satisfeito com o trabalho de hoje. Nós fizemos alguns testes com o acerto que nos permitiram entender que ainda temos margem para melhorar”, contou Andrea. “O aspecto mais positivo do dia foi a simulação de corrida. Usei pneus usados e consegui fazer a distância toda da corrida sem problemas. Além disso, dei algumas voltas atrás de Danilo [Petrucci], o que me permitiu entender como gerenciar melhor os pneus”, relatou. 
 
“O nosso ritmo é bom e estou convencido de que poderemos lutar pelas primeiras posições no fim de semana de corrida”, concluiu.
 

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