Após mortes, Superbike Brasil anuncia mudanças para aumentar segurança

A Superbike Brasil está de olho em aumentar a segurança de seus pilotos de forma imediata. Após duas mortes apenas em 2019, a categoria anunciou um pacote de alterações que atendem os competidores, pontos-chave e autódromos

A Superbike Brasil está comprometida em aumentar a segurança para o restante da temporada. Através de um comunicado emitido nesta semana, a categoria anunciou mudanças que visam atender três frentes, que são pilotos, autódromos e processos-chave.
 
No anúncio, Bruno Corano, organizador, explicou que a categoria “revisa suas regras e procedimentos a partir desta data, não apenas como uma evolução natural de seus processos, mas como forma de mitigar da maneira mais técnica possível os riscos inerentes às suas competições”.
 
As revisões aconteceram em conjunto com a Comissão de Segurança da Motovelocidade (CSM), com a Associação dos Pilotos de Motovelocidade (APM), além de especialistas como pilotos, médicos, psicólogos, engenheiros e técnicos em aviação.
 
Ao falar na melhoria para os pilotos, alguns dos pontos mudados foram critério de elegibilidade por idade mínima e máxima por categoria, exigência de curso de pilotagem esportiva para pilotos estreantes, especificações rígidas para equipamentos de proteção, realização de testes teóricos, de regulamento, pilotagem, segurança e teste prático, além de diversos outros quesitos.
Danilo Berto em Interlagos (Foto: Sampafotos/Facebook)

Já os pontos-chave englobam participação do briefing e obrigatoriedade em palestras de renomados profissionais de diversas áreas, vistorias de motocicletas, equipamentos e boxes, posicionamento estratégico do medical car com médico e motor ligado, teste de bafômetro, entre outros quesitos.
 

Agora, os autódromos terão locais a definir e quantidades exatas de proteções adicionais, assim como também o tipo de proteção utilizada, baseada em detalhada análise com apoio de especialistas.
 
As medidas foram tomadas como resposta aos recentes acidentes fatais que aconteceram na Superbike Brasil. Apenas em 2019 dois pilotos morreram durante corridas da categoria, um deles Maurício Paludete, o 'Linguiça', e o outro é Danilo Berto, ambos em Interlagos. Desde 2017, são quatro as mortes.
 
Como resposta a falta de segurança apresentada, as marcas presentes no certame começaram a tomar atitudes. A Yamaha anunciou sua saída da categoria, assim como a Honda. Entretanto, a segunda já comunicou que está de volta ao grid.

Confira todos os pontos de mudanças do comunicado:
Em relação aos pilotos, teremos:
 
• Critério de elegibilidade por idade mínima e máxima por categoria. Implementação imediata.
• Exigência, para pilotos estreantes, de aprovação em curso de pilotagem esportiva em uma das escolas credenciadas pela APM. Implementação imediata.
• Critérios para concessão de licença, incluindo nível de experiência, histórico de conduta em competições, performance e exigências distintas em relação a aptidões e condicionamento físico. A partir de agosto.
• Especificações rígidas para equipamentos de proteção, alinhadas com o Campeonato Mundial de Superbike. A partir de agosto.
• Realização de testes teóricos, de regulamento, pilotagem e segurança, e teste prático, de habilidades de pilotagem. A partir de agosto.
• Atestado médico cobrindo ampla extensão de áreas, ainda mais completo do que se exige no Campeonato Mundial de Superbike. A partir de agosto.
• Exame psicológico anual e exame clínico em toda etapa, incluindo teste de bafômetro. Implementação imediata.
 
Em relação aos processos-chave, teremos:
 
• Orientação e educação: além dos briefings, passa a ser obrigatória a participação de todos os pilotos em palestras de renomados profissionais de múltiplas áreas, convidados pelo SBK Brasil, sobre temas de alta relevância para a saúde, performance e segurança dos pilotos, como nutrição, condicionamento físico e psicologia do esporte. E um treinamento especial sobre startle effect, com metodologia vinda da aviação comercial sobre como agir frente ao efeito surpresa de situações inesperadas e de alto risco típicas da motovelocidade. Implementação imediata.
• Certificação de mecânico: o campeonato passa a instituir o Programa de Atualização e Credenciamento de Mecânicos, em parceria com o SENAI, visando mitigar falhas oriundas de preparação e manuseio incorreto da moto por parte dos mecânicos. A partir de janeiro de 2020.
• Vistorias: as vistorias de motocicletas, equipamentos e boxes, sempre realizadas de maneira ampla e detalhada, passa a ter também registro fotográfico. Implementação imediata.
• Posicionamento do Medical Car em local estratégico, com o médico e motor acionados, durante todas as provas, para agilizar ao máximo sua possível entrada em pista. Implementação imediata.
• Além do teste de bafômetro, que já é realizado em todas as etapas em todos os pilotos, o campeonato passará a realizar teste antidoping de forma amostral e aleatória em todas as etapas. A partir de setembro.
• Auditoria: todas as iniciativas serão periodicamente checadas por auditoria externa, para garantir um acompanhamento transparente e isento da sua execução. A partir de setembro.
 
Em relação aos autódromos, teremos:
 
• Proteções adicionais: para cada autódromo onde realiza corridas, o campeonato passa a definir os locais e quantidades exatas de proteções adicionais, bem como o tipo de proteção utilizada, baseada em análise minuciosa realizada com apoio de especialistas nacionais e internacionais. Implementação imediata.

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