Na Garagem: Huertas vence em Houston no único pódio 100% colombiano da Indy

Carlos Huertas, Juan Pablo Montoya e Carlos Muñoz alcançam feito histórico para o automobilismo colombiano ao dominaram pódio da Indy

O dia 28 de junho de 2014 poderia muito bem ter originado um feriado na Colômbia. Aquele dia teve início com a classificação da seleção colombiana às quartas de final da Copa do Mundo de futebol, após bater o Uruguai por 2 a 0 no Maracanã. Os festejos culminaram com outro feito histórico, mas no automobilismo: Carlos Huertas venceu a corrida 1 da rodada dupla de Houston da Indy, com os conterrâneos Juan Pablo Montoya e Carlos Muñoz completando o pódio — o único 100% colombiano na categoria de monopostos dos Estados Unidos.

Dos três pilotos, Montoya era quem tinha carreira consolidada, mas até apontá-lo como um dos candidatos à vitória no circuito de rua texano era difícil, afinal, largaria apenas em 11º pela Penske. Apostar em um pódio 100% colombiano, então, seria algo muito ousado, pois Huertas saía em 19º com a Dale Coyne, enquanto Muñoz era o 23º e último pela Andretti.

A realidade dos três pilotos era totalmente distinta na Indy. Montoya já tinha um título na categoria — em 1999, quando competia pela Chip Ganassi na competição com chancela da CART —, teve passagem e vitórias na Fórmula 1, além de ter se arriscado na Nascar. Huertas e Muñoz disputavam a primeira temporada da já reunificada IndyCar, com o segundo tendo um pouco mais de experiência, após três corridas pontuais em 2013, quando chamou a atenção por estrear largando e chegando na segunda posição das 500 Milhas de Indianápolis.

Mas voltamos à Houston e para aquela corrida disputada no sábado. A largada atrasou em praticamente uma hora em decorrência da chuva que caiu no traçado e, como sabemos, o piso molhado sempre traz a expectativa de imprevistos.

Carlos Huertas controla carro da Dale Coyne na pista molhada (Foto: Reprodução)

Na largada, Simon Pagenaud manteve a dianteira após sair na pole-position, mas quem teve grande início foi Takuma Sato. O então piloto da Foyt saiu da sexta colocação, escalou o grid até alcançar o francês e assumir a liderança da prova no quinto giro. Mesmo com a pista bastante molhada, a prova não teve intercorrências no trecho inicial e o japonês só perdeu a ponta ao ir para os boxes, na volta 26.

James Hinchcliffe ficou com a primeira colocação, mas perdeu a liderança para Justin Wilson no giro 28, porém, recuperou no giro seguinte, quando aconteceu a primeira intervenção do safety-car — Mike Conway bateu no muro da curva 3. Vimos em prática o ditado que “bandeira amarela chama bandeira amarela”. Na relargada, Mikhail Aleshin acertou Sato e ambos abandonaram a corrida.

Na 36ª volta, Luca Filippi, que fazia a primeira prova na temporada, bateu na reta oposta. No 48º giro, Scott Dixon, Charlie Kimball e Pagenaud se enroscaram — com danos, o francês foi o único a continuar na prova. Dez voltas depois, Will Power bateu na curva 9 e trouxe mais uma bandeira amarela.

Nesse interim entre a primeira e quinta intervenção do safety-car, Hinchcliffe liderou todas as voltas e optou para ir aos boxes após a batida de Power. Nesse momento, as estratégias se dividiram, com muitos pilotos ficando na pista. Wilson voltou à primeira colocação, à frente dos colombianos Huertas, Montoya, Muñoz e também Sebastian Saavedra. Tony Kanaan, Graham Rahal e Ryan Briscoe, que também não pararam nos boxes, vieram na sequência.

Carlos Huertas celebra a vitória em Houston (Foto: Reprodução)

A partir da relargada, o relógio na regressiva passou a contar: o tempo-limite marcaria o final da prova. Na giro 73, um alerta para quem estava poupando combustível, pois Wilson foi aos boxes. Huertas assumiu a dianteira e passou a abrir para Montoya, que segurava a ascensão de Kanaan e Rahal, que vinham na sequência.

Com quatro minutos para o fim, Briscoe tocou em Saavedra e trouxe uma bandeira amarela. Huertas seguia na frente, com Montoya, Kanaan, Rahal e Muñoz entre os cinco primeiros. A direção de prova ordenou o realinhamento para uma volta final, mas Rahal acertou Kanaan antes mesmo da verde, o que impediu o safety-car de deixar a pista. Mais um giro com safety-car na pista e bandeira quadriculada na volta 80.

Com isso, Huertas venceu em sua nona participação a primeira e única corrida na Indy, naquele que, até aqui, é o único pódio 100% colombiano. Montoya cruzou a linha de chegada em segundo, enquanto Rahal, que recebeu a quadriculada em terceiro, tomou 30s de punição pelo toque em Kanaan, alçando Muñoz ao último lugar do top-3.

Curiosamente, Huertas e a Dale Coyne foram multados em US$ 10 mil [atualmente, cerca de R$ 55 mil] após inspeção no carro #18. A capacidade da célula de combustível e a altura da asa traseira direita não estavam em conformidade com o regulamento, o que resultou na multa, mas não teve alteração no resultado final da prova.

Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Indy direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.