Penske, que também comprou da Hulman & Company o Indianapolis Motor Speedway, afirmou que pretende focar menos no processo de internacionalização da Indy, que caiu bastante nos últimos tempos, mas seguia em pauta na gestão anterior. A única corrida fora dos EUA acontece em Toronto, Canadá. E não isso deve mudar tão cedo. Assim, mercados como Japão, Austrália e Brasil devem ficar em segundo plano nos próximos anos.
Um sonho antigo da Indy pode ser concretizado agora nas mãos de Penske: a aproximação da Nascar. Roger também tem equipe na categoria de turismo, é uma das pessoas mais influentes do automobilismo americano e uma possível rodada dupla entre as categorias pode ser costurada em breve.
Roger Penske (Foto: IndyCar)
Outra aproximação possível é com a Fórmula 1. Ainda que seja mais complexa, Penske já esteve na categoria no passado e demonstrou interesse em colocar Indianápolis de volta ao calendário. E se Roger conseguir articular um acordo para evitar conflito do GP de Mônaco com a Indy 500? Isso permitiria mais 'crossovers' como o de Fernando Alonso nos tempos de McLaren na F1, em 2017.
Penske também precisará trabalhar em uma aguardada novidade da Indy: a entrada da terceira montadora. Com a introdução de novos motores em 2021, o processo já foi iniciado, com aval e consultoria de Chevrolet e Honda. A experiência do 'Capitão' pode influenciar na finalização deste acordo até o final do ano, ao menos é meta.
O conflito de interesse segue como o grande problema da presença de Roger no comando da Indy. A Penske é a equipe mais famosa e mais vitoriosa da história da categoria, além de ser a atual campeã e vencedora da Indy 500. Por mais que seja lógico que siga na frente, como será possível provar que o sucesso do time não terá qualquer influência do Capitão no comando?
Chip Ganassi aprovou o nome de Roger Penske (Foto: IndyCar)
Engana-se, porém, quem pensa que o novo papel de Penske incomoda abertamente, ao menos por enquanto, Chip Ganassi ou Michael Andretti, os dois principais rivais de Roger dentro das pistas.
"É uma grande notícia para a indústria. A novidade é uma injeção de ânimo tanto para o esporte a motor quando para a Indy, especificamente. Roger é um bom amigo e uma pessoa de classe", elogiou Ganassi. Andretti foi no mesmo caminho. "Acredito que a notícia é positiva. Roger sempre mostrou interesse em que o IMS e a Indy fizessem grandes coisas, e tenho certeza que vai continuar a fazer isso no novo papel de dono. Tanto a Indy 500 quanto a Indy estão em crescente, e estou ansioso para ver o crescimento continuar", finalizou.
2020 será o primeiro ano de uma nova gestão. A credibilidade e capacidade de Penske levam a crer que a Indy está em boas mãos, mas só o tempo poderá dizer se um dos empresários de maior sucesso dos últimos tempos é mesmo a pessoa certa para seguir o desenvolvimento de uma categoria que só evolui dentro e fora dos EUA nos últimos cinco anos.