Castroneves enfrenta problemas, Simona dá show e Dixon leva vitória na primeira corrida em Houston
Principais favoritos ao título de 2013 vivem momentos completamente opostos: enquanto neozelandês da Ganassi venceu com facilidade, brasileiro da Penske sofreu quebra de câmbio, perdeu sete voltas e chegou em último entre os que completaram a prova. Simona de Silvestro conquistou primeiro pódio, com Wilson no top-3. Kanaan abandonou
Quando os olhos do mundo se preparavam para ver o seguro e regular Helio Castroneves navegar em mar calmo rumo ao título antecipado da temporada 2013 da Indy, Houston provocou uma inversão total no quadro da disputa do campeonato deste ano: Scott Dixon, absoluto, ficou com a vitória na antepenúltima corrida do calendário, em Reliant Park, neste sábado (5). O neozelandês tomou a liderança de Will Power após a primeira rodada de pit-stops e, a partir daí, dominou a prova como quis, sem sofrer maiores ameaças.
Na outra ponta, Helinho, o favorito à taça, havia largado em 21º – o que por si só já indicava um dia complicado para o brasileiro –, mas o pior ainda estava por vir: um problema no câmbio o fez perder nada menos que sete voltas nos boxes. Ao retornar à pista, passou o restante do tempo andando sozinho, sempre em último, e fechou em 18º.
Scott Dixon diminuiu para oito pontos sua desvantagem para Helio Castroneves (Foto: John Cote/IndyCar)
Simon Pagenaud, outro dos postulantes ao título, seguiu os passos firmes de Dixon e também conquistou mais um excelente resultado, fechando a prova em Houston na quarta posição, atrás apenas da brilhante Simona de Silvestro – que conquistou o primeiro pódio de sua carreira – e de Justin Wilson, que enfileirou ultrapassagens e fechou o dia no top-3.
Confira como foi a primeira prova da rodada dupla da Indy em Houston:
O início da corrida 1 em Houston, como de costume, foi problemático – principalmente pela adoção do procedimento de largada parada, com o qual os pilotos não estão habituados. Na primeira tentativa, Charlie Kimball deixou o motor apagar, o que fez a direção da prova ordenar mais uma volta de aquecimento. Quando os carros alinharam novamente, a corrida, enfim, teve início, mas James Hinchcliffe não conseguiu sair do lugar e foi atingido na traseira pelo pouco hábil Ed Carpenter. Ambos abandonaram a etapa.
Takuma Sato manteve a liderança, seguido por Power e Dixon. Pagenaud permaneceu em quarto. Na sétima volta, porém, ainda sob bandeira amarela, o então líder da prova optou por fazer um pit-stop para trocar os pneus, tentando estratégia alternativa. A mudança o fez cair para quinto e passou a primeira posição para as mãos do australiano da Penske. Mais atrás, Tony Kanaan pulou para a 12ª colocação e Castroneves subiu para 19º.
A relargada, em fila única – outra das novidades em Reliant Park –, veio na décima volta, com Power se mantendo em primeiro, seguido por Dixon, Pagenaud e pela surpreendente Simona de Silvestro, quarta colocada. Luca Filippi e Ernesto Viso completavam o top-6.
Na 13ª volta, Helinho, que vinha em 18º, antecipou seu primeiro pit-stop para tentar ganhar posições ao longo da corrida. Neste momento, no entanto, quem enfileirava ultrapassagens era Wilson: o inglês da Dale Coyne veio da 13ª posição para a oitava em apenas cinco voltas, com belas manobras sobre seus adversários, com Mike Conway no embalo.
Lá na frente, a prova havia se tornado um duelo isolado entre Power e Dixon: líder e vice-líder já tinham mais de seis segundos de vantagem para Pagenaud, agora terceiro. Para piorar, o francês começou a perder rendimento com os pneus macios e viu a aproximação rápida de Simona que, calçada com pneus duros, fez belíssima manobra de ultrapassagem sobre o xará Simon e entrou momentaneamente para o top-3.
Todas as ações da primeira prova da rodada dupla em Houston, no entanto, foram relegadas a segundo plano quando Castroneves surgiu lento no pit-lane, no 23º giro. O brasileiro não conseguia reduzir marchas e os mecânicos da Penske levaram nada menos que sete voltas para solucionar o problema, para desespero do piloto, que, atônito, levava as mãos à cabeça e aos olhos, aguardando uma solução de dentro do cockpit. Mesmo com tanto atraso, o piloto retornou à pista para tentar maior pontuação.
Para tornar tudo ainda mais dramático, na primeira rodada de pit-stops de Power e Dixon, o australiano, então líder da prova, acabou voltando à pista atrás do neozelandês que, desta forma, assumiu a primeira posição na volta 38. Com uma Ganassi cujo desempenho era muito superior ao da Penske, Scott tomou o controle da corrida. Nem mesmo a providencial bandeira amarela provocada por uma rodada de Dario Franchitti ajudou: cinco giros após a relargada, que veio na 44ª passagem, a diferença já era de mais de 4s.
A interrupção causada por Oriol Servià, que ficou parado no meio da curva 5 na 64ª volta, poderia ajudar a modificar a situação em favor de Power, mas o que parecia azar de Dixon se mostrou sorte: o vice-líder do campeonato saía dos boxes, voltando de sua segunda troca de pneus e reabastecimento, no exato momento em que a bandeira amarela foi acionada. Com isso, Will, que pararia na volta seguinte, permaneceu na liderança, mas com o Pace Car na pista e com Scott logo atrás, em quarto, pronto para reassumir a primeira posição no momento em que a ordem do grid fosse reorganizada após os pit-stops.
Foi exatamente o que aconteceu: na nova relargada, restando 20 voltas para o fim, o piloto da Penske foi para os boxes e voltou apenas em 11º, enquanto o representante da Ganassi retomou o primeiro lugar, praticamente definindo o resultado final da prova.
A bandeira verde, entretanto, durou pouco tempo: Sato, em duelo com Josef Newgarden e James Jakes, perdeu o controle de sua Foyt e bateu de frente na proteção de pneus da mesma curva 5 que havia provocado o abandono de Servià. O incidente trouxe o carro de segurança de volta para o circuito e revelou uma nova classificação no top-3: além do líder Dixon, Simona e Wilson fechvam o trio.
Pouca coisa mudou nas voltas finais. Ainda houve tempo para Conway perder o carro e bater na proteção de pneus, o que ocasionou a última amarela do dia a três voltas do fim. Com a vitória, o neozelandês encostou de vez na liderança e diminuiu de 49 para oito pontos a desvantagem para Helio, que se debateu durante toda a prova no fundo do pelotão e saiu da pista pelo menos duas vezes, em um sábado para ser esquecido.
Kanaan, por sua vez, teve performance ainda mais apagada: o brasileiro enfrentou superaquecimento dos freios dianteiros na 21ª volta e acabou abandonando a prova.
A corrida 2 em Houston ocorre neste domingo (6), às 16h30 (de Brasília).
Indy, GP de Houston, Reliant Park, Corrida 1, Final:
1 | Scott DIXON | NZL | Ganassi Honda | 90 voltas | |
2 | Simona DE SILVESTRO | SUI | KV Chevrolet | +0.878 | |
3 | Justin WILSON | ING | Dale Coyne Honda | +2.143 | |
4 | Simon PAGENAUD | FRA | Schmidt Honda | +3.549 | |
5 | Josef NEWGARDEN | EUA | Fisher Hartman Honda | +4.229 | |
6 | James JAKES | ING | RLL Honda | +5.461 | |
7 | Graham RAHAL | EUA | RLL Honda | +6.098 | |
8 | Sébastien BOURDAIS | FRA | Dragon Chevrolet | +6.894 | |
9 | Ernesto VISO | VEN | Andretti Chevrolet | +8.187 | |
10 | Luca FILIPPI | ITA | Bryan Herta Honda | +9.305 | |
11 | Charlie KIMBALL | EUA | Ganassi Honda | +9.962 | |
12 | Will POWER | AUS | Penske Chevrolet | +10.645 | |
13 | Marco ANDRETTI | EUA | Andretti Chevrolet | +11.143 | |
14 | Sebastián SAAVEDRA | COL | Dragon Chevrolet | +1 volta | |
15 | Dario FRANCHITTI | ESC | Ganassi Honda | +1 volta | |
16 | Mike CONWAY | ING | Dale Coyne Honda | +5 voltas | NC |
17 | Takuma SATO | JAP | Foyt Honda | +8 voltas | NC |
18 | Helio CASTRONEVES | BRA | Penske Chevrolet | +10 voltas | |
19 | Oriol SERVIÀ | ESP | Panther Chevrolet | 63 voltas | NC |
20 | Ryan HUNTER-REAY | EUA | Andretti Chevrolet | 57 voltas | NC |
21 | Tony KANAAN | BRA | KV Chevrolet | 34 voltas | NC |
22 | Tristan VAUTIER | FRA | Schmidt Honda | 32 voltas | NC |
23 | Ed CARPENTER | EUA | Carpenter Chevrolet | 30 voltas | NC |
24 | James HINCHCLIFFE | CAN | Andretti Chevrolet | 1 volta | NC |