‘Volare’: Treinados e comportados Rosberg, Hamilton e pacificador Alonso ficam no centro das atenções na quinta em Monza

Tradicionalmente, a quinta-feira de GP de F1 é dedicada às entrevistas e à conferência de imprensa organizada pela FIA. Hoje, não foi diferente, mas a escolha a dedo dos sabatinados foi de longe a mais interessante, controversa da temporada. Consequentemente, a sala estava lotada. Kevin Magnussen, Valtteri Bottas e Max Chilton, sentados na parte de cima da bancada, quase nem tiveram voz ou perguntas. Toda atenção, claro, ficou voltada para os três pilotos do front: Nico Rosberg à esquerda, Fernando Alonso no meio e Lewis Hamilton à direita.

E Alonso por pouco não bancou o pacificador da dura rivalidade que vivem Hamilton e Rosberg. Claro que o mote da coletiva foi os acontecimentos da semana passada, incluindo, obviamente, o polêmico toque entre a dupla prateada ainda na segunda volta do GP da Bélgica.

O clima entre os dois era visivelmente tenso. Pouco se olharam. Nem mesmo quando falaram um sobre outro. E duas coisas ficaram bem claras. A primeira é que ambos não são mais os melhores companheiros de equipe, como disse também Daniel Ricciardo ao falar do relacionamento dos rivais. Daqui para frente, será cada um por si. Mas Hamilton foi o mais preciso nesse ponto.

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Alonso foi colocado entre Rosberg e Hamilton na coletiva desta quinta (Foto: AP)

O inglês deu a entender que não confia mais em Nico e que a luta vai seguir acirrada até o fim do ano. Negou, entretanto, qualquer tipo de divisão na equipe, querendo apenas “seguir em frente” na temporada — aqui cabe ainda um destaque: Hamilton se vê na Mercedes além do fim de seu contrato e deixou claro que está feliz na equipe.

Rosberg concordou com o colega quanto ao ambiente nas garagens prateadas. O alemão, aliás, se mostrou um pouco mais tenso que o parceiro de equipe em várias ocasiões e quis deixar claro que as desculpas pelo incidente partiram de si mesmo, que se arrependeu e que não há um clima ruim no time. Descartou qualquer ação da equipe. E também reiterou que a briga continuará dura.

Ambos, entretanto, evitaram conflitos e deixaram claro que foram bem treinados para a sabatina, que deve ter sido um alívio também para a própria Mercedes, já que os jornalistas não puderam também usar todo o espaço de tempo para questões sobre o incidente da semana passada. Esse foi o segundo ponto claro depois da coletiva.

Foi curioso ver Alonso no meio dos dois. O espanhol chegou a ser requisitado para intermediar a paz entre os competidores da Mercedes. Fernando não quis tal tarefa, mas foi político ao falar da luta de ambos. O ferrarista disse não ter qualquer problema com Lewis, apesar do passado dos dois na McLaren, e ainda afirmou que ambos estão em uma posição privilegiada. “O esporte é feito dessas coisas também”, disse.

O bicampeão ainda foi um dos highlights do dia. Uma vez mais, reiterou que não tem intensão de sair da Ferrari, mas tratou de esfriar as expectativas dos tifosi, prevendo uma das corridas mais difíceis do ano para os vermelhos.

Fernando Alonso não demonstrou otimismo para o GP da Itália (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Só que o nome de Fernando foi citado em outros motorhomes. Mais precisamente na McLaren. Jenson Button disse que ficou surpreso com a posição de destaque do asturiano no mercado de pilotos. Para ele, Fernando nunca vai sair da Ferrari. Por isso, deixou claro que o próximo movimento do espanhol não interfere no andamento de sua carreira. Ou no fim dela. O inglês se mostrou sereno quando perguntado novamente sobre o futuro. Jenson se disse totalmente tranquilo, mesmo se tiver de sair de cena.

Amanhã, começam os primeiros treinos livres. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo ‘in loco’ a partir das 4h45, no horário de Brasília.