Sete homens e um destino: quem salva e faz da Force India o forte Team Stroll

Lawrence Stroll encabeça um consórcio composto por sete ricaços que entraram em acordo com a administradora judicial e assumiram controle da Force India, acabando com o processo de insolvência e dando aos mais de 400 funcionários da fábrica de Silverstone a certeza de que seguirão empregados. Mas quem são estes sete personagens de tamanho agora maior na F1?

Quando um vilarejo pobre do México se cansa de ser saqueado e extorquido por uma gangue de bandidos organizados mês após mês após a morte de um vizinho, os moradores juntam alguns trocados a objetos de algum valor e procuram ajuda. Tentam comprar armas além da fronteira dos Estados Unidos, mas recebem o conselho de contratarem pistoleiros. Assim, com o auxílio do conselheiro, recrutam sete mercenários dispostos a acabar com o terror mensal e salvar o dia.

 
'Sete Homens e um Destino (1960)' foi a versão americana do famoso 'Os Sete Samurais (1954)', um épico japonês dirigido pelo lendário Akira Kurosawa. A versão norte-americana, que foi aprovada com vigor por Kurosawa, foi entregue nas mãos de John Sturges, outro mago dentro das próprias características dos filmes 'western'. 
 
Os muitos adjetivos aplicados acima podem parecer um exagero, mas não são. O resultado foi um filme que não pode ser definido em nada menos do que atemporal – tanto que ganhou uma nova versão em 2016. Com um elenco recheado de jovens ou futuros nomes importantes – Eli Wallach, Yul Brynner, Charles Bronson, James Coburn, Robert Vaughn e Steve McQueen, por exemplo -, tornou-se um filme histórico. Até a trilha sonora, de onde nasceu a famosa música da Marlboro, de eterna ligação com a F1.
 
Como os mercenários do Velho Oeste, os sete personagens responsáveis por manter a Force India de pé não são heróis. Mas são os responsáveis por salvar os empregos de 405 funcionários que não sabiam ao certo qual seriam seus destinos após a entrada da equipe em insolvência. 
 
Se Lawrence Stroll queria há algum tempo ter uma participação maior numa equipe de F1 para não precisar depender de uma estrutura que apresentasse o mínimo de rebeldia ao seu desejo de abrir portas e janelas para o filho, Lance, agora tem o que queria. O consórcio amarrado pelo diretor de operações da Force India, Otmar Szafnauer, e os membros restantes da diretoria-executiva da equipe, tem sete participantes. Sete figuras que mantiveram a Force India de pé e operando e que têm em Lawrence Stroll o seu líder.
 
Apesar da proximidade, o grupo conta com personagens de diferentes lugares. Canadenses como Stroll, mas também dos Estados Unidos, de Hong Kong e da Suíça. O GRANDE PRÊMIO traçou um perfil e pequeno histórico de cada um dos sete homens que ajudaram a transformar a Force India no Team Stroll. 
Lawrence e Lance Stroll (Foto: Reprodução/Twitter)

Lawrence Stroll

 
É o grande comandante do grupo de investidores e certamente aquele que é mais conhecido – principalmente dentro do mundo do automobilismo, por motivos óbvios. Pai de Lance, que há dois anos pilota uma Williams que praticamente é sua própria equipe, Lawrence é investidor do mundo da moda e um dos homens mais ricos do mundo aos 59 anos e natural de Montreal.
 
O Stroll pai tem uma fortuna avaliada em cerca de $ 2,7 bi – aproximadamente R$ 10,1 bi – e uma coleção de carros clássicos da Ferrari. Participou da expansão da marca Tommy Hilfiger e também tinha parte das ações da Michael Kors. No começo dos anos 2000, Lawrence adquiriou um circuito em Quebec, no Canadá, tendo patrocinado fortemente também todos os passos do filho Lance até a F1 – incluindo uma série de testes nunca antes vista.
 
Silas Chou
 
Natural de Hong Kong, Chou é um magnata de diversos investimentos nos ramos têxtil e da moda. Como Stroll, foi um dos primeiros a apostar na Michael Kors, mas saiu nos últimos anos para apostar numa linha com as filhas. Chou é um dos donos da South Ocean Knitters, uma das maiores fabricantes e exportadoras de malhas de Hong Kong, uma companhia fundada pelo pai dele, que iniciou a fortuna da família no ramo. 
 
Assim como o papa Stroll, Chou tem uma fortuna avaliada pela revista americana 'Forbes' em US$ 2,7 bilhões – o equivalente a R$ 10,1 bilhões.
 
André Desmarais
 
É dono de outra das maiores fortunas canadenses e também do mundo. Aos 61 anos e natural de Ottawa, é um empresário de bastante sucesso e que mantém a tradição familiar. Ocupa a presidência da Power Corporation, holding com sede em Montreal ligada a comunicação, mídia, finanças e até energias renováveis.
 
Membro de diversos conselhos financeiros no Canadá e até em Hong Kong, Desmarais é herdeiro de uma grande fortuna. Paul Desmarais, falecido em 2013 e responsável pela tomada de controle da Power Corporation, deixou uma fortuna que hoje está avaliada em cerca de $ 5,1 bi – aproximadamente R$ 19,2 bi. A fortuna pessoal de André está em cerca de $ 840 mi – quase R$ 3,2 bi.
 
Michael de Picciotto
 
Sobrinho do já falecido Edgar De Picciotto, fundador do banco suíço UBP, Michael é herdeiro de uma das famílias mais ricas da Suíça. A fortuna dos De Picciotto é estimada em US$ 2,3 bilhões – algo em torno de R$ 8,5 bilhões.
 
Michael de Picciotto é suíço e fez grande parte da vida em diversos cargos diretivos no UBS, mas deixou a companhia em 2016. De lá, ingressou imediatamente na Engel & Völkers – uma negociadora de propriedades de luxo – desde mansões até iates e aviões – como vice-presidente do Conselho de Supervisão.
Michael de Picciotto (Foto: Reprodução)

John McCaw Jr. 

 
Não é nenhum novato no mundo dos esportes. Com fortuna avaliada em $ 1,3 bi – R$ 4,9 bi -, o norte-americano de Seattle tem 67 anos e um histórico de investimento no esporte de seu país, na verdade, nas grandes ligas de seu país, mas em franquias canadenses.
 
É verdade que McCaw está afastado dos esportes desde 2006, quando vendeu sua parte das ações para o sócio Francesco Aquilini, mas foram seis anos no comando do Vancouver Grizzlies – hoje Memphis Grizzlies -, na NBA e outros dez à frente do Vancouver Canucks na NHL, a liga profissional de hóquei.
 
John Idol 
 
É mais um dos membros da Michael Kors envolvidos no consórcio para salvar a Force India. Idol também não é canadense, mas sua ligação com Stroll vem da marca de moda.
 
As ações de Idol na Michael Kors, onde atua há 15 anos e ocupa o cargo de CEO, estão em cerca de 50%, valendo aproximadamente $ 150 mi – R$ 565 mi -.
 
Jonathan Dudman
 
É um empresário de personalidades do esporte que trata de questões financeiras e fiscais – e responde até como porta-voz em algumas situações. Trabalha com Lawrence Stroll há anos e é diretor-executivo da Monaco Sports and Management, com sede, claro, no Principado de Mônaco.
 
Além de Stroll, Dudman já teve como clientes como o campeão mundial de F1 de 1979, Jody Scheckter, e o magnata Ken Bates, famoso no meio do futebol inglês por ter sido dono de clubes como Chelsea e Leeds, além de responsável por organizar os estágios iniciais da construção do novo estádio de Wembley.
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