Renault minimiza fim de “casamento exigente e exaustivo” com Red Bull: “Foi só uma cliente”

Cyril Abiteboul, diretor da Renault, se mostrou compreensivo sobre a decisão da Red Bull de encerrar a longa parceria e entende que agora cabe à própria equipe de Enstone aprender com os taurinos e construir um chassi eficiente para voltar a vencer na F1

Passado o impacto inicial da decisão da Red Bull em estabelecer nova aliança com a Honda para o fornecimento de motores até o fim de 2020, a Renault analisa como positiva a separação daquela que foi sua parceira durante 12 temporadas. Cyril Abiteboul, diretor da marca de Viry-Châtillon, entende que o momento serve como pontapé inicial para um novo desafio: construir um chassi capaz de levar a equipe de volta ao caminho das vitórias na F1.
 
“É uma decisão que nós esperávamos. Depois da separação da Toro Rosso, esperávamos que a Red Bull também o fizesse, para começar um projeto com a Honda. Ainda temos a McLaren pelos próximos três anos”, comentou o dirigente em entrevista à revista alemã ‘Auto Motor und Sport’.
 
“Vejo positivamente a separação, é um sinal claro para todos na equipe de que agora temos de fazer nós mesmos. A Red Bull nos mostrou como competir. Nosso motor vence se você construir um bom chassi. É um desafio para a equipe de Enstone”, ponderou o engenheiro francês.
Cyril Abiteboul relembrou a relação conflituosa entre Renault e Red Bull na F1 (Foto: Sky Sports)

Abiteboul refletiu sobe a união marcada por muitos altos e baixos nos bastidores, inclusive com ameaça de rompimento no segundo semestre de 2016. A relação foi tensa mesmo após os anos vitoriosos entre 2010 e 2013, quando a Red Bull, ao lado da Renault, dominou a F1 e faturou oito títulos, sendo quatro de Construtores e outros quatro de Pilotos, com Sebastian Vettel.

 
“O casamento com a Red Bull foi exigente e, às vezes, exaustivo para nós. Sua plataforma nos deu a oportunidade de comparar nosso motor com os demais. Infelizmente, ainda não conseguimos conquistar um título com este motor”, comentou o dirigente, fazendo menção à nova especificação dos motores turbo, em vigor desde 2014. A partir desta época, a Mercedes dominou a F1.
 
Por fim, Abiteboul falou que a Red Bull passa a ter na Honda uma parceira que lhe dá a condição de ser equipe de fábrica, algo não possível na Renault desde que a marca voltou à F1 como equipe, em 2016.
 
“A Red Bull tem seus motivos para fazê-lo, e nós temos de aceitar isso. Para eles, é melhor construir algo com a Honda, o que equivale a um status de equipe de fábrica. Nós não poderíamos oferecer algo assim. Para nós, a Red Bull foi só uma cliente. Vamos nos concentrar em integrar o motor com o chassi”, concluiu.
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