Red Bull tenta voltar à normalidade e se impor na Áustria, mas McLaren insiste e é ameaça

Mais do que a corrida em casa, a Red Bull procura na Áustria retomar o posto de domínio na Fórmula 1. Tanto que Max Verstappen comandou as três fases da classificação e vai largar da posição de honra do grid na sprint deste sábado, mas não deixa de chamar a atenção a performance da McLaren: com um carro novamente atualizado, a equipe laranja segue na cola dos taurinos. Tanto que a diferença entre o pole e o segundo colocado Lando Norris foi de apenas 0s093

A Red Bull desembarcou na Áustria com uma única meta: retomar o domínio da Fórmula 1. Em sua corrida de casa, os taurinos procuraram, nesta sexta-feira (28), tirar proveito de um traçado mais palatável ao gosto do RB20, para enfim comandar o pelotão com menos sustos . Só que, embora o esforço de Max Verstappen tenha sido recompensado pela pole da corrida sprint, a disputa segue muito aberta, porque a McLaren continua na cola dos energéticos. Desta vez, a diferença entre o tricampeão e Lando Norris, que vai dividir a primeira fila da curta prova que abre o sábado da F1, foi de apenas 0s093.

A equipe chefiada por Christian Horner trabalhou muito no acerto do carro azul marinho, para elevar o desempenho nas curvas de alta velocidade do circuito de Spielberg. Ninguém foi mais veloz que Verstappen nesses trechos do traçado. O time ainda dominou as curvas de média velocidade e parece ter um ritmo muito sólido em termos de condição de corrida. A sprint será um bom termômetro dessa performance. De toda a forma, o neerlandês insistiu em devolver certa normalidade aos boxes austríacos e garantir a felicidade do exército laranja que tomou conta das arquibancadas. É bem verdade que Max sofreu uma pane no TL1, mas também garantiu que foi apenas “problema com o sensor, que consertamos isso rapidamente”.

“No geral, fomos melhores nas curvas 6 e 7, mas o segredo é que encontramos equilíbrio e acerto imediatamente na primeira sessão de treinos, então estávamos apenas melhorando os detalhes. E Max levou isso à maturidade ideal”, disse Helmut Marko, o consultor da Red Bull. “Hoje tivemos um bom Max em um bom carro. Espero que alguns dos nossos problemas tenham sido resolvidos. Saberemos mais após Silverstone”, continuou.

Os problemas de que fala Marko dizem respeito ao desequilíbrio do carro notado nas últimas três corridas. A Red Bull enfrentou dificuldade em traçados mais ondulados e onde é necessário atacar mais as zebras, como foi o caso em Mônaco. O time providenciou atualizações de peso desde a Espanha e tenta se livrar das falhas por completo, e o Red Bull Ring parece palco ideal. Só que, se a vida segue menos problemática dentro da pista, o mesmo não se pode dizer dos bastidores. Uma discussão pública entre o chefe Horner e o pai de Max, Jos Verstappen, tomou conta do noticiário e é mais um episódio da crise interna do time, que parecia ter sido apaziguada, mas que agora ganha força. Resta saber como e se isso terá influência no que acontece no asfalto.

E de um jeito ou de outro, a concorrência precisa tentar se aproveitar das vulnerabilidades. Neste momento, quem melhor tira proveito é a McLaren. O carro laranja novamente apresentou uma alta performance, especialmente diante das atualizações apresentadas neste fim de semana. Sim, os ingleses seguem trazendo melhorias e, desta vez, as novidades se resumiram à parte da frente do MCL38. O time de engenheiros mexeu na geometria da asa dianteira para melhorar o condicionamento do fluxo de ar. Com isso, o design da suspensão dianteira também foi alterado para acompanhar as mudanças feitas na asa. Deu certo.

Embora tenha perdido alguns centésimos para a Red Bull nas curvas de alta, a equipe de Andrea Stella exibiu o melhor desempenho nas curvas mais lentas da pista austríaca. Daí vem a explicação de como Norris encostou em Verstappen na volta derradeira do SQ3. Além disso, o britânico soube como tirar ritmo no segundo setor, e isso foi fundamental. Oscar Piastri teve um pouco mais dificuldade, mas, mesmo assim, foi capaz de cravar o terceiro melhor tempo, o que abre a chance de um ataque duplo do time de Zak Brown para cima de Verstappen.

“De certa forma, foi uma sessão de classificação complicada porque não foi fácil entregar as voltas. Estamos felizes com esse tipo de resultado e, como sempre, Max parece ter um bom desempenho. Mas é bom estarmos lá e temos boas chances na corrida sprint amanhã”, afirmou o chefe Andrea Stella.

Logo atrás de Red Bull e McLaren, é importante também dizer que Mercedes e Ferrari estão perto. Ainda que o ritmo não pareça tão excepcional quanto dos ingleses, por exemplo, a equipe de Toto Wolff tem potencial para mais na Áustria. Primeiro, porque o time foi o único a andar apenas com os pneus duros no TL1, claramente tentando antecipar o GP de domingo, e o desempenho foi decente. Depois porque tanto George Russell, o quarto no grid para sprint, quanto Lewis Hamilton, o sexto, esticaram demais a corda, exageraram nas voltas finais. Mesmo assim, a impressão que ficou é que dava para ter feito mais. Ambos conseguiram parciais melhores do que Verstappen e Norris no primeiro e no segundo setores, por exemplo, mas não souberam aproveitar a vantagem. Além disso, o heptacampeão ainda danificou o assoalho do W15 depois de uma bela escapada de pista ainda no SQ1 e que quase lhe tirou a chance de avançar na classificação.

Lando Norris ao sair dos boxes no Red Bull Ring (Foto: Reprodução/F1)

Por outro lado, Carlos Sainz, que se colocou no meio dos dois carros da Mercedes e parte em quinto, tirou tudo de uma Ferrari que segue com questões a resolver. A manhã de treino livre foi tomada por um trabalho na configuração da asa dianteira e, só à tarde, a SF-24 pareceu mais competitiva. Ainda assim, o copo está meio vazio, porque Charles Leclerc ficou apenas em décimo, depois de uma falha técnica na saída do pit-lane, nos instantes finais do SQ3. O monegasco nem conseguiu completar o giro rápido, devido ao problema. Terá pela frente uma prova de recuperação. Mas será igualmente interessante entender o ritmo de corrida das duas equipes, que, neste momento, protagonizam uma segunda batalha dentro do pelotão da ponta da F1.

Também em termos de estratégia, a sprint deve ser disputada com pneus médios, que apresentaram durabilidade e devem também compor a dupla com os compostos duros para a corrida de domingo. Os macios são pouco prováveis pela alta degradação. E existe ainda um temor grande com relação ao superaquecimento dos pneus, e esse será o ponto crucial da prova, uma vez que a previsão do tempo aponta para uma clima quente e de temperaturas no asfalto acima dos 40ºC.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Áustria de Fórmula 1 e transmite classificações e corridas em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após treinos livres e classificações, além de antes e depois das corridas. No sábado (29), às 7h (de Brasília, GMT-3), acontece a largada da sprint, ao passo que a classificação oficial será às 11h. Por fim, no domingo (30), os pilotos disputam a corrida no Red Bull Ring a partir das 10h.

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