Presidente da Ferrari reitera insatisfação com declarações de Alonso e afirma: “Pilotos vêm e vão”

Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, não gostou nada de algumas declarações dadas por Fernando Alonso após o GP da Hungria. Insatisfeito com o desempenho do bólido italiano em Hungaroring, o asturiano não poupou críticas ao time e chegou a dizer na imprensa que gostaria de ganhar o carro de seus rivais de aniversário. 

 

A reação de Maranello foi imediata. O presidente do time aproveitou o aniversário do piloto para puxar a orelha de Alonso e deixou claro que não ficou nada satisfeito com a postura do companheiro de Felipe Massa. 

Passados alguns dias, o clima em Maranello não ficou muito melhor. Falando ao site da escuderia, Di Montezemolo reforçou que não ficou nada satisfeito com as declarações de Alonso e afirmou que o piloto precisa lembrar que o time perde e ganha junto. 

 

“Fernando deu muito nos últimos anos e, eu repito, o desapontamento dele, que surgiu principalmente após Silverstone, onde todos nós esperávamos ser mais competitivos, é compreensível”, reconheceu. “Mas eu não gostei de algumas atitudes, algumas palavras, algumas explosões. E eu disse isso”, frisou. 

 

O presidente reforçou que a Ferrari é o que importa e lembrou que alguns ótimos pilotos guiaram os carros vermelhos, mas eles se foram e o que ficou foi o time italiano. 

 

“Eu lembrei a todos, incluindo aos pilotos, que a Ferrari vem antes de tudo, a prioridade é o time”, apontou. “E assim como um pai de família, que precisa apontar algumas regras que precisam ser respeitadas: gostaria de ressaltar o conceito de valores de família…”

 

“Me deixe esclarecer que é na Ferrari que eu estou interessados. Pilotos, nós tivemos muitos. Alguns bons, alguns ótimos, mas pilotos vêm e vão, enquanto a Ferrari continua”, disparou o dirigente.

 

Por fim, Di Montezemolo reconheceu que a insatisfação de Alonso com o desempenho do carro é legítima e, por isso, ele decidiu intervir, cobrando do time uma melhor evolução do bólido vermelho. 

 

“Fernando é um grande piloto e eu o entendo, ele é um pouco como eu: ele quer vencer. Ele só tem de se lembrar que perdemos e ganhamos juntos e, de sua parte, a Ferrari tem de dar a ele um carro capaz de começar das primeiras duas filas”, falou. “Não gosto de ver que nosso carro não é competitivo. Foi por isso que eu intervi, mesmo que não queira usar minha autoridade nos meus homens. Entretanto, isso tinha de ser feito”, admitiu. 

 

“Mas como? Nós começamos tão bem, tínhamos começado o Mundial com um carro muito competitivo, talvez até considerado o melhor. Mas algo aconteceu e ao invés de avançar, nós retrocedemos”, comentou. “Por isso, a única atitude, a que terei a partir de agora: entender os erros, consertá-los e depois desta cuidadosa análise, desenvolver o carro na direção certa. Nós devemos baixar nossa cabeça nessa partida de volta, como eu descrevo esta segunda parte da temporada depois das férias – férias de que eu não gosto –, mas nós temos de respeitar isso”, completou.