Pontuação dobrada na última corrida mudaria campeonatos e daria títulos a Räikkönen, Massa e Alonso

Desde que a F1 abandonou de vez os descartes, em 1991, três campeonatos teriam seus destinos alterados caso a pontuação do GP decisivo fosse dobrada, como será a partir de 2014. Kimi Räikkönen, Felipe Massa e Fernando Alonso ganhariam títulos

A FIA causou surpresa ao anunciar que, em 2014, a pontuação da última prova do Mundial de F1 será dobrada. Assim sendo, o vencedor do GP de Abu Dhabi de 2014 colocará no bolso 50 pontos. A medida visa gerar mais possibilidades de virada no fim do campeonato. Caso a regra já existisse nas duas últimas décadas, Michael Schumacher seria hexa, Fernando Alonso e Sebastian Vettel tricampeões, Kimi Räikkönen bi, Felipe Massa campeão e Lewis Hamilton continuaria chupando dedo.

Considerando apenas os títulos disputados de 1991 para cá, quando a F1 abandonou de vez a regra dos descartes, os campeonatos com destinos alterados seriam os de 2003, 2008 e 2012 – claro que essa comparação fica apenas no campo das hipóteses, visto que os pilotos se comportariam de outra maneira sabendo da premiação dupla.

Em 2003, Kimi Räikkönen teria adiado o hexa de Michael Schumacher. O alemão fez uma apresentação surpreendentemente displicente no GP do Japão, em Suzuka, chegou em oitavo e conseguiu o ponto que precisava para não depender de outros resultados. Somaria dois, pela nova regra, e chegaria a 94. Acontece que o finlandês, então na McLaren, teria 99 com os 16 pontos que receberia pela segunda posição na corrida vencida por Rubens Barrichello.

Massa venceu o GP do Brasil de 2008, mas perdeu o título para Hamilton (Foto: Shell GP/Getty Images)

Para os brasileiros, a doída derrota de Massa diante de Hamilton em 2008 teria um desfecho bem mais contente. Em vez de somar um ponto a menos que o inglês, Massa, com a vitória na chuva em Interlagos, alcançaria 107 tentos. Nem mesmo Timo Glock poderia atrapalhá-lo. Com o quinto lugar, Hamilton não passaria dos 102 pontos. Ultrapassar Sebastian Vettel e terminar o GP do Brasil em quarto também não resolveria: só o segundo lugar faria dele campeão.

Finalmente, em 2012, Alonso seria capaz de virar o jogo para cima de Vettel no mesmo circuito de Interlagos. O alemão assumira a liderança do Mundial de Pilotos na penúltima etapa, o GP dos EUA, e veio para o Brasil com 13 pontos de vantagem – 273 a 260. Aqui, já valia o novo sistema de pontuação da categoria, que dá 25 pontos ao vencedor de cada GP em vez de apenas dez.

Deu tudo errado para Vettel naquele GP, do acidente com Bruno Senna na primeira volta ao erro bizarro e incomum erro de estratégia da Red Bull. Ele ficou em sexto, o que lhe renderia 16 pontos. O espanhol, segundo, 36. A tabela terminaria indicando 296 a 289 para o espanhol.

Além das mudanças de campeão, outros dois campeonatos ganhariam um pouco mais de emoção com o prolongamento das disputas. Campeões por antecipação, Schumacher, em 2000, e Jenson Button, em 2009, precisariam lutar contra seus adversários até o último GP das respectivas temporadas.

No Brasil, três certames utilizam essa regra, que estreou no Brasileiro de Marcas em 2011 e foi adotada pela Stock Car em 2012 e pelo Brasileiro de Turismo em 2013. Na final de 2012 da Stock Car, o critério permitiu que sete pilotos tivessem chances matemáticas de serem campeões na Corrida do Milhão, em dezembro. Cacá Bueno levou a melhor.

Ao mesmo tempo, o peso maior atribuído à última prova do Mundial acaba com o princípio de que, em um campeonato, todas as provas devem ter o mesmo valor. A F1, aliás, sempre foi caracterizada por seguir um rígido padrão em todos os GPs.

No Mundial de Endurance, as 24 Horas de Le Mans premiam os pilotos com o dobro da pontuação das demais provas. Nesse caso, contudo, é algo perfeitamente justificável: a prova francesa dura quatro vezes mais do que as outras sete etapas do WEC.

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