Pirelli se vê culpada por falta de comunicação com pilotos e trabalha em prol de “diálogo mais frequente” na F1

Paul Hembery, diretor-esportivo da Pirelli, reconheceu que falta diálogo entre a fornecedora oficial de pneus da F1, pilotos, equipes e o próprio Bernie Ecclestone, mas se mostrou aberta a uma maior e melhor comunicação. Tudo em prol de um esporte melhor e mais seguro

O fim de semana do GP da Bélgica foi marcado por críticas ao trabalho da Pirelli devido aos estouros nos pneus traseiros direitos de Nico Rosberg, durante o segundo treino livre, e de Sebastian Vettel, no fim da corrida em Spa-Francorchamps. O piloto da Mercedes foi mais contido, mas o tetracampeão adotou um discurso assertivo contra a fornecedora de Milão.

Desde então, o tom imposto pelos pilotos foi mais brando, até mesmo depois de Bernie Ecclestone, um dos grandes apoiadores da presença da Pirelli na F1, recomendar que os competidores ‘pegassem leve’ nas críticas, durante o fim de semana do GP da Itália. Em Monza, o chefe supremo da F1 se reuniu com a Pirelli, pilotos e equipes, numa situação um tanto rara na F1.

Mas Paul Hembery, diretor-esportivo da Pirelli, aprovou o encontro em Monza e se mostrou aberto a que tal ocasião seja mais frequente na F1. Na visão do engenheiro britânico, trata-se de uma oportunidade valiosa para confrontar pontos de vista distintos e procurar melhorar e tornar mais seguro, de uma forma ou de outra, a própria F1.

Ao lado de Lauda, Hembery prega maior diálogo entre as equipes, pilotos e Bernie Ecclestone (Foto: Pirelli)

“Nós precisamos de mais comunicação, então concordamos que vamos nos encontrar de uma forma mais frequente com os pilotos, equipes e o promotor [Bernie Ecclestone] para discutir sobre como podemos avançar no esporte”, declarou Hembery em entrevista veiculada pelo site da revista britânica ‘Autosport’.

“É muito importante que todos nós trabalhemos juntos no mesmo rumo para que possamos entregar aquilo que nos é pedido, por isso temos de levar em conta o ponto de vista de cada um e colocar isso diante de todos”, assegurou. “Se há uma grande discordância, então temos de colocar todo mundo dentro de uma sala e dizer: ‘Espere! Nós temos um grupo querendo isso, outro grupo querendo aquilo, então você precisa realmente nos dar um indicativo claro quanto ao que você quer”, emendou.

De certa forma, a Pirelli fez um mea-culpa e assumiu a responsabilidade pela falta de diálogo e troca de ideias na F1, mas entende que nunca é tarde para mudar. “Somos culpados por não nos comunicar de maneira suficiente com nossos pilotos. Mas há uma boa vontade dos pilotos trabalhar conosco, sem dúvidas.”

A Pirelli pleiteia permanecer como fornecedora de pneus da F1 para o triênio que compreende as temporadas entre 2017 a 2019, mas enfrenta a concorrência da Michelin. O novo regulamento técnico que será adotado pela F1 compreende a adoção de carros com maior performance aerodinâmica e que sejam cerca de 6s mais rápidos que os atuais.

Até lá, e caso a Pirelli permaneça na F1, Hembery entende que será fundamental estreitar os laços com pilotos e equipes. “Essa discussão precisa ser algo aberto enquanto estamos definindo o que vai acontecer em 2017. Alguém pode não gostar do que será decidido, mas se é esse o rumo que o esporte está tomando, em seguida você tem de assumir isso, e então haverá muito mais diálogo”, salientou.

“Você pode até não concordar com o objetivo, mas se o esporte está rumando para uma direção, então tudo o que precisamos saber é se todos nós estamos buscando o mesmo futuro”, concluiu o engenheiro.

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