Pirelli admite que treino secreto "foi o melhor em três anos" e destaca valor de testes com carros atuais

A Pirelli afirmou que as equipes da F1 precisam acabar com a "paranoia" com relação aos testes de pneus. Enquanto continua os esforços para encontrar soluções para seus produtos na sequência do escândalo da atividade secreta com a Mercedes e as falhas vistas no GP da Inglaterra, a fabricante ressaltou que enfrenta dificuldades por ter de usar um carro ultrapassado – um modelo da Renault de 2010 – em seus testes. E é aí que mora a grande crítica do diretor de competições da fornecedora italiana, Paul Hembery.

O britânico acredita que é preciso usar carros mais atuais no desenvolvimento dos pneus, mas o maior obstáculo é o medo que as equipes possuem de ver um rival tendo uma vantagem injusta por conta dos testes. "Isso precisa mudar. Temos de fazer essas coisas de forma diferente", disse.

Os pneus foram os antagonistas do GP da Inglaterra (Foto: Getty Images)

"É possível fazer muitas coisas nos simuladores, mas não posso usar apenas um simulador, porque até isso pode significar que estamos dando uma vantagem a um determinado time", completou o dirigente. "Os níveis de paranoia são elevados porque a concorrência também é grande, mas em certo ponto isso tem de ser colocado de lado, porque precisamos fazer o nosso trabalho. Não nos importamos de fazer testes com cinco equipes diferentes, uma após a outra", acrescentou.

Hembery ainda afirmou que o teste secreto realizado com a Mercedes, em maio, na pista de Barcelona, ironicamente serviu para mostrar o quanto é vital para o fornecedor fazer treinos adequados de pneus. "Soa terrível quando digo isso, mas o melhor teste de pneus que fizemos em três anos foi com a Mercedes na Espanha", admitiu.

"Olhando de uma forma mais egoísta, do nosso ponto de visto, foi o melhor teste de pneus que fizemos. Nós tivemos carros e pilotos titulares, que trabalharam profissionalmente e nos deram exatamente o que precisávamos", completou.