Pilotos são quase isentos de culpa no desastre completo da Williams em 2019

Williams FW42 se mostrou um desastre completo desde a pré-temporada. O time pouco avançou e somou apenas 1 ponto em 12 corridas. Nas férias, o plano é pensar em ajustar a casa para 2020, já que qualquer avanço nas próximas corridas será em vão

É certo que uma penca de times não corresponderam às expectativas na Fórmula 1 em 2019, mas nenhuma equipe decepciona mais que a Williams. Ferrari não acompanhou o ritmo da Mercedes, a Renault não encostou no pelotão da frente com a chegada de Daniel Ricciardo e a Haas não manteve a margem de evolução vista no ano passado, mas nada supera uma equipe multicampeã amargando seguidas corridas nas últimas colocações e com apenas um ponto somado.
 
A Williams de 2019 é um resultado do desleixo da administração nos últimos anos. É certo que o casamento com o motor Mercedes resultou em atuações promissoras em 2014, mas o time, que não investiu em aerodinâmica, foi caindo ano após ano, deixando de participar do pódio e agora até deixando de brigar por pontos.
George Russell (Foto: Williams)
Entre a série de decisões erradas tomadas pelo equipe de Grove nos últimos anos, desde a briga com a BMW lá em 2005, temos as recentes contratações baseadas em dinheiro e que pouco ajudam na evolução do carro. Depois de dispensar o já questionável Sergey Sirotkin ao final de 2018, o time trouxe Robert Kubica, polonês que não corria na F1 desde o acidente no rali Ronde di Andora, que resultou em limitações físicas e interrompeu sua promissora carreira.
 
Por mais que as contrações de nomes como Lance Stroll, Sirotkin e Kubica não tenham sido lá grandes acertos, eles não carregam total culpa. O time pareceu perdido desde o início do ano, quando não colocou o carro na pista nos primeiros dias da pré-temporada e já dava a entender que 2019 seria um completo desastre.

A administração da Williams sofreu diversas turbulências com Claire Williams e Paddy Lowe batendo cabeça. Este último abandonando o barco no começo do ano. Uma teimosia absurda, sem aceitar o novo papel na Fórmula 1, insistindo muito em erros cometidos anteriormente e sem a humildade de passar o comando para frente. Surgiram interessados, mas todos descartados.

 
Na pista, um desempenho que precisa melhorar muito para ser chamado de pífio. Um carro completamente instável, que não corresponde ao nível da Fórmula 1 atual e que não poderia ser puxado ao seu limite, já que a equipe sequer tinha peças de reposição. Resultado? Tempos quase 107% mais lentos que o pole e diversas corridas fechadas três voltas atrás do vencedor.
George Russell e Robert Kubica (Foto: Williams)
Conforme a temporada avançou, o time foi tentando salvar o desastre para torná-lo menos feio. As atualizações não elevaram o carro para um novo patamar, mas o talentoso George Russell capitalizou em cima de falhas de pilotos como Lance Stroll, Kevin Magnussen e Antonio Giovinazzi para dar a impressão de melhora.
 
A tendência não é que o time melhore após as férias. Podem trazer novas atualizações, mas dificilmente algum avanço colocará o time em um patamar diferente, como avançar ao Q2 com mais regularidade. Apesar da situação triste, pensar em 2020 é a melhor opção no momento, tentar arrumar a casa para que o panorama não fique tão crítico.
 
O que complica é que a postura de “pensar no próximo ano” funcionou como um desastre completo nas últimas temporadas, já que sempre foi adotada e teve resultados péssimos. A permanência de Russell é um passo importante para a evolução, junto de algum piloto que seja capaz de não tomar um segundo dele em todo treino classificatório. Pode ser Nicholas Latifi, que talvez já teria espaço não fosse o empecilho da superlicença, pode até ser o perdedor da disputa entre Esteban Ocon e Valtteri Bottas na Mercedes.

Pilotos bons podem ser o início da trajetória de recuperação em Grove, e uma temporada sem grandes mudanças aerodinâmicas pode servir de alívio para uma possível evolução.

 
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