Gasly vê “metas claras” e admite que Alpine estuda troca motor Renault por rival na F1

Os bastidores da Fórmula 1 se tornaram agitados com a informação de que a Alpine estuda abandonar os motores Renault a partir de 2026. O que antes era uma notícia publicada pela revista inglesa Autosport, ganhou ares de oficial após Pierre Gasly apontar que o assunto já é discutido internamente na equipe francesa.

A Alpine tem passado por mudanças importantes nos últimos anos — algumas delas, acontecendo durante a temporada. Em 2023, foram sacados Otmar Szafnauer, chefe da equipe; Alan Permane, diretor-esportivo; Pat Fry, diretor-técnico; e Laurent Rossi, CEO da Alpine, logo após o GP da Bélgica. Bruno Famin assumiu a chefia interinamente, mas foi efetivado meses depois.

Porém, 2024 começou e o desempenho não chegou. Na segunda-feira seguinte ao GP do Bahrein, que abriu a temporada deste ano em março, Matt Harman, que assumiu a direção técnica no lugar de Fry, e Dirk de Beer, chefe de aerodinâmica, deixaram o time. Com isso, a Alpine se reestruturou e dividiu em três a área técnica. Joel Burnell é quem assume como diretor-técnico de engenharia. David Wheather vai cuidar da parte de aerodinâmica, enquanto Ciaron Pilbeam atuará em desempenho, todos sob efeito imediato. Os três responderão ao chefe de equipe, Famin.

Com tantas mudanças recentes, praticamente, apenas os motores não foram alterados. O time francês sempre seguiu com a unidade de potência da Renault, grupo que é um dos proprietários da equipe. No entanto, os propulsores são apontados há alguns anos como os menos potentes do grid — perspectiva que parece que não mudará para 2026, quando entrará em vigência um novo regulamento. Por essa questão, Famin já conversa com outras fabricantes.

“Como equipe, é importante considerar todas as opções e ter em mente o que é melhor em termos de desempenho. Os alvos são muito claros no time. Queremos ser competitivos, queremos brigar na frente”, declarou Gasly.

“Todas as conversas são muito abertas com a equipe, por isso confio na decisão da diretoria e não tenho nenhuma preocupação específica nesse sentido”, completou.

Com essa decisão, a Alpine deixará de ser uma equipe de fábrica para se tornar cliente. O indicativo é que a Red Bull seria a favorita nessa procura, assim, nenhuma outra montadora estaria atrelada ao time francês. O curioso é que a equipe da montadora Renault seria equipada com motores de uma empresa de bebidas energéticas.

Fora essa questão da imagem, Gasly não acredita que isso gerará uma desvantagem para a Alpine em termos de desempenho, pois os motores fornecidos para uma equipe-cliente terão mesma performance que a da matriz.

“Como time, não haverá limitação [deixar de ser equipe de fábrica]. Você é quem coloca seus limites. Essa é a vantagem. Podemos perder um pouco de flexibilidade, mas os regulamentos mostram que há paridade entre as diferentes partes, especialmente no motor”, apontou.

Apesar das constantes mudanças, a Alpine não deverá apresentar nenhuma atualização até as férias do verão europeu, que se darão após o GP da Bélgica, no dia 28 de julho. Porém, Gasly se mostra confiante de que colherão frutos até o final do campeonato.

“Tivemos muitas mudanças internas, seja na parte de gerenciamento, operação ou processos de fábrica. Melhoramos bastante em diferentes departamentos, o que não traz desempenho imediato para a pista. Identificamos muitos sinais vermelhos em diversas áreas, acredito que ajudará a melhorar e desenvolver o carro. Por enquanto, não temos a performance, mas sei que virá até o final do ano”, encerrou.

A Fórmula 1 volta entre os dias 21 e 23 de junho, em Barcelona, com o GP da Espanha, décima etapa da temporada 2024.

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