Oposição xiita fala em encontrar Ecclestone e planeja intensificar manifestações pacíficas no Bahrein

O principal grupo de oposição ao governo do Bahrein planeja intensificar as manifestações pró-democracia, mas de maneira pacífica, antes do GP de F1 em Sakhir, que acontece neste final de semana e que marca a quarta etapa da temporada. Os opositores acreditam que, com os holofotes virados para país por conta da corrida, será mais fácil mostrar a crise pela qual atravessa o reino insular.

Ali Salman Ahmed Salman, uma das principais lideranças do partido muçulmano xiita Al-Wefaq, acrescentou em entrevista à agência 'Reuters' que está também preparado para encontrar Bernie Ecclestone ― homem forte da F1 ―, a fim de promover o debate para uma reforma política no país árabe. "Estamos abertos para encontrá-lo", disse.

Manifestantes lutam por reforma política do Bahrein (Foto: Getty Images)

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Ecclestone também já se mostrou disposto a encontrar figuras da oposição barenita. Às vésperas da corrida, o dirigente inglês recebeu pedidos de parlamentares britânicos para que cancele a prova, que foi reintegrada ao calendário no ano passado depois do cancelamento em 2011, graças aos protestos violentos contra o governo.

Perguntado se encontrar um empresário estrangeiro como Ecclestone poderia ajudar em sua campanha, Salman respondeu: "Nós falamos o tempo todo sobre reforma, direitos humanos e democracia. Qualquer pessoa pode compartilhar dessas preocupações, porque são de interesse comum. "

O opositor afirmou ainda que a população do Bahrein deve aproveitar o aumento da atenção por conta da F1 para intensificar os protestos e se fazer ouvir. "Eu estou falando em manifestações mais pacíficas", disse. "Estou convidando a todos para compartilhar de protestos pacíficos para enviar uma mensagem para o mundo sobre a nossa necessidade de uma reforma democrática pacífica aqui", completou.

"Eu sou contra a violência. Nosso protesto está marcado para acontecer hoje e na sexta-feira. Mas não é contra a corrida em si", garantiu.  Ainda segundo o partido Al-Wefaq, espera-se que dezenas de milhares de pessoas participem da principal manifestação prevista para esta sexta-feira.