Opinião GP: Paciência ‘pública’ de Alonso com McLaren Honda dura sete corridas. Resta a ele tentar se divertir

A paciência está acabando: a discussão de Fernando Alonso com seu engenheiro pelo rádio durante o GP do Canadá foi a primeira insatisfação que o espanhol demonstrou em público diante da falta de performance da McLaren Honda em 2015

 HÁ MESES QUE SE ESPERAVA PELO momento em que Fernando Alonso e/ou Jenson Button estouraria, deixariam de lado os discursos ensaiados junto dos assessores e demonstrariam sua insatisfação com o problemático carro da McLaren Honda. Uma pequena amostra de frustração foi dada por Button depois do GP da Espanha. No entanto, a reação de Alonso pelo rádio durante o GP do Canadá deste domingo (7) chamou ainda mais a atenção.

 
Ainda no trecho inicial da prova, Alonso começou a ser alertado sobre o consumo de combustível do motor Honda. Seria preciso tirar o pé para administrar a situação até o fim da corrida. O espanhol não quis nem saber.
 
Passadas sete corridas, Alonso, um bicampeão do mundo, ainda não tem nenhum ponto marcado – só ele e os novatos Roberto Merhi e Will Stevens encontram-se nesta situação. No Canadá, com as longas retas do Circuito Gilles Villeneuve, o carro não era exatamente competitivo, mas ele estava envolvido em disputas acirradas por posição – e, aparentemente, era tudo o que ele queria.
Felipe Massa passou por Alonso sem tomar conhecimento da McLaren Honda (Foto: AP)

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Se não dá para vencer, pilotos buscam outras formas de ao menos sentirem prazer, diversão, de darem valor a si mesmos – o que não é fácil quando o equipamento, de fato, faz com que ele pareça “amador”, para usar a mesma palavra escolhida por Fernando. Seja por uma ultrapassagem, uma volta perfeita, bater o companheiro de equipe. Ou por dificultar a vida de alguém que vem muito mais rápido com um carro superior. Alonso deu muito trabalho para Sebastian Vettel nas voltas iniciais, sendo que eles quase se tocaram.

 
Há uma observação de mão dupla para se fazer sobre a revolta de Alonso: as conversas de rádio em si são um momento particular da equipe e do piloto, em que é preciso discutir situações referentes à corrida, tomar decisões, e é quase desumano querer pensar que tudo que se fala ali, no calor da corrida, é friamente pensado; ao mesmo tempo, os próprios pilotos sabem que tudo o que é falado pelo rádio é monitorado e já se aproveitaram diversas vezes disso para mandar recados, diretos ou indiretos.
 
E deve-se dizer, ainda, que há muitos casos em que o piloto, na pista, faz uma leitura melhor do que é necessário do que a equipe nos boxes. Jonathan Neale, mais tarde, falou que Alonso conseguiria chegar ao final se poupasse combustível mais tarde.
 
Mas, Alonso, coitado: falta confiabilidade, falta potencia e passou a faltar combustível também – problema que tende a se repetir no GP da Áustria.
 
Se o risco era grande de sequer chegar ao final, por que se preocupar com possíveis abandonos de outros pilotos? Ora bolas, deixe-me correr!
 
Eu não quero! Eu não quero!

Nós já temos problemas agora, pilotando assim, parecendo amadores. Então eu quero correr e depois concentrar no combustível!


O Alonso que apareceu depois da corrida para dar entrevistas já estava mais calmo, de volta àquele discurso ensaiado, contornando a situação de uma hora mais cedo. Fez questão de pedir paciência aos fãs e deixou claro: tem coisa boa vindo por aí.
 
Até lá, Alonso não tem muito o que fazer. Tem contrato para os próximos anos e, enquanto essa coisa boa não chega, não terá muito a fazer a não ser tentar se divertir.


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