Na Garagem: Fittipaldi quebra e Reutemann vence primeiro GP do Brasil

Há exatos 45 anos, em 30 de março de 1972, o Brasil recebia a F1 pela primeira vez para uma corrida extra-campeonato. O público que compareceu ao autódromo de Interlagos viu Carlos Reutemann vencer pela primeira vez no Mundial depois de uma quebra de Emerson Fittipaldi, que liderava a corrida

Há exatos 45 anos, a F1 desembarcou pela primeira vez em Interlagos para o GP do Brasil. Em 30 de março de 1972, o Mundial veio a São Paulo para uma prova extra-campeonato, uma exigência da época para incluir a etapa no calendário do ano seguinte.

 
Inaugurado na década de 1940, Interlagos recebeu em sua primeira corrida apenas 12 pilotos, já que a prova não contava pontos para o campeonato, mas viu só seis receberem a bandeirada após as 37 voltas da disputa. A maior parte das quebras se deu ainda no início da disputa, incluindo aí a de José Carlos Pace, que mais tarde daria nome ao autódromo.
Carlos Reutemann venceu o primeiro GP do Brasil (Foto: Reprodução)

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Pole-position em sua corrida de casa, Emerson Fittipaldi caminhava para uma vitória tranquila, mas encorpou a lista de abandonos com cinco voltas do fim quando teve de recolher aos boxes por conta de um problema com o braço esquerdo da suspensão traseira da Lotus.
 

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Na época, falando ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, Fittipaldi não escondeu sua frustração.
 
“Perder uma prova quase ganha e, principalmente, na frente do público brasileiro, é muito chato”, declarou.
 
Com a saída de Emerson, Carlos Reutemann cruzou a linha de chegada na ponta para comemorar sua primeira vitória na F1. O argentino conquistou outros 12 triunfos em corridas regulares do Mundial, entre eles os GPs do Brasil de 77, 78 e 81, sendo os dois últimos disputados no hoje extinto autódromo de Jacarepaguá.
 
1min27s656 atrás de Reutemann, Ronnie Peterson ficou com o segundo posto, à frente de Wilson Fittipaldi, o melhor brasileiro entre os três que disputaram aquela corrida. O outro foi Luiz Pereira Bueno, que conseguiu um sexto posto, duas voltas atrás do vencedor.
 
A disputa em Interlagos contou ainda com Helmut Marko, Dave Walkner, Alex Soler-Roig, Henri Pescarolo, Peter Gethin e Jean-Pierre Beltoise.
 
Embora não contasse pontos para o campeonato e tivesse um grid enxuto, o primeiro GP do Brasil de F1 foi um sucesso. De acordo com o jornal ‘Folha de S. Paulo’ de 31 de março de 1972, a prova, que foi realizada às 16h de uma quinta-feira, já pela manhã tinha ocupada a arquibancada com capacidade para 55 mil torcedores.
Emerson Fittipaldi fez a pole e liderou, mas acabou abandonando (Foto: Reprodução)
Além disso, graças ao parco policiamento, várias pessoas pularam os muros e se instalaram no gramado para acompanhar a disputa, no que o jornal paulistano descreveu como “um gigantesco piquenique”.
 
A corrida de estreia da F1 no Brasil teve uma renda de Cr$ 1,5 milhão (cerca de R$ 545,45), a maior registrada até então em um evento esportivo.
 
O Mundial de F1 de 1972 terminou com a conquista do primeiro dos dois títulos de Emerson Fittipaldi na categoria, com Stewart e Hulme completando o top-3 na classificação. Entre os Construtores, a vitória ficou com a Lotus, dez pontos à frente da Tyrrell.
 
A F1 retornou ao Brasil em 11 de fevereiro de 1973 para o primeiro dos 44 GPs disputados até aqui.
 
Hoje diretor de imprensa do GP do Brasil de F1, Castilho de Andrade participou da cobertura jornalística daquela corrida inaugural e contou ao GRANDE PRÊMIO sobre suas memórias daquele 30 de março.
 

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“O público foi ótimo”, recordou Castilho. “Na semana do GP, eu acho que a venda de ingressos acabou crescendo muito em cima da hora, então eu me lembro que eu estava no jornal, lá no Estadão, no Jornal da Tarde, que era lá no centro da cidade, na segunda-feira à noite, o Emerson e o Ronnie Peterson apareceram de repente na redação do jornal, levaram um bolo de ingressos e falaram: ‘Olha, distribui para os seus amigos, leva o pessoal do jornal, vê se vai mais gente. A gente tem que levar um público muito bom ou a gente não consegue colocar o Brasil no calendário’”, seguiu.
 
“Na verdade, a preocupação foi excessiva, porque, realmente, acabou tendo um público excepcional. Eu que já frequentava Interlagos há algum tempo nunca vi o autódromo tão cheio daquele jeito”, comentou. “E o público foi crescendo. No ano seguinte teve mais”, apontou.
 
Castilho lembrou também que, mesmo antes da conquista dos títulos mundiais, Emerson Fittipaldi teve um papel central para atrair a torcida ao autódromo paulista.
 
“Era muito diferente o clima. A organização era muito diferente”, frisou. “O Antônio Carlos Scavone, que era o promotor do GP, antes da corrida ele me falou: ‘Ah, você não sabe, isso aí é muito difícil de fazer’. Ele mesmo estava cansado, porque não existia ainda a FOM. As equipes trabalhavam individualmente, não havia uma organização que conjugava todas as equipes, então eles tinham de fazer os convites, os acertos, individualmente. Tinham de ir na Ferrari, tinham de ir na Tyrrell, tanto que não veio todo mundo para cá”, comentou. 
 
“Como a prova não era válida para o campeonato mundial — embora fosse obrigado ter essa corrida, porque, na época, a FIA exigia uma corrida para homologar o autódromo para a categoria. Então tinha de ter uma corrida onde eles avaliavam se o autódromo e a organização reuniam condições de necessárias para depois entrar no campeonato mundial. Mas, mesmo assim, acabou não vindo todo mundo. Não veio Ferrari, não veio Tyrrell… Mas isso não afastou o público”, ponderou. “O pessoal não conhecia a F1. Havia uma curiosidade grande. O Emerson já tinha vencido a primeira corrida em 70, embora a participação dele no campeonato de 71 tenha sido muito ruim — porque os caras fizeram uma experiência com uma Lotus turbo que não deu certo —, mas, de qualquer forma, mesmo o Emerson ainda não sendo campeão mundial, era uma promessa, já era um ídolo esportivo em ascensão. Não há a menor dúvida de que ele acabou sendo o polo principal para promover bem o GP”, ressaltou.
 
Questionado pela GP se o interesse do público pela corrida foi uma surpresa na época, o jornalista respondeu: “Tanto surpreendeu que o Emerson estava meio assustado na semana do GP, chegando lá e levando ingresso”.
Cobertura da imprensa foi intensa no primeiro GP do Brasil de F1 (Foto: Reprodução)
“O próprio Antônio Carlos Scavone ficou surpreso. O público reagindo bem, muita gente… O noticiário de mídia foi muito forte, foi muito intenso nos dias que antecedam a corrida. A partir do GP da Argentina, quando se oficializou que ia ter essa corrida extra aqui no Brasil, a imprensa começou a der um destaque enorme. O interesse foi crescendo, crescendo, até às vésperas da corrida. Era um negócio legal, uma coisa nova. O Brasil já tinha feito temporada de F3, depois foi fazer a de F2, mas F1 era a primeira vez, então é claro que, para quem frequentava o autódromo, era uma coisa superinteressante, mas essa questão do Emerson ser um ídolo em ascensão teve um peso muito grande. Sem dúvida nenhuma”, salientou.
 
Castilho também se lembra da reação do público ante a quebra de Fittipaldi e a vitória do argentino Reutemann.
 
“Foi um anticlímax”, resumiu. “O Emerson estava bem na frente, a expectativa era de que ele ganhasse até com relativa facilidade, mas quebrou a suspensão e ele ficou. Mas foi legal, foi legal. Aquilo foi no fim só. O público ficou lá até o fim da corrida, até a bandeirada, todo mundo depois querendo entrar, pedir autógrafo, e teve um clima bem legal, bem interessante”, falou.
 
45 anos mais tarde, Castilho avalia que o GP do Brasil é hoje bastante diferente daquela primeira corrida em Interlagos.
 
“Mudou um monte de coisas. Mudou a forma como você via… O autódromo era um autódromo que, primeiro, não tinha a estrutura que ele tem hoje, então você conseguia ver… Os jornalistas, por exemplo, sentavam no morrinho ali de costas para a reta dos boxes. Você sentava no morro e via a pista inteira. Então já começava por aí”, apontou. “Segundo que o pessoal podia acampar dentro do autódromo, então lá na reta oposta enchia de barracas. O pessoal ia e passava três dias lá dentro. As normas de segurança para o público não eram tão intensas como é hoje. O pessoal assistia a corrida muito de perto da pista”, lembrou. 
 
“Ainda não era um evento com as dimensões que ele tem hoje, era uma coisa mais simples e mais artesanal. As pessoas andavam por dentro, o acesso aos pilotos era muito mais fácil. Os caras iam cercar o Emerson e outros pilotos na saída do autódromo, os caras paravam, ficando conversando, dando autógrafo e tal, então o ambiente era diferente”, concluiu.

 

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