Na Garagem: Massa quebra domínio da Mercedes e crava pole com Williams na Áustria

A manhã de 21 de junho de 2014 foi de êxtase no Brasil com Felipe Massa. Em uma temporada absolutamente dominada pela Mercedes, no ano que marcou o início da supremacia prateada na Era Híbrida, apenas uma corrida não teve um carro do time na pole: o GP da Áustria, com a Williams de Massa.

Assim como aconteceria nos dois anos seguintes, a F1 2014 foi um monólogo da Mercedes. O que salvava a categoria na época era a rivalidade quente dentro dos boxes prateados, com Nico Rosberg e Lewis Hamilton disputando cada palmo. No fim, o inglês foi campeão duas vezes no período, enquanto que o alemão levou a melhor em 2016 — e resolveu se aposentar. Mas 2014 proporcionou boa disputa entre eles e, na Áustria, Nico dava sinais de que poderia, sim, derrotar Lewis.

Mas antes de chegarmos ao domingo, foco no sábado, no feito de Massa. Aquele campeonato teve 19 etapas realizadas, com 7 poles de Hamilton, 11 de Rosberg e a solitária de Felipe, que veio com performance impressionante no Q3 do Red Bull Ring.

Massa e o companheiro Valtteri Bottas foram crescendo de produção ao longo da classificação. No Q1, liderado por Hamilton, andaram mais de 0s7 mais lentos que o inglês. No Q2, que teve Rosberg na ponta, Valtteri já emparelhou, enquanto Felipe virou cerca de 0s25 acima. Havia uma disputa real pela pole, sim. Algo fora da curva naquele ano.

Veio o Q3 e as Williams falaram alto. A sequência começa com Bottas indo para frente e, depois disso, a Mercedes se perde: Hamilton escapa da pista, Rosberg comete um pequeno erro também e Massa, com cronômetro zerado, surge em volta espetacular, registrando 1min08s759 e ficando na frente. Bottas completou a primeira fila da Williams, com Rosberg em terceiro e Hamilton só em nono.

“Logo antes de entrar no carro, meu filho me deu um pequeno boneco do Neymar, então estava com uma sensação positiva”, declarou Felipe ao GRANDE PRÊMIO, que cobria a corrida ‘in loco’. Era ano de Copa do Mundo no Brasil e a competição vivia a reta final da fase de grupos.

Aquela seria a última pole de Massa na F1, mas não só isso: a própria Williams, de lá para cá, nunca mais largou na posição de honra. O time de Grove, aliás, tem só inacreditáveis três poles de 2010 para cá: além da de Massa, a lendária de Nico Hülkenberg em Interlagos e a da vitória de Pastor Maldonado na Espanha, em 2012.

Na corrida, Felipe teve uma atuação bastante sólida, mas não teve como segurar o ímpeto do carro histórico da Mercedes. Rosberg passou o brasileiro com undercut na primeira parada nos boxes, enquanto Hamilton repetiu o procedimento na segunda.

Rosberg venceu a corrida com 1s9 de frente para Hamilton, com ambos sofrendo de superaquecimento nos freios e, mesmo assim, dominando a prova. Bottas levou a melhor na batalha das Williams e fechou o pódio, com Massa em quarto.

Apesar de ter tido a última pole na F1 naquele fim de semana, Massa ainda teve outros momentos marcantes na categoria antes de deixar o grid: foram mais cinco pódios na conta do brasileiro que, após 2013, havia deixado a Ferrari.

A Fórmula 1 volta neste fim de semana, entre os dias 21 e 23 de junho, em Barcelona, com o GP da Espanha, décima etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como de todas as provas do ano.

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