Na Garagem: Berger quebra supremacia da McLaren e vence em Monza após morte de Enzo Ferrari

Há exatos 30 anos, Enzo Ferrari morria em sua casa, em Modena - mas a revelação só ocorreria dois dias depois, por um pedido inusitado do fundador da mais famosa escuderia do automobilismo mundial. Semanas depois, a Ferrari conquistaria, também, uma vitória quase que milagrosa em Monza

O dia 14 de agosto é um dos mais marcantes da história da Ferrari: é o dia no qual seu fundador, Enzo, faleceu. A morte foi sem dramas: aos 90 anos, deixou o mundo em casa, em Modena. Mas com curiosidades, lembradas agora, exatamente 30 anos depois.

A primeira é que o fundador da mais famosa escuderia da história do automobilismo só permitiu que sua morte fosse divulgada no dia 16 de agosto de 1988. O motivo? Quando nasceu, em 18 de fevereiro de 1898, sua família não pôde registrá-lo por este período, devido uma nevasca que atingia Modena. Assim, ele quis "compensar" estes dias – e, consequentemente, fez com que apenas sua família estivesse no velório.

Depois, é preciso lembrar de um acontecimento que acabaria marcando a equipe – por ser daqueles "milagres" que o esporte produz de tempos em tempos.

Se Ferrari morreu com seis títulos de Construtores e nove de Pilotos sob seu comando na F1, é preciso recordar de uma simples vitória ocorrida semanas após sua morte. Precisamente no dia 11 de setembro de 1988, quando tal data ainda trazia mais marcas esportivas do que de eventos conflituosos e hostis da sociedade.

O túmulo de Enzo Ferrari, em Modena (Foto: Reprodução/Twitter)

Em 1988, a McLaren venceu 15 das 16 corridas da temporada da F1. Oito desses triunfos ficaram com o campeão mundial Ayrton Senna, enquanto sete ficaram com seu companheiro Alain Prost. Mas o GP restante é daqueles que ficam com ares de milagre, mistério.

Naquele 11 de setembro, Monza recebeu o primeiro GP da Itália pós-morte de Ferrari. E sua equipe conseguiu quebrar a supremacia da McLaren com dobradinha: Gerhard Berger venceu, Michele Alboreto foi o segundo.

Como que para homenagear o fundador da escuderia, a Ferrari tirou o triunfo do inesperado. Na classificação, por exemplo, a McLaren que fez o 1-2, com Senna à frente de Prost.

Só a partir do 35° giro em Monza que a torcida ferrarista pôde começar a rezar pela vitória. Foi ali que Prost, então líder, começou a ter problema em sua ignição e acabou sendo ultrapassado pela dupla vermelha. Em seguida, Prost abandonaria, no único problema mecânico da McLaren em todo o ano. Você acredita em milagres?

Gerhard Berger foi o único que venceu em 1988 além dos dois pilotos da McLaren (Foto: Getty Images)

Senna foi perdendo a vantagem que possuía para a dupla aos poucos. Até que, faltando duas voltas para o final, ele foi acertado por trás enquanto dava volta em Jean-Louis Schlesser, que substituia Nigel Mansell, que estava com catapora.

O novo abandono abriu caminho para a história ser feita pela Ferrari: Berger segurou Alboreto, que havia  tirado 4s para o companheiro nas voltas finais, e venceu por cerca de meio segundo. 

A história diz que Schlesser, o piloto que permitiu que a vitória saísse das mãos de cena, foi cumprimentado por um torcedor ferrarista pelo feito. O fato é que, milagre ou não, as arquibancadas de Monza foram felizes de um jeito inesperado – daqueles que só o esporte proporciona.

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