Mercedes recupera força e se põe favorita no Japão. Red Bull surpreende

A F1 decidiu se antecipar à previsão de caos por conta do tufão Hagibis e cancelou as atividades de sábado. Com isso, a sexta-feira ganhou ainda mais importância, e as equipes trabalharam muito em Suzuka. A Mercedes se destacou e foi escandalosamente mais veloz que suas rivais, se colocando, portanto, como favorita à pole e à corrida

A Fórmula 1 desembarcou no Japão já sabendo que o fim de semana será pouco comum. A aproximação do supertufão Hagibis trouxe preocupação de todos os lados, e a organização em Suzuka, em conjunto com o Mundial, tomou a sensata decisão de cancelar todas as atividades do sábado, dia em que chuvas torrenciais e ventos fortes devem atingir de maneira severa a região do circuito japonês. Assim sendo, a definição do grid passou para o domingo pela manhã, quatro horas antes da largada. Isso se tudo ocorrer como planejado. Ou seja, se a previsão de tempo melhor se confirmar. Caso contrário, a tabela de tempos do segundo treino livre desta sexta-feira é que vai determinar o grid. Portanto, o dia de hoje ganhou contornos ainda mais dramáticos, além de um trabalho redobrado para pilotos e equipes. Em qualquer cenário, porém, a F1 tem uma única favorita. 
 

As duas sessões foram disputadas com pista seca e temperaturas na casa dos 25ºC, com o abrasivo asfalto nipônico variando entre 30ºC e 33ºC. Ainda na calmaria de sexta-feira (11), a Mercedes surgiu com força, recuperando, ao menos neste início de fim de semana, a superioridade técnica que esbanjou, especialmente, no início do campeonato. Valtteri Bottas e Lewis Hamilton comandaram os treinos livres, andando consistentemente mais velozes que seus oponentes, e isso em termos de classificação e ritmo de corrida.
 
O caso é que os prateados trouxeram um pacote pequeno, mas interessante de atualizações para Suzuka. Depois de ver a Ferrari comandar esse início de segunda fase de campeonato – afinal, os vermelhos venceram três das últimas quatro corridas –, os alemães entenderam que era necessário reagir. As principais novidades estão nas laterais do W10, com novos elementos nos sidepods, além dos bargeboards. 
Lewis Hamilton andou muito próximo ao companheiro de equipe (Foto: Mercedes)
As mudanças promoveram uma maior velocidade ao carro, que se mostrou rápido, principalmente nos primeiros dois setores do traçado. Como dito, a Mercedes também apresentou uma grande performance em ritmo de classificação. Usando os pneus vermelhos macios – que aqui estão um estágio mais duro –, Bottas fechou o dia com a marca de 1min27s785, sendo exatamente 0s100 mais veloz que Hamilton. Para dizer que nada atrapalhou as atividades dos prateados, Valtteri chegou a rodar durante o TL2, mas nada que lhe tirasse o bom desempenho.
 
Bem, dessa forma, é possível concluir que a pole deve ficar entre os dois caras da Mercedes. Mas o que assustou mesmo a concorrência foi o ritmo de corrida de ambos. Tanto com pneus vermelhos macios quanto com os compostos amarelos médios, a dupla se destacou pelo desempenho consistente e forte, chegando a impor 1s de vantagem sob os carros da Ferrari. 
 
Bottas e Hamilton abriram a simulação de corrida com os pneus vermelhos, andando na casa de 1min34s7. Depois, os doois trocaram para os compostos médios. O finlandês teve um stint até maior, mas guiando também em 1min34s, mas Hamilton foi melhor, virando 1min33s8 como tempo mais rápido.
Charles Leclerc foi o melhor homem da Ferrari nesta sexta (Foto: AFP)
Já a equipe italiana se deparou com problemas antigos e também teve a performance afetada pelo tráfego em voltas rápidas. A SF90 revelou um desgaste maior de compostos. Sebastian Vettel chegou se queixar sobre o comportamento dos pneus traseiros, e a Ferrari pediu que tentasse cuidar melhor deles. Em classificação, o tetracampeão acabou o dia a quase 0s6 da marca do líder Bottas, na quinta colocação. Charles Leclerc aproveitou uma saída final para tentar melhor seu tempo e pulou para quarto, superando em poucos décimos o giro do colega de equipe. É bem verdade que o monegasco pegou muito trânsito, mas também é certo dizer que a Ferrari vai precisar de mais tempo para se acertar com as primeiras partes dessa pista, onde deveria ter sido mais veloz que suas adversárias.
 
O desempenho em corrida também preocupa os italianos. Os engenheiros dividiram a simulação entre seus dois pilotos. Vettel abriu o stint com os médios, enquanto Leclerc foi com os macios. Nenhum deles conseguiu andar no 1min34s da Mercedes. Na verdade, os vermelhos viraram tempos até 1min37s, em um déficit enorme em relação à Mercedes e também àquilo que vinham apresentando até aqui.
 
Não à toa, Leclerc admitiu a surpresa com a não performance. "Parece que estamos perdendo ritmo neste fim de semana, o que é uma surpresa. Nós fomos muito fortes nas últimas quatro corridas e esperávamos o mesmo aqui. A simulação de corrida na comparação com a Mercedes não é nada boa. Acho que estamos bem em relação à Red Bull, mas temos de verificar os dados. Em classificação, parece que temos um pouco mais de ritmo, mas temos de trabalhar melhor nisso. O carro não está ruim, o equilíbrio é bom, mas parece que temos uma perda de aderência no geral", relatou o monegasco.
Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
E Charles tem razão quando fala da Red Bull. A equipe austríaca se mostrou mais competitiva nesta sexta-feira. Max Verstappen se enfiou entre os carros da Mercedes e da Ferrari, e ficou apenas a 0s281 de Bottas. Só que, em ritmo de corrida, o holandês foi capaz de se aproximar um pouco da Mercedes, cravando voltas em 1min34s, variando até 1min36s, o que é melhor do que a performance ferrarista.
 
A esquadra dos energéticos também veio apoiada por atualizações na asa traseira, além da especificação 4 do motor da Honda. Os japoneses vêm se preparando há meses para a corrida caseira e não querem fazer feito. A força do motor deve colocar a dupla taurina na briga, ao menos pelo pódio.
 
Diante disso, a expectativa é de uma Mercedes favorita e uma luta mais próxima entre Ferrari e Red Bull. A McLaren vai mesmo liderar o apertado pelotão intermediário.

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