Verstappen dita ritmo e chama McLaren para embate, mas GP da Áustria reserva mais

Max Verstappen esmagou a concorrência neste sábado (29) na Áustria. O tricampeão não só venceu a sprint pela manhã, como voltou à tarde para cravar a sétima pole consecutiva no Red Bull Ring. E ainda impôs uma larga diferença para o segundo colocado, Lando Norris, como quem chama o rival para o desafio. A McLaren, de fato, tem potencial para a briga, e isso por si só já amplia a expectativa para a corrida deste domingo, que possui também outras histórias interessantes

Desta vez, ninguém foi páreo para Max Verstappen. Determinado a retomar o posto de domínio na temporada, o tricampeão usou bem as mudanças feitas pela Red Bull no manhoso RB20 e comandou o sábado (29) na pista que leva o nome da marca dos energéticos. E o neerlandês é o favorito à vitória no GP da Áustria não só pelo insolente triunfo na sprint ou a pole-position do domingo, mas principalmente pela maneira como domou bem e anulou seus rivais, ao ponto de Lando Norris se ver como um amador.

Há muitas camadas no que se viu hoje. Tecnicamente, os taurinos fizeram um enorme trabalho em melhorar o equilíbrio do carro azul marinho e neutralizar os problemas em zebras mais altas. É claro que o circuito austríaco sofre bem menos com ondulações, e isso certamente foi um alento para as garagens de Christian Horner. No entanto, foi Verstappen quem fez a diferença, tanto no confronto vencido contra a McLaren pela manhã — quando superou a dupla laranja logo no início e não tomou mais conhecimento, quanto à tarde, quando cravou a pole, controlando bem todos os setores do traçado — estabelecendo uma diferença de 0s4 em cima do inglês #4. A performance, na real, é um chamado aos adversários, como quem pede mais.

“O carro e Max estavam absolutamente na janela ideal de funcionamento. Quatro jogos de pneus e todas as voltas foram boas o suficiente para a pole. Isso é resultado de um pouco de tudo, desde o que aprendemos ontem até o ótimo trabalho que os engenheiros fizeram com os dados que foram coletados. É um prazer ver o Max guiando dessa forma”, reconheceu o chefe Horner.

Como se sabe, quanto mais confortável no carro, mais potente será o desempenho. Mas há uma corrida inteira pela frente e, sim, a Red Bull parece neste momento, ao menos com o carro #1, ter o equipamento mais veloz, só que ainda há essa McLaren versátil, que deu trabalho nas últimas corridas e até mesmo na sprint. O ritmo está lá e parece muito semelhante a da rival, como a corrida curta comprovou. A questão é saber o quanto Norris está disposto a arriscar.

Pela terceira vez seguida na temporada, Max e Lando vão dividir a primeira fila. O neerlandês venceu quase sempre o duelo e, desta vez, parece querer subir o sarrafo um pouco mais. De toda a forma, a McLaren se mostra preparada e fala em “chances reais”, porque, de fato, é isso mesmo, ainda que tenha de lidar com o revés de Oscar Piastri. O australiano havia feito o terceiro tempo, mas teve a volta deletada e terá de sair de sétimo. Ou seja, Lando terá pela frente a possibilidade da revanche do que aconteceu na semana passada, quando foi superado pelo líder do campeonato logo na largada. E ambos em quase igualdade de condições em termos de estratégia.

“Depois de um resultado positivo na sprint, onde somamos bons pontos, precisávamos voltar à pista mais uma vez para a classificação, que se mostrou mais complicada do que a da sprint de ontem. Foi difícil fazer boas voltas”, afirmou o chefe Andrea Stella. “Mas o segundo lugar dá oportunidades reais. Fomos competitivos na sprint e esperamos encontrar uma maneira de sermos melhores no GP da Áustria”, completou.

Interessante dizer também que o GP da Áustria ainda reserva outra disputa mano a mano das mais intrigantes. Mercedes e Ferrari agora se enfrentam novamente, mas em uma condição mais parelha do que no GP da Espanha do último domingo. George Russell é o terceiro do grid e ainda sonha em repetir a enorme largada de sete dias atrás — também é um temor para a primeira fila. De toda a forma, a equipe alemã promoveu mudanças certeiras no W15 entre a sprint e a classificação, e isso a colocou em uma posição de força. É claro que ainda não é capaz de brigar com as duas ponteiras, mas o ritmo no geral se mostrou decente, como a prova curta corroborou.

“Como vimos ontem, Max estava intocável nas curvas de alta velocidade durante a segunda metade da volta, e as duas McLaren permaneceram irritantemente próximas de nós, mas não ao alcance”, lamentou Toto Wolff. “Nossos pilotos estão separados por apenas 0s060 — e há outro carro entre eles. Herdamos uma posição de Piastri, que coloca ambos os carros no lado limpo do grid de largada, e esperamos ter um bom desempenho a partir daí para marcar o máximo de pontos possível.”

A McLaren tem potencial para vencer, mas será capaz? (Foto: McLaren)

“A sprint mostrou que as quatro primeiras equipes estão muito próximas, e 0s1 de ritmo no momento certo do stint pode ser decisivo, por isso esperamos poder manter o bom momento no GP da Áustria”, completou.

A sensação é muito semelhante nos boxes ferraristas. Assim como a rival, os italianos também foram provocados a alterar o acerto da SF-24, que estava perdendo muito nos trechos mais rápidos do circuito. O carro ganhou equilíbrio ao ponto de o time entender que estava em uma briga pela pole. “No geral demos um pequeno passo à frente em relação a ontem”, explicou Frédéric Vasseur. “E a verdade é que esperávamos brigar na ponta. Melhoramos no último setor, mas ainda sofremos muito em algumas curvas”, admitiu.

Mesmo assim, a diferença entre os quatro carros foi de apenas 0s2. “É um fim de semana muito complicado, parece que estamos definitivamente um passo atrás da Red Bull e da McLaren e lutando com a Mercedes”, confirmou Carlos Sainz, o quarto no grid, à frente de Lewis Hamilton e Charles Leclerc — que ainda escapou da pista na parte final da classificação.

O espanhol detalhou um pouco mais as escolhas da Ferrari. “As mudanças deixaram o carro um pouco mais rápido, mas também um pouco mais no limite, por isso foi muito complicado acertar a volta. Estou feliz porque acho que conseguimos, estamos em quarto lugar e se tivessem me proposto isso antes da classificação, seria um resultado que aceitaria.”

George Russell à frente de Lewis Hamilton: a Mercedes ganha nova chance de pódio (Foto: Mercedes)

E como tempero desse confronto que se desenha entre italianos e alemães, há ainda um Piastri saltando do sétimo posto, com um carro potencialmente poderoso e ávido por apagar a corrida discreta da semana passada.

Diante desse cenário, com possíveis duas batalhas de peso na Áustria, a estratégia vai, de novo, desempenhar um papel fundamental. A degradação tende a ser alta, especialmente devido ao clima quente. O sábado registrou temperaturas acima dos 50ºC, e isso deve ser repetir neste domingo, com chance zero de chuva. Por isso, para a corrida de 71 voltas, serão necessários dois pit-stops, em uma mistura de pneus médios e duros. A sprint mostrou que o composto amarelo tem grande rendimento, mas o calor será crucial. O uso do macio não está totalmente descartado, mas vai depender de alguma interrupção, especialmente na parte final da prova.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Áustria de Fórmula 1 e transmite classificações e corridas em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após treinos livres e classificações, além de antes e depois das corridas. No domingo (30), os pilotos disputam a corrida no Red Bull Ring a partir das 10h (de Brasília, GMT-3).

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