Haas paga preço por carro de volta única e começa a sucumbir na ‘F1 B’

A Haas na F1 2023 tem seis vezes largando dentro dos dez primeiros e apenas três chegando nos pontos. A péssima proporção é o grande mote do texto de hoje, pegando carona em uma reclamação dos pilotos que tem sido recorrente: os americanos fizeram um carro rápido, sim, mas para uma volta. Não mais do que isso. E o resultado é obviamente ruim.

Para quem se animou tanto no início do ano e chegou a pensar para valer na sexta posição do Mundial de Construtores, a realidade que bate à porta é da oitava posição parcial. E com o pessoal que vem abaixo perto. Não está legal.

Antes da gente falar dos problemas, façamos aqui um rápido contraponto. É que a Haas nitidamente está melhor do que em 2020 e 2021, por exemplo, quando se arrastou miseravelmente e sofreu tanto com problemas financeiros. Mas, vamos, lá: dá para cravar que 2023 vai ser mais positivo que 2022? Difícil.

No ano passado, a Haas começou forte e foi minguando bastante por falta de grana, depois da saída do patrocínio gordo de Nikita Mazepin e a ausência de boas atualizações. O resultado foi o oitavo lugar geral, mas com 37 pontos. A Haas chega a 37 em 2023, tendo 8 depois de oito provas, ou seja, média de 1 por corrida? Também bastante difícil.

Outro ponto positivo do time chefiado por Guenther Steiner para a atual temporada foi a chegada do experiente Nico Hülkenberg: bom piloto, rápido, talentoso, experiente. E na vaga de um Mick Schumacher que, definitivamente, não entregou o necessário para seguir no grid. Então, com Hülk e Kevin Magnussen, há uma dupla decente ali.

Em paralelo, a utilização de uma série de caminhos usados pela Ferrari, fornecedora de motores do time. Isso também teve lá suas vantagens, mas a coincidência – ou será que não é só coincidência? – é terrível: a Haas, tal qual a Ferrari, mingua de sábado para domingo e tem um carro que trucida os pneus. Mas, assim, trucida mesmo.

“Preferiria que fosse o contrário: força na corrida, não na classificação, mas é a tendência e característica que vimos até agora na temporada. Precisamos tentar equilibrar isso entre os sábados e os domingos”, disse Nico depois do GP da Espanha, mas poderia ser em quase qualquer outro.

O que rolou no GP do Canadá foi um golpe duríssimo para a combalida equipe de Gene Haas. É que Hülk fez o segundo melhor tempo, largou em quinto por uma punição e sucumbiu totalmente na corrida. O alemão chegou a fazer um pit-stop quase junto com Pierre Gasly. Sendo que o rival tinha largado de pneus macios e Nico de médios. Não pode acontecer um troço desses.

Hülk já parecia saber desde sábado que o caminho no domingo seria de queda livre sem escalas, mas foi deprimente de ver a Haas, de novo, em uma corrida, chegando em 15º. Vamos colocar isso em números: nas últimas três etapas, a melhor posição foi uma 15ª colocação. Em oito provas, os caras chegaram no top-10 em três oportunidades, ou seja, menos até do que a Alfa Romeo, que se arrasta em 2023.

A Haas não briga mais fortemente pela sexta posição, parece ter perdido o bonde da McLaren, por exemplo, mas pode entrar em situação ainda pior. Diante do crescimento da Williams, a nona colocação do pelotão é logo ali e aí, meu amigo, os americanos voltam para onde mais temiam. A Haas, hoje, é um time de ponta da ‘F1 B’ no sábado e outro de rabeira da ‘F1 C’ no domingo.

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