Ferrari ratifica domínio e larga favorita, mas vitória fácil não é tão óbvia

A Ferrari fez o que se esperava dela: com uma incrível velocidade de reta, a equipe vermelha colocou seus dois carros na primeira fila. Pole, Charles Leclerc foi ainda melhor e colocou quase 0s8 em cima do companheiro Sebastian Vettel, fazendo do time italiano franco favorito à vitória. Mas o triunfo não parece tão óbvio, uma vez que a esquadra de Maranello luta contra seus próprios erros, além de uma vantagem a favor dos rivais que pode vir em função do clima

Que fique bem claro que não foi nenhum trabalho exaustivo durante as férias que deu à Ferrari este exorbitante resultado. Lá no começo do ano, já era possível compreender que, em meio ao bate-cabeça e o vuco-vuco, havia ali um motorzão de cair o queixo que já apontava a dobradinha Bélgica-Itália como ideal para a Ferrari. O que não se esperava era esse sabão que Charles Leclerc passou em Sebastian Vettel. 0s746 é a maior diferença no grid, em pista seca, desde o GP da Rússia de 2016, quando Nico Rosberg se valeu de um problema de Lewis Hamilton no Q3 para colocar 1s119 em Valtteri Bottas, então na Williams. E é isso o que pode, eventualmente, tirar o sono dos tifosi.
 
Se a Ferrari tinha uma lição a aprender neste período sem corridas, era a de que deveria abrir mão de toda e qualquer ordem de equipe para beneficiar seu piloto teoricamente principal. Os GPs de China e Espanha devem ter fotos expostas no mural ‘attenzione’ da entrada da sede em Maranello. O ano já está entregue. Não há como disputar mais o título. Que se tire, pois, o melhor dos dois. E o melhor é, claramente, Leclerc. Não há tráfego que explique Vettel tomar tanto tempo, até porque é só analisar o que foi feito desde as primeiras atividades da sexta-feira. Charles resgata o desempenho que teve no Bahrein. Lá, lembre-se, perdeu a primeira posição na largada e desobedeceu a uma ordem da equipe para segurar o segundo lugar por algumas voltas, ultrapassando o companheiro. Só se viu sem a vitória porque a SF90 abriu o bico no fim da corrida.
Charles Leclerc vem dominando o fim de semana da Ferrari (Foto: Ferrari)

Assim, se eventualmente contornar La Source atrás depois da largada deste domingo, se porventura cair para trás, que o rádio não seja acionado em nenhum momento.

 
A previsão do tempo por ora indica que a mudança climática acontece ainda neste sábado (31) à noite, provoca queda nas temperaturas, mas só acusa chance de chuva na parte da manhã do domingo. Mas é Spa-Francorchamps, né, então nada está garantido. A Ferrari torce como nunca para uma pista seca. É a condição perfeita para que a dobradinha se consume. Do contrário, Lewis Hamilton e Max Verstappen disputam a vitória.
 
E por que o clima do domingo é tão fundamental? Como já visto em diversas corridas nesta temporada, a Ferrari sofre mais quando está mais frio, porque têm uma crônica dificuldade em gerar calor dos pneus. Até por isso se mostrou confortável até agora em Spa em que a temperatura do asfalto passou facilmente dos 40 graus. Agora, para amanhã, a previsão fala em uma queda brusca. Ou seja, dos quase 30 de máxima hoje, o domingo deve registrar apenas 17ºC, com mínima de 7º, o que faz a Mercedes, especialmente, sorrir.
 
É claro que só isso não será capaz de segurar os velozes carros vermelhos, mas é um ponto de força das rivais. Certamente, Lewis Hamilton e Max Verstappen vão aparecer mais fortes amanhã do que estiveram neste sábado.
Lewis Hamilton nunca é carta fora do baralho (Foto: Mercedes)

Ainda contra a Ferrari, está o melhor ritmo de corrida apresentado pela Mercedes na sexta-feira de treinos livres. Hamilton foi sistematicamente mais veloz e consistente, chegando a andar 0s5 acima do desempenho da SF90 de Leclerc. E isso com ambos compostos – macios e médios. A Red Bull, por sua vez, ficou mais próxima da performance dos italianos. 

 
Por fim, há de se esperar que, diante de uma corrida tão ao carro ferrarista, que seus pilotos não cometam erros. Vettel não foi capaz de dar nenhuma volta sequer sem equívocos na classificação, então é um sinal de alerta. Porque a Ferrari não está mais em posição de se dar ao luxo de perder para si mesma.

 

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