Ecclestone pede mudança nas regras e sugere adoção do formato de rodadas duplas com corridas de 40 minutos na F1

O formato das corridas na F1 permanece o mesmo praticamente desde 1950, quando a categoria nasceu em Silverstone, na Inglaterra. Mas Bernie Ecclestone, o chefe supremo do esporte, sugeriu uma grande mudança na forma como acontecem hoje as provas no Mundial. De olho no aumento da audiência, sobretudo, Ecclestone pediu que a F1 tenha um sistema de rodada dupla, da seguinte forma: duas corridas de 40 minutos com um intervalo, também de 40 minutos entre elas. Mas o britânico entende que uma mudança tão brusca em um esporte tão tradicional é pouco provável de ser concretizada.

 

“As pessoas têm um lapso de atenção muito mais curto, e muitos esportes buscam introduzir formatos mais curtos em suas competições”, salientou Bernie em entrevista ao diário britânico ‘The Times’. Um dos esportes de massa que vem tentando encurtar suas disputas, também pensando na sua audiência, é o vôlei, com a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) estudando alternativas para deixar as partidas mais curtas.

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Bernie vai pelo mesmo caminho. “A audiência da TV subiu no Brasil, tivemos uma corrida longa com uma chuva forte alguns acidentes, mas isso significou que tivemos duas relargadas por conta das bandeiras vermelhas, e o pessoal estava acompanhando. Temos de analisar o conceito tradicional de uma corrida longa. Duas corridas de 40 minutos com pausa de 40 minutos nesta metade, onde os pilotos poderiam ser entrevistados e os carros ajustados, seria atrativo para os patrocinadores, e os anunciantes adorariam”, comentou o chefão da F1.

 

Ecclestone deu a ideia de como seria este novo formato. “Os carros se classificariam aos sábados, como de costume, para a primeira corrida, e esta estabeleceria o grid para a segunda, o que deixaria tudo mais empolgante com carros mais rápidos.”

 

Contudo, o patrão da F1 entende que tal mudança seria muito difícil de entrar em vigor. “Não sei se teremos a valentia de mudar. Os tempos mudam e isso é algo que devemos prestar atenção. Todos os esportes americanos têm sua pausa, principalmente porque o público americano não pode se concentrar, estão acostumados a segmentos de 15 minutos na televisão.”

A preocupação de Bernie com o mercado norte-americano também se traduz com a chegada da nova proprietária da F1, a Liberty Media, empresa com base e filosofia distintas do padrão europeu da categoria.

 

O dirigente britânico também disparou contra o atual regulamento. “Ele deve ser rebatizado como ‘Não corra’. Está escrito de uma maneira tão rebuscada e com tantos artigos que ninguém, incluindo os pilotos, sabe o que quer dizer. Os verdadeiros pilotos se sentem frustrados, assim como os espectadores e eu também. É uma loucura, temos de fazê-lo mais fácil.”

 

“Não acho que eles deveriam se bater deliberadamente, mas sim competir um contra o outro e se aproximar e se tocar. Eu me pergunto se alguns desses garotos querem correr ou simplesmente estão lá fora desfilando em um carro de F1”, indagou o inconformado Ecclestone.

 

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