Com Ricciardo e carro melhor, Renault começa a se portar como gigante. Agora só faltam resultados

A Renault tem um 2018 animador: além de desenvolver um carro melhor e aparecer em quarto no Mundial de Construtores, a equipe francesa já consegue contratar nomes de peso, como Daniel Ricciardo. Mas o grande problema persiste: as três grandes equipes da F1 seguem muito fora de alcance

A Renault está cada vez mais consolidada como principal força do pelotão intermediário da F1 – mesmo com as ameaças da Haas, a equipe parece ter a faca e o queijo na mão para garantir o quarto lugar no Mundial de Construtores. Com isso se confirmando, a turma francesa vai poder ver o copo meio cheio ou meio vazio: existe a felicidade de evoluir, assim como a tristeza de perceber que as brigas com Mercedes, Ferrari e Red Bull ainda são uma realidade distante.
 
Isso porque ser a quarta melhor equipe do grid não significa muito em um campeonato com um abismo entre o top-3 e o resto. Prova disso é que, em treinos de classificação, Nico Hülkenberg e Carlos Sainz Jr. são frequentemente entre 1,5% e 2% mais lentos do que o tempo do pole, cenário que pouco varia de circuito para circuito. Como referência, a deficitária Red Bull consegue voltas rápidas 0,8% pior em média. Em ritmo puro, a equipe francesa ainda tem muito trabalho pela frente antes de sequer começar a lutar contra a pior equipe de ponta.
 
Talvez o mais chocante é que, no papel, a Renault tem tudo que se pediria de uma equipe grandiosa. O carro está evoluindo gradualmente desde 2016 e a dupla de pilotos é forte – Nico Hülkenberg e Carlos Sainz Jr. já são dignos de elogios, e inclua aí a contratação de peso de Daniel Ricciardo. Em teoria, os franceses têm tudo. Na prática, ainda falta seguir escalando até deixar o fundo buraco das equipes intermediárias.
Mesmo evoluindo, a Renault lida com uma distância frustrante para as principais equipes (Foto: Renault)

A frustração não é só de quem torce pela Renault – vale também para os pilotos. “É bastante frustrante estar tão longe das três primeiras equipes”, disse Hülkenberg durante entrevista acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO. “Espero que isso mude nos próximos anos, mas agora é muito complicado. É decepcionante quando você uma grande volta na classificação e olha a diferença na tabela… Mas também temos de dizer que estes caras estão na posição que estão por alguma razão. É claro que fizeram um bom trabalho”, reconheceu.

 
Prova da limitação é que o quinto lugar no GP da Alemanha, que não chega nem a ser o melhor resultado da carreira de Hülkenberg, foi comemorado como vitória – porque ajuda na ainda não resolvida briga com a Haas.
Essa é a dupla que vai transformar a Renault em gigante? (Foto: Instagram/Reprodução)
“Foi um resultado excelente. Não só para mim, como também para a equipe”, considerou. “Foi o meu melhor resultado com a Renault. É algo que traz motivação e é encorajador. Mas estamos tendo muita dificuldade para defender o quarto posto no campeonato. Acho que a equipe está em um bom caminho. Mas ainda temos muitas pequenas coisas para acertar, como a parte aerodinâmica, mecânica, o ritmo e a velocidade. São pequenos detalhes que fazem muita diferença”, apontou.
 
O alento para a Renault é que dinheiro não falta. Tempo também não. A fábrica já se preparava desde a compra da Lotus para uma evolução que consome tanto, e em tantos aspectos. A boa notícia é que é possível: com Ricciardo, Hülkenberg, um carro cada vez melhor e força de vontade, como não acreditar em uma Renault tão forte quanto Mercedes, Ferrari e Red Bull?
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