Coluna Warm Up, por Flavio Gomes: Hey, ‘mate’

O jantar com Alonso? Nada demais, dizem que vocês jogam pôquer e são amigos. Qual o problema? Mas que teve cara de provocação aquela foto, teve. Ainda mais que você, no ano passado, deu uma apertada no alemãozinho na largada que foi de arrepiar. E os dois vão brigar por esse título aí este ano de novo. Aí tu vai jantar com o cara e deixa mandarem a foto para o mundo com essa cara de paisagem da Tasmânia?

Enrosco, hein?

Verdade que mudaram o comando Multi 21 no teu volante para Malt 90?

Brincadeirinha. E você não vai entender, mesmo. Malt 90 é uma “coldie”. Ou era. Mas não existe mais. De qualquer jeito, é tudo que posso indicar a você agora. Toma uma cerveja. E relaxa. Ficar com essa cara de mau andando de um lado para o outro não vai te levar a nada. Relaxa, abre um sorriso, coloca um brinco, deixa a barba e o cabelo crescerem, faz uma tatuagem. Torne-se um “aussie” de verdade e comece a falar na língua natal com esse bando de coxinhas das latinhas.

E por língua natal, obviamente, entenda-se aquilo que vocês falam lá no reino de Oz. Se te perguntarem do Vettel, diga que ele é um completo “dill”, um “drongo”, um “whacker”. Leve os repórteres à loucura. Se te perguntarem do carro, diga que ele está “spiffy”, e se começarem a dizer que tu vai embora correr de Porsche, manda um “furphy, just furphy”. E deixa que eles traduzam do jeito que bem entenderem.

Chegaste a 200 GPs, “mate”. Coisa pacas. Desencana. Corra por você mesmo, não se preocupe com o que pensam e falam por aí. Apenas corra.

Não, não acho que te sacanearam com o negócio da gasolina e do pneu. É dar bandeira demais. Dá para sacanear alguém de maneiras mais sutis. Mas está na cara que essas coisas só acontecem com quem está por baixo. Quase nunca com quem está por cima. Assim, bicho, melhore o astral.

Ou será que… Não, não é possível. A gente sabe como funcionam essas equipes. Tem a tua turma e a dele. Sempre foi assim. Teus mecas não iriam fazer isso de propósito. A não ser que tenham infiltrado alguém entre eles.

Mas também não acho muito provável. Coloca o que rolou na Malásia na coluna “coisas que acontecem” do teu prontuário. E segue adiante.

O jantar com Alonso? Nada demais, dizem que vocês jogam pôquer e são amigos. Qual o problema? Mas que teve cara de provocação aquela foto, teve. Ainda mais que você, no ano passado, deu uma apertada no alemãozinho na largada que foi de arrepiar. E os dois vão brigar por esse título aí este ano de novo. Aí tu vai jantar com o cara e deixa mandarem a foto para o mundo com essa cara de paisagem da Tasmânia?

Sim, eu sei que as pessoas são exageradas e procuram pelo em ovo. Estou apenas te contando o que as pessoas andam dizendo por aí. Mas essa foto é jogar lenha na fogueira. Apagar incêndio com gasolina. Você entende essas expressões, lenha na fogueira, pelo em ovo? Não? Normal. Quando fui para a Austrália a primeira vez e entrevistei um sujeito que protestava contra a corrida de Melbourne, todo ano eles protestam, você sabe, o cara disse que a ideia da manifestação daquela meia-dúzia era deixar Bernie “like a hornet in a bottle”. Faz tanto sentido quanto pelo em ovo, então procure entender pelo contexto. Brasileiro é uma língua tão estranha quanto australiano. Não nos julgue.

Sobre o negócio da Porsche… Olha, sinceramente? Pode até ser conversa, boataria e tal, mas você não pensa não? Pô, Porsche. Igual ao Steve McQueen. Oito corridinhas, só. O resto do ano para andar de bicicleta e pegar onda. OK, tem duas em pistas de merda, de novo na China e aí nesse inferno das arábias, no Bahrein. É correr para ninguém ver. Mas tem Silverstone, Spa, Le Mans, Fuji, Interlagos, Austin, que é legal… Esse negócio está pegando, pode ser que aumentem um pouco o calendário no ano que vem, coloquem mais alguns circuitos bacanas. Sei lá, Portimão, aquele na Argentina que esqueci o nome, de repente entra o México, não é melhor que ficar de segundão do alemãozinho e com cara de cu o ano inteiro?

Não precisa se ofender. Não sou eu que estou dizendo. Você mesmo falou no ano passado pelo rádio que era segundo piloto e que a equipe protege o moleque. E vamos ser sinceros. É segundo, sim. Sua chance foi em 2010. Amarelou no final. Ah, não? Ajudaram ele? Você queria o quê? Que trocassem a posição no Brasil? Não, nem vem. O legal daquele ano foi que ficou tudo aberto. Ele tinha chances também. Foi justo. Você dançou por sua conta. Amarelou.

Bom, o certo é que aí tu não fica no ano que vem, né não? Se quer continuar nesses carrinhos, então, é bom começar a procurar lugar. Sai mais pra jantar com o Alonso. Vai que dá certo.

Como vocês dizem aí, “hooroo”. Boa corrida domingo.

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