Coluna Rookie Text, por Gabriel Curty: O Novo piloto da Lotus

Na reta final da temporada, movido pela ida de Kimi para a Ferrari, Romain tem brilhado intensamente. A consistência e o equilíbrio recém-adquiridos, aliados ao conhecido arrojo (não mais em excesso) levaram Grosjean a ótimos resultados

Não, este não é um texto sobre o mercado da F1. Após duras reclamações de adeptos e colegas de profissão e muito burburinho dando conta de sua saída, Romain Grosjean parece ter se transformado.

No começo da sua trajetória, pela Renault, em 2009, Grosjean pouco fez. Contudo, foi em 2012, quando oficialmente tornou-se titular na Lotus, que as críticas começaram a ganhar força. Notoriamente veloz e apoiado por um ótimo retrospecto em categorias menores (campeão da F-Renault Francesa em 2005, da F3 em 2007 e da GP2 em 2011, por exemplo), o franco-suíço começou a temporada passada exagerando na empolgação, acreditando em ultrapassagens impossíveis, tirando de provas importantes candidatos ao título e tomando inúmeras punições. No final do ano passado, sejamos justos, Romain buscou iniciar uma transformação no jeito de pilotar, entretanto, mesmo que inocentemente, continuou envolvido em grandes lambanças dentro das pistas (quase sempre com a companhia de Pérez e Maldonado). Bancado por Eric Boullier, Grosjean se manteve na escuderia aurinegra para a temporada de 2013, mesmo assim, o inferno astral prosseguiria mais um pouco.

Romain Grosjean vem brilhando na Lotus (Foto: LAT/Lotus)

Enquanto o companheiro, Kimi Räikkönen, vencia provas e disputava a ponta do campeonato, Grosjean seguia a rotina de bons treinos e corridas constantemente interrompidas. As críticas aumentaram e, ainda na primeira metade da temporada, havia quem garantisse que ele não teria lugar no grid de 2014. Foi então que começou a surgir o tal “novo piloto da Lotus”. Sim, começou. Quem o acompanha de perto viu que, até encontrar um novo ritmo, uma nova forma de guiar, Grosjean penou no pelotão intermediário e, surpreendentemente, teve uma série de corridas chatas, morosas. Na reta final da temporada, movido pela ida de Kimi para a Ferrari, Romain tem brilhado intensamente. A consistência e o equilíbrio recém-adquiridos, aliados ao conhecido arrojo (não mais em excesso) levaram Grosjean a ótimos resultados. Após ir ao pódio na Coréia e no Japão, teve a prova de fogo na Índia: largando em 17º (após erro na estratégia de pneus para o treino classificatório), largou bem, sobreviveu às primeiras voltas, fez inúmeras ultrapassagens e soube controlar a pressão dos oponentes mesmo com o enorme desgaste dos pneus, já que parou apenas uma vez. No fim? Um terceiro lugar e mais um pódio na carreira, o terceiro consecutivo.

É inegável a mudança de comportamento de Romain Grosjean, gradativamente, com muito trabalho, alcançou o estilo de piloto que sempre almeja a briga pela ponta nas corridas (e que tem condições para disputá-la). Focado, seguro e consciente do que faz com seu carro, deve ter um ano de 2014 simplesmente fantástico.

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