Coluna Apex, por Andre Jung: A primeira impressão é a que fica?

 

A Williams sai da Austrália com o mesmo terceiro lugar no campeonato de construtores que conquistou na temporada passada – outra equipe a ser favorecida pela bandeira vermelha, conseguiu um quinto lugar com Felipe Massa, claramente mais lento do que os dois carros da Toro Rosso. Preservar o terceiro posto em 2016 será uma tarefa bastante difícil; tanto Bottas quanto Massa já perceberam.

 

A Red Bull demonstra claro otimismo com o novo chassi e vamos ver o que a Renault vai conseguir extrair do motor. Kvyat voltou a assistir o GP da Austrália do lado de fora, mas devemos ver a equipe, repaginada e com um belíssimo layout, incomodar com frequência esse ano.

 

Dono da Red Bull, Dietrich Mateschitz tem mais motivos pra se alegrar: seu time B aparece como sensação, fez um carro muito rápido e tem uma excelente dupla de pilotos. Arrojado e carismático, Verstappen será acompanhado de perto pelas câmeras e microfones durante todo o ano, enquanto Sainz será capaz de oferecer uma disputa interna que vai garantir outros holofotes. Toro Rosso te dá asas!

 

Fico pensando o que se passa na cabeça de Fernando Alonso. A McLaren não vem para andar na frente em 2016 – ainda que a Honda tenha melhorado bastante o motor a defasagem de potência permanece. Aí temos o veterano bicampeão, milionário, sem perspectivas de vitória próxima, dar uma pancada tão violenta logo na primeira prova, provocada por um erro de cálculo seu. Algo me diz que as conversas sobre uma possível parada de Alonso ao fim da temporada vão subir de tom.

 

Outro que me faz pensar é Romain Grosjean. Confesso que inicialmente nutria antipatia por ele, era o "golden boy" do momento de Flavio Briatore, que arrumou toda aquela briga por querê-lo de qualquer forma no lugar de Nelsinho ao volante da Renault.

 

Quando ele se tornou uma ameaça, provocando acidentes em sequência, algo de regozijo me confortava, estava lá um piloto imaturo e estabanado, claramente um erro de Briatore… #sqn. Grosjean foi capaz de colocar a cabeça no lugar e desde então tem sido um dos melhores pilotos do grid. Agora, na esfera de influência da Ferrari, deve se transformar num candidato à vaga de Raikkonen, de onde, quem sabe, poderá passar a lutar pelas vitórias que se mostra preparado para conquistar. A votação que o levou a vencer a recém criada enquete de “Piloto do Dia” foi um justo reconhecimento do público pela belíssima estreia na estreante Haas.

 

É triste a situação da Sauber, sem dinheiro e com um carro fraco, tornou-se definitivamente nanica. Terá sorte se conseguir finalizar o ano à frente da Manor. Felipe Nasr terá um ano difícil pela frente, precisa bater seu companheiro de equipe de qualquer maneira – os bons pontos acumulados no ano passado não ficam na memória e, na ausência de pontos, o que vale é ganhar do cara ao lado.

 

Devemos ter um ano animado no meio do grid, se Mercedes e Ferrari abrem frente, Williams, Red Bull, Toro Rosso, Force India e a Renault aqui e ali, McLaren e Haas podem proporcionar bons pegas pelas sobras.

 

Os tempos de volta caíram bastante. A pole, do mesmo Hamilton, baixou 2s5 esse ano em relação à 2015, a volta mais rápida caiu 2s. De todo modo, continua (ou melhor, aumentou) o desvario entre a melhor volta no treino e a melhor volta na corrida; 5s1 em 2016 contra 4s7 em 2015. Os pilotos continuam a correr em velocidade de cruzeiro.