Cinco motivos que provam que parceria Ferrari-Sainz é acertada

Carlos Sainz Jr. teve um 2019 brilhante e se colocou como um dos principais pilotos da F1. Assim, a escolha da Ferrari pelo espanhol para 2021 faz todo sentido, mas vai além da qualidade do #55

A temporada 2020 da F1 ainda nem começou, mas a movimentação do mercado para 2021 já está a todo vapor. E, como era de se esperar, foi Sebastian Vettel quem destravou tudo, ao recusar as propostas de renovação de contrato oferecidas pela Ferrari. A consequência disso foi a ida de Carlos Sainz Jr. para o time italiano e a saída de Daniel Ricciardo da Renault, ocupando a vaga deixada pelo espanhol.
 
Além da expectativa para vermos como os três pilotos vão se comportar na temporada de despedida por suas atuais equipes, outro ponto importante é analisar o que levou a cada uma das decisões. Se ontem falamos dos motivos que provam que Ricciardo na McLaren foi uma escolha acertada, agora é a vez de entendermos a opção da Ferrari por Sainz. E temos cinco boas razões que explicam a contratação do espanhol.
 
A primeira, é claro, tem de ser a parte técnica. Carlos está no auge de sua forma, vem de uma temporada espetacular pela McLaren e dominou completamente a chamada 'F1 B'. Com 96 pontos e até pódio conquistado no GP do Brasil depois de largar em último, Sainz ficou na sexta posição no Mundial de Pilotos, na frente de gente como Pierre Gasly e Alexander Albon, que revezaram o assento da Red Bull em 2019. Arrojado, se defendendo bem e muito seguro para garantir todos os pontos que podia, o espanhol foi um dos três ou quatro grandes nomes da categoria no ano passado.
Carlos Sainz vai ser companheiro de Charles Leclerc em 2021 (Foto: McLaren)
2020 será apenas a sexta temporada do piloto na F1, mas já podemos dizer que Carlos sabe bem como é mudar de casa e que consegue se adaptar legal. Começou em 2015, com uma Toro Rosso então nada confiável, mas marcando seus pontos. Em 2017, mudou para a Renault durante o campeonato e, por mais que tenha perdido para Nico Hülkenberg em 2018, soube fazer seu papel. Na McLaren, então, nem se fala, uma adaptação relâmpago para puxar a equipe do fundo do grid para o posto de quarta força, liderando a reação do time laranja.
 
O terceiro fator que aponta para uma decisão certeira é a nova filosofia da Ferrari. Não dá para saber se vai dar certo, mas é claro que o time quis mudar radicalmente para sair da fila. A contratação de Charles Leclerc já foi um primeiro indicativo de apostas em caras novas, mas a dupla com Sainz eleva isso a outro patamar. Agora, definitivamente, os italianos tentam acabar com a seca sem nenhum medalhão, sem a figura de um piloto já consagrado, como foi na última década com Fernando Alonso e, claro, com Vettel.
A Ferrari mexe em sua escalação para voltar ao caminho da vitória (Foto: Ferrari)
As últimas duas razões têm ligações com a terceira. Uma delas é até meio óbvia: sem medalhão, o projeto vira muito mais de longo prazo do que qualquer outra coisa, afinal, Leclerc tem só 22 anos, enquanto Sainz, o veterano da dupla, completou 25 em setembro do ano passado. É claro que a F1 é dinâmica e a Ferrari é ainda mais uma panela de pressão, mas, se tudo correr dentro da normalidade, podemos esperar uma Era Leclerc-Sainz em Maranello.
 
Por fim, mas não menos importante, tem o fator financeiro aí em uma F1 em crise, especialmente com a pandemia de coronavírus. A Ferrari pagava um salário de € 35 milhões por ano para Vettel (aproximadamente R$ 220 milhões na cotação atual) e já havia feito uma proposta com redução para a renovação. Leclerc, por sua vez, recebeu um aumento, passando de € 3 mi para € 12 mi (aproximadamente R$ 76 mi). Ainda que os valores do acordo com Sainz não tenham sido divulgados, as cifras, certamente, giram bem distantes das que envolviam o contrato de Vettel, afinal, o espanhol ganhava € 4 mi com a McLaren em 2019 (aproximadamente R$ 25 milhões).
 
Só saberemos se a Ferrari escolheu bem quando Sainz estiver de vermelho nas pistas pelo mundo, mas os indicativos são dos melhores e as motivações não são poucas. No fim das contas, tudo gira em torno de uma nova filosofia dos italianos, que buscam, desesperadamente, sair da seca de títulos que já dura mais de uma década. Qualidade para isso eles terão.

 
Paddockast #61
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