Chefe da Red Bull diz que desempenho de Ricciardo “muito provavelmente” teve influência na opção de Vettel pela Ferrari
Sebastian Vettel decidiu trocar a Red Bull pela Ferrari "muito provavelmente" por conta do melhor desempenho do colega Daniel Ricciardo em 2014. A opinião é de Christian Horner, o chefe da equipe austríaca
A decisão de Sebastian Vettel de deixar a Red Bull "muito provavelmente" foi influenciada pelo desempenho do colega Daniel Ricciardo. A frase é de Christian Horner, o chefe da equipe austríaca.
O tetracampeão viveu um ano irregular em 2014. Longe da disputa pelo título, Seb não conseguiu emplacar nenhuma vitória e terminou a temporada na quinta colocação, com 167 pontos e quatro pódios. Já Ricciardo foi o responsável pelos três triunfos do time das bebidas energéticas neste ano. O australiano, que foi promovido para o lugar de Mark Webber, fechou o campeonato em terceiro, atrás apenas dos dois pilotos da Mercedes.
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Ao falar da trajetória do alemão na temporada que acabou em Abu Dhabi no mês passado, Horner citou um exemplo específico da corrida da Itália, onde Daniel fez uma linda ultrapassagem em cima de Seb. "Ele saiu daquela corrida bastante frustrado", disse o inglês à BBC. "Foi em um momento que, após as férias, e conhecendo Sebastian, eu pude ver que ele estava bastante distraído e era óbvio que alguma coisa estava errada em sua cabeça", completou.
"Acho também que a Ferrari estava jogando pesado nas negociações e, entre as corridas de Spa e Monza, ele tomou a decisão de fazer algo diferente no próximo ano", acrescentou o britânico.
O dirigente britânico revelou também que não ficou exatamente surpreso com a opção de Vettel pela Ferrari. E disse achar que o piloto tomou a decisão de sair entre os GPs da Itália e de Cingapura, no mês de setembro. "No momento em que chegou a Cingapura, eu pude ver que era uma pessoa diferente. Ele estava mais relaxado, mas tinha ainda de lidar com as especulações sobre a saída de Fernando. Portanto, não realmente uma grande surpresa no fim", explicou.
O comandante da Red Bull ainda explicou que Vettel nunca se sentiu a vontade com a adoção do regulamento deste ano, especialmente com relação à introdução dos motores V6 turbo e da redução do downforce, além das restrições de combustível.
“Ele simplesmente não gostou de ver no que a F1 se transformou e foi bastante crítico. Não gostava dos motores, do som e da forma como o carro se comportava. Ele ficou bastante irritado no início, mas quando viu que não poderia mudar, tratou de colocar a cabeça no lugar e trabalhou duro, como sempre faz.”
“Seb, entretanto, ficou muito frustrado com o carro, que simplesmente não se comportava como ele queria e, claro, isso tudo ainda aliado ao fato de que seu companheiro de equipe estava vencendo corridas e andando em um nível muito alto", ressaltou.
Por fim, Horner entende que a proibição dos recursos aerodinâmicos na parte traseira do carro também influenciou a pilotagem de Sebastian neste ano. "A mudança na regra foi significativa e os dois rapazes mais afetados por ela foram Seb e Kimi (Räikkönen). Eu acho que a perda do downforce traseiro foi um grande fator, especialmente para Seb", encerrou.
Protagonistas nas últimas temporadas da F1, Red Bull e Ferrari foram ofuscadas pelo domínio acachapante da Mercedes em 2014. A equipe alemã atropelou as duas adversárias, não deu qualquer chances e fechou o Mundial de Construtores na ponta, com 296 pontos de vantagem para o time austríaco, ainda vice-campeão, e incríveis 485 para a escuderia italiana, que ficou apenas na quarta colocação. Enquanto a esquadra das bebidas energéticas desceu um degrau, a escuderia italiana se viu em meio a uma grave crise interna.
Leia a quarta parte da RETROSPECTIVA F1 2014 no GRANDE PRÊMIO.
Leia a terceira parte da Retrospectiva F1 2014 no GRANDE PRÊMIO.