Chefe da Caterham se diz surpreso e rebate declarações de Kobayashi sobre abandono no GP da Rússia

O chefe da Caterham, Manfredi Ravetto, disse que foi surpreso com os comentários de Kamui Kobayashi sobre o abandono no GP da Rússia e reiterou que o japonês deixou a prova em Sochi, a pedido da equipe, devido a um potencial problema de freios. Segundo o dirigente, o time queria evitar riscos. O nipônico falou que a esquadra havia pedido para parar para poupar equipamento

Não é nenhuma novidade que a Caterham vem atravessando um momento de mistério e de informações desencontradas na F1, especialmente depois que a equipe passou por uma mudança de dono no mês de julho, quando foi vendida por Tony Fernandes para um misterioso grupo de investidores árabes e suíços representados pelo romeno Colin Kolles. E o ambiente confuso ficou ainda mais nebuloso depois de um estranho episódio com Kamui Kobayashi no GP da Rússia.

Na volta 21 da etapa russa, o japonês foi chamado aos boxes e acabou deixando a prova sem uma razão aparente. Depois da corrida, ao questionado pela emissora britânica Sky Sports F1 sobre o abandono, Kobayashi não soube explicar. "Eu não sei", respondeu o piloto.

Mais tarde, durante uma segunda entrevista à BBC Radio 5, Kobayashi completou e disse que a Caterham havia decido pelo abandono para poupar peças. "Não havia nada de errado com o carro. A equipe me pediu para parar para poupar o equipamento. Nós temos um limite de quilometragem para evitar que algo aconteça de errado com as peças. É por isso que recebi essa mensagem", explicou Kamui.

Kamu Kobayashi teve as declarações rebatidas pelo chefe da Caterham (Foto: Getty Images)

Uma terceira versão surgiu no comunicado enviando à imprensa logo depois do GP. Na nota, a equipe que tem sede em Leafield afirmou que o superaquecimento dos freios provocou a saída precoce do nipônico da corrida. Explicação que foi reforçada nesta quarta-feira (15) pelo chefe da Caterham, Manfredi Ravetto. O dirigente disse ainda que não entendeu as declarações do piloto.

"Na verdade, eu fiquei muito surpreso ao ouvir Kamui se referir a instruções da chefia sobre a quilometragem. Vimos por meio da telemetria que havia um potencial problema com os freios e decidimos evitar os riscos. Kamui confirmou isso oficialmente também e eu gostaria de acrescentar que ele nos pediu para alterar o conjunto anterior antes da classificação, porque sentiu uma vibração", explicou.

"Então, para ser claro: sim, nós instruímos Kamui a abandonar a corrida porque a segurança de nossos pilotos é a nossa primeira preocupação", completou.

Ravetto afirmou ainda que há muitas evidências de que a Caterham não possui problemas com peças de reposição. "No que diz respeito aos comentários de Kamui, tudo que posso dizer – e de novo – é que vamos responder com fatos. A equipe tem feito continuamente progressos desde o GP da Inglaterra, tendo conseguido se classificar bem nas últimas duas corridas, ficando próxima do Q2. Em Suzuka, nós consertamos rapidamente o carro danificado de Kamui para a outra sessão, por isso não consigo entender os comentários dele", declarou.

Por fim, o dirigente se disse frustrado pelo fato de que a atual gestão da Caterham vive ainda às voltas com desconfianças da mídia com relação ao cenário financeiro em que se encontra. Ravetto ainda culpou a administração anterior da equipe, que era comandada por Tony Fernandes, por tal situação.

"Sabemos que essa equipe, sob a gerência anterior, estava perto de parar de correr antes do GP da Inglaterra. A nova gestão está orgulhosa por não só concluir a fase europeia da F1, como também as provas asiáticas. Estamos no maior nível do automobilismo e vamos continuar lutando dia após dia, mesmo com alguns comentários negativos e o ceticismo de algumas pessoas, que ficariam felizes em nos ver fracassar."

"Podemos viver com isso, não temos nenhum problema, o que fazemos é responder com fatos, com o aprimoramento técnico do carro e a estabilização do lado financeiro da equipe. Mas nós queremos lembrar a todos que nós somos as pessoas corajosas que estão tentando mudar as coisas e que não somos os únicos que deixaram a equipe em um estado crítico", encerrou.

No início do mês, a Alta Corte inglesa confirmou as especulações que apontavam para a presença da polícia e de oficiais de justiça na sede da equipe— algo que a própria equipe classificou como rumores “infundados e insubstanciais”. Um carro da equipe, simulador e outros pertences foram confiscados.

Logo após a venda do time, Christijan Albers foi nomeado chefe de equipe, mas o ex-piloto holandês pediu demissão após o GP da Itália. Ravetto assumiu o cargo. Além de tudo, a esquadra vem confirmando Kobayashi prova a prova, desde que o substituiu por Andre Lotterer em Spa-Francorchamps.

As imagens do GP da Rússia
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