Brawn diz que Halo não altera DNA da F1. Mas próxima geração dos carros vai apresentar novidades no design

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A F1 vai partir mesmo para a tentativa de ampliar a proteção do cockpit utilizando o Halo, que é uma espécie de arco que encobre o habitáculo do piloto. A peça passa a fazer parte dos carros a partir de 2018, depois de ser sido adiada por um ano. Ao longo das últimas temporadas, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) vem insistindo no uso de um elemento que melhore a segurança e o Halo acabou ganhando a preferência. A entidade, com a ajuda das equipes, conduziu diversos testes. Todos os praticamente já tiveram a chance de andar com o recurso instalado no bólido, por isso a decisão de finalmente colocá-lo em prática.

 

É bem verdade que a categoria chegou a testar outra solução, o Aeroscreen, projeto criado pela Red Bull que se assemelha ao que é usando em aviões caça. Mas o arco foi o escolhido, ainda diante da resistência de muitos pilotos e dirigentes. E Ross Brawn, agora diretor-esportivo da F1, acredita que, por ora, a peça é o melhor que a FIA tem para aperfeiçoar e deixar o cockpit mais seguro, reduzindo a chance de o piloto ser atingido por algum estilhaço de outro carro.

 

Falando ao GRANDE PRÊMIO em Austin, onde a F1 disputou a 17ª etapa da temporada, Brawn confirmou que elemento é realmente o melhor caminho, por ora. “Acho que temos agora todas as informações disponíveis do que precisamos fazer. O Halo é a melhor solução que encontramos até agora. Eu acho que, com maior trabalho e novas soluções evoluindo, podemos até considerar no futuro. Mas, por ora, é a melhor solução”, afirmou o dirigente.

O ex-diretor de Mercedes e Ferrari também revelou, porém, que o próprio Halo precisa evoluir mais e encontrar uma forma de ser melhor integrado ao carro. “Talvez o que falte é ficar um pouco mais integrado ao design. A próxima geração dos carros da F1 já será feita com isso em mente. Por ora, será apenas algo que será acrescentado ao F1.”

 

“Mas no futuro será um pouco melhor integrado ao carro e vai se tornar algo com que todos vão se acostumar”, disse Brawn, que compreende que “os custos, de fato, serão aumentados com a chegada do Halo, mas que a segurança precisa ser considerada”.

 

Questionado sobre a resistência de alguns competidores e do insistente debate sobre o fato de que o Halo pode descaracterizar o monoposto. “Acredito também que não vai alterar o DNA dos carros de F1, não. Todas as melhorias que fizemos em termos de segurança vêm funcionando bem. Não tenho certeza se esse debate entre risco e emoção é muito válido. Não quero perder um piloto por não ter feito tudo para evitar um acidente. Quer dizer, isso é muito mais importante. A segurança é mais importante”, concluiu.

Durante o fim de semana texano da F1, foi apresentada a versão norte-americana da F3, que passará a ser disputa a partir de 2018. E seguinte a premissa da FIA de incorporar o Halo em todas os campeonatos de monopostos, o carro da categoria-escola já surgiu com a peça integrada no Circuito das Américas.