Análise: por que Massa melhorou na segunda parte da temporada 2014

Em três das últimas cinco temporadas, Felipe Massa apresentou um desempenho muito superior nas provas da segunda parte do ano. As explicações para o crescimento são diferentes em cada um dos anos. Em 2014, por exemplo, bastou ele se livrar dos acidentes para triplicar seu aproveitamento

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A REVISTA WARM UP e o GRANDE PRÊMIO abriram nesta terça-feira (2) sua já tradicional votação de 'Melhores do ano'. Depois de votação interna dos jornalistas da equipe da AGÊNCIA WARM UP, cinco candidatos foram indicados em cada uma das 11 categorias, e os vencedores serão definidos pelos leitores em votação popular que fica aberta por uma semana, até o dia 8 de dezembro.

 
O recordista de indicações é Rubens Barrichello, campeão da Stock Car, que concorre nas categorias 'Melhor piloto que compete no Brasil', 'Melhor piloto de Turismo/Endurance/Rali' e 'Melhor piloto brasileiro'. A categoria principal, 'Melhor piloto de 2014', tem os seguintes candidatos: Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton, Marc Márquez, Valentino Rossi e Will Power.

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Três pódios, muita festa no Brasil e a luta pela vitória no GP de Abu Dhabi: Felipe Massa terminou a temporada 2014 do Mundial de F1 em alta, e fazer uma segunda metade de campeonato bem melhor que a primeira não é exatamente uma novidade na carreira do piloto brasileiro. Nas últimas cinco temporadas, ele cresceu na segunda parte do ano em três — 2010, 2012 e 2014 —, sendo que essa ascensão foi vertiginosa em 2012 e 2014. As explicações são distintas.

Existe uma diferença grande entre o que Massa fez em 2012, ainda com a Ferrari, e o que fez em 2014, no primeiro ano com a Williams. Ao mesmo tempo, é simples: em um desses anos, ele se comportou como piloto top de linha.

Felipe Massa terminou a temporada 2014 com moral (Foto: Getty Images)

Há dois anos, o pior Massa se apresentou durante seis meses. Por todo o primeiro semestre, ele foi muito mal. O carro era péssimo, mas Fernando Alonso ia dando conta de extrair bons resultados e até mesmo duas vitórias enquanto ele somara somente 23 pontos. Quanto a Massa, Luca di Montezemolo chegou a dar um ultimato. Demorou para que ele colocasse a cabeça no lugar, o que ocorreu no GP da Inglaterra, e a partir de então ele engrenou. Ficou fora dos pontos na Alemanha, mas pontuou em todas as dez últimas provas e quebrou o jejum de dois anos sem pódios para fechar o ano com dois troféus e 122 pontos chorando no pódio do GP do Brasil.

O Felipe do início daquele campeonato se assemelhava bastante ao Kimi Räikkönen de todo o ano de 2014: arrastava-se pela pista sem ser capaz de apresentar um desempenho constante e competitivo. Uma espiral negativa sem fim. Lento, pontuou apenas quatro em dez oportunidades mesmo vendo a bandeirada nove vezes, e estava fora do top-10 na prova em que abandonou.

O que aconteceu no campeonato que terminou em 23 de novembro, em Abu Dhabi, foi completamente diferente.

Em 2013, Massa voltou a ser rápido, embora tenha sido um tanto inconstante ao mesmo tempo. Em 2014, mostrou-se bastante rápido desde os testes de pré-temporada, faltando apenas conseguir completar as provas livre de problemas que fugissem ao seu controle.

A lista de contratempos enfrentada na primeira metade do campeonato foi grande:

GP da Austrália:
Tirado na largada por um Kamui Kobayashi sem freios
GP do Bahrein:
Lutou pelo pódio, mas teve a estratégia de três paradas prejudicadas por uma intervenção do carro de segurança e foi sétimo
GP da China:
Estava em sexto até o primeiro pit-stop, em que a Williams tentou montar as rodas do lado errado e demorou mais de um minuto
GP de Mônaco:
No circuito mais apertado da temporada, foi acertado por Marcus Ericsson no fim do Q1 e teve de largar em 16º. Chegou em sétimo
GP do Canadá:
Foi acertado por Sergio Pérez na última volta em disputa pela quarta posição
GP da Inglaterra:
Viu-se sem ter para onde ir diante do carro de Kimi Räikkönen e abandonou após mais um acidente
GP da Alemanha:
Envolveu-se em um acidente de corrida na largada com Kevin Magnussen

Essa imagem resume bem a primeira metade da temporada de Massa (Foto: AP)

Analisando o potencial de performance que a Williams tinha nessas corridas, levando em conta o desempenho que vinha sendo apresentado por Massa e o que Valtteri Bottas deu conta de fazer com o modelo idêntico, a conta que se faz é que toda essa sequência custou pelo menos 70 pontos ao brasileiro. Tal quantia já bastaria para que ele fechasse o campeonato confortavelmente na quarta colocação, à frente do companheiro.

Para piorar a impressão de que o ano era ruim, nas três corridas mais “normais”, suas apresentações não foram vistosas. Na Malásia, foi sétimo recebendo um pedido — que não acatou — para deixar Bottas passá-lo; na Espanha, passou muito tempo perseguindo outros carros e por causa disso sofreu com um desgaste de pneus fora do normal, fechando fora dos pontos, mas aprendendo a lição; na Áustria, largou na pole e terminou em quarto, perdendo o pódio para Bottas.

E o que mudou no segundo semestre? Basicamente, Massa conseguiu chegar ao final das corridas. A pilotagem já estava boa antes. Foram 104 pontos, feitos em sete de nove provas. Os dois resultados nulos desta segunda parte da disputa foram na Bélgica e na Rússia, e também catalisados por fatores alheios à sua pilotagem.

Em Spa, perdia dois segundos por volta para os adversários por causa de um pedaço de pneu de Lewis Hamilton que ficara preso no assoalho de seu carro. A Williams demorou dois pit-stops para perceber, e então a corrida estava jogada fora. Em Sochi, um problema no motor na classificação o deixou no fim do grid. Ele tentou arriscar uma estratégia diferente e até ia acompanhando o ritmo de Nico Rosberg, mas perdeu o pique na metade da prova e estagnou na 11ª posição. Em Monza, em Cingapura, no Brasil e em Abu Dhabi, foi muito bem.

Velocidade não faltou para Massa em 2014. O que continua faltando é fazer uma temporada inteira em alto nível, algo que não acontece desde 2008, e essa deve ser a missão para 2015.

Massa exibe troféu para fãs brasileiros após ser terceiro no GP do Brasil (Foto: AP)
O PRINCIPAL RESPONSÁVEL

A comissão de notáveis formada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para apurar as causas do acidente de Jules Bianchi concluiu que o francês foi o principal responsável pela batida que aconteceu no GP do Japão, no dia 5 de outubro, em Suzuka. O relatório, divulgado nesta quarta-feira (3), disse que o piloto falhou ao não reduzir o suficiente a velocidade ao contornar a curva 7 e minimizou a presença da presença de um trator na área de escape sem que o carro de segurança fosse acionado.

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COREIA DE VOLTA
A FIA apresentou nesta quarta-feira (3) o calendário da temporada 2015 da F1. Com 21 etapas, a grande novidade do programa é – o ainda não confirmado – retorno da Coreia do Sul.
 
O calendário foi divulgado no conselho mundial da entidade em Doha, no Catar. Mais uma vez, a temporada começa na Austrália, com a primeira etapa do campeonato marcada para 15 de março.

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