Análise: como o calendário da F1 pode ficar na temporada 2016 — e com 21 corridas

A F1 só vai começar em abril na temporada que vem, o que levou o mundo a se perguntar: o que está aprontando Bernie Ecclestone? O cenário que se desenha para o ano que vem é de um calendário cansativo e com muitos nós logísticos. Sendo que haveria um ideal para que as equipes não gastassem e cansassem tanto

A revelação de que a F1 só vai começar em abril do ano que vem despertou uma série de dúvidas e teorias sobre os motivos que levaram Bernie Ecclestone e a FOM a condensar o calendário e atrasá-lo em cerca de três semanas, ainda mais considerando que a ideia do todo-poderoso-suprassumo é de ter um campeonato com até 21 provas. Não se imagina uma temporada de 2016 indo até um longínquo dezembro tampouco uma nova ausência da Alemanha. E tem o Azerbaijão para entrar na brincadeira sob o nome de GP da Europa.
 
A primeira tese que se levanta, mais pueril, é a da curtíssima preparação das equipes com seus carros novos. As equipes mal tiveram férias decentes em dezembro pensando como aprontar os modelos para apresentá-los no fim de janeiro e já colocá-los na pista em fevereiro. Tanto é que nenhuma equipe admitiu estar preparada para os testes iniciais em Jerez de la Frontera. A Force India só foi dar as caras com o modelo atual na última semana em Barcelona, e a draga que a escuderia se encontra atualmente, mesmo com um túnel de vento como o da Toyota ao seu dispor explica. A McLaren também é vítima deste aperto que não a viu casar bem com o motor Honda.
 
Com três semanas mais de trabalho, é possível que a F1 agende seus testes a partir da metade de fevereiro e dê um respiro necessário aos dez times atuais mais a Haas.
Desgaste deve ser a marca do calendário 2016 da F1 (Foto: Getty Images)

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A outra, muito mais crível, é que tem grana e interesses agregados no meio. 21 corridas no calendário fariam o bolso de Ecclestone abrir mais facilmente, e na pindaíba em que se encontra metade do grid, toda gorjeta é benvinda. E para ter uma temporada inchada deste jeito, as equipes teriam de concordar. Nada como um acordo que agrade. Além disso, força os organizadores de corridas tradicionais, como as de Alemanha e Itália, a se mexerem rapidamente, mas com tempo hábil. Ecclestone não hesita em deixar Monza preocupada com sua permanência.

 
Um outro ponto se deita no regulamento de motores. Se nada for alterado, seguem sendo quatro por piloto no esquema de 20 corridas; mas se forem 21, há uma quinta unidade à disposição.
 
Se o calendário atual fosse tomado como base para o do ano que vem, até que não haveria tanto problema – por exemplo, a criação de trincas de provas seguidas. Seriam eliminadas folgas de três semanas e criadas outras dobradinhas – que passariam a ser oito no total.
 
3/4 Austrália
10/4 Malásia
24/4 Bahrein
1/5 China
15/5 Espanha
29/5 Mônaco
5/6 Canadá
19/6 Áustria
3/7 Inglaterra
17/7 Alemanha
24/7 Hungria
21/8 Bélgica
4/9 Itália
18/9 Cingapura
25/9 Japão
9/10 Rússia
16/10 Europa
30/10 EUA
6/11 México
20/11 Brasil
27/11 Abu Dhabi
Melbourne, onde tudo começa na F1 (Foto: Getty Images)
A revista ‘Autosport’ traz algumas informações decorrentes do anúncio feito pela cidade de Melbourne. Segundo a publicação inglesa, a Malásia vai voltar a ocupar um espaço no segundo semestre e deve alçar a China à condição de parceira da Austrália. Além disso, o Azerbaijão deve entrar no calendário em julho, mesclando-se a Inglaterra, Alemanha e Hungria. Saindo a Malásia de seu posto, só se pode imaginar uma dobradinha com Cingapura – e, claro, alguém teria de ocupar seu posto no calendário. É a Rússia quem pinta como aquela quem deve subir, a não ser que a F1 tenha feito justamente isso para enxutar a primeira perna da parte asiática.
 
Levando em consideração datas deste ano e estes pormenores, um esboço de calendário da F1 2016 que surge é este:
 
3/4 Austrália
10/4 China
24/4 Bahrein
1/5 Rússia
15/5 Espanha
29/5 Mônaco
12/6 Canadá
26/6 Inglaterra
3/7 Áustria
17/7 Europa
31/7 Alemanha
7/8 Hungria
28/8 Bélgica
4/9 Itália
18/9 Cingapura
25/9 Malásia
9/10 Japão
23/10 EUA
30/10 México
13/11 Brasil
27/11 Abu Dhabi

E se fosse lógico e logístico?

A largada em Montreal (Foto: AP)

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Caso este calendário acima seja apresentado às equipes, a logística é que fica toda confusa. A distância de Melbourne para Sepang, por exemplo, é de 6.370 km; se Xangai for o destino próximo, a F1 vai ter de enfrentar mais de 8.000 km para chegar à segunda etapa do campeonato – aliás, é muito sem sentido não colocar Japão e China na mesma sequência, separadas que são por 1.465 km; da mesma forma, se a Rússia for para abril, também surgem pontos de interrogação por não a fazer junto com o Azerbaijão. Entre Sochi e Baku há uma distância inferior a 1.000 km.

 
Um calendário ideal juntaria as provas da América tudo no mesmo balaio, o que as colocaria como encerramento da temporada. Começaria em Montreal e desceria até chegar a São Paulo, que deveria ser a corrida final. A média de temperatura na cidade canadense no fim de outubro é de 10ºC ainda sem neve e representaria o contraponto de lugares como Sepang e Sakhir, onde se passa dos 30ºC no ar e a temperatura é quase o dobro no asfalto.
 
Ainda, faria uma espécie de ‘círculo’ pela Europa, começando com o sul em Mônaco e indo no sentido horário para pegar a Espanha e subir à Inglaterra e começar a descer por Bélgica e as coladas Alemanha, Áustria e Hungria. A Itália seria o término da rota do Velho Continente após as férias da F1.
 
Outras distâncias que deveriam ser consideradas para compor o calendário, formando belas dobradinhas:
 
_ Sepang a Cingapura: não dá nem 300 km; e são as duas praças mais próximas de Melbourne.
 
_ Sakhir a Abu Dhabi: 450 km; se o príncipe do emirado não pagasse para receber a prova final, teriam de ser alocadas como provas finais da temporada euro-asiática, que consideraria a Rússia e o Azerbaijão. 
 
_ Baku (capital do Azerbaijão) a Sakhir: 1.600 km.
 
O calendário da F1 para 2016 que melhor consideraria a logística, ainda mantendo a ‘tradição’ de Mônaco para o mesmo domingo das 500 Milhas de Indianápolis, seria este:

3/4 Austrália
17/4 Cingapura
24/4 Malásia
8/5 China
15/5 Japão
29/5 Mônaco
5/6 Espanha
19/6 Inglaterra
3/7 Bélgica
10/7 Alemanha
24/7 Áustria
31/7 Hungria
4/9 Itália
18/9 Rússia
25/9 Europa
9/10 Bahrein
16/10 Abu Dhabi
30/10 Canadá
6/11 EUA
13/11 México
27/11 Brasil

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