Fórmula Inter reúne grandes nomes do automobilismo nacional e coloca experiência a serviço da inovação

Proponente de um modelo sustentável e inovador no automobilismo, Fórmula Inter resgata, também, conceitos antigos e eficientes de mecânica. Apesar de muitos jovens pilotos, categoria conta, também, com nomes de peso em sua organização

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Em meio a práticas pioneiras e jovens em busca da consagração no automobilismo, a Fórmula Inter também reserva espaço para ícones do esporte a motor nacional. Desde o projeto dos carros até a direção de prova, grandes nomes acompanham a competição de monopostos, fornecendo experiência e conhecimento às disputas.

Dentre as suas especificações, a F-Inter conta, atualmente, com motores de quatro cilindros em linha, capazes de fornecer quase 200 hp a seus competidores. Visíveis aos presentes nos boxes durante a preparação para etapa de 20 de maio, em Interlagos, as unidades de potência chamavam atenção, além da mecânica, pela assinatura famosa de seu projetista, José Minelli.

É de Minelli, através da Minelli Racing, a autoria do projeto mecânico dos carros da jovem categoria. Com mais de 40 anos dedicados ao automobilismo, o engenheiro segue atento, acompanhado de seus filhos, também especialistas, à medida que prestavam assistência a todos os pilotos do paddock. Enquanto os herdeiros conferiam kits aerodinâmicos, abasteciam carros e discutiam soluções com os competidores, José caminhava tranquilamente, dando pontuais e precisas observações. O GRANDE PRÊMIO acompanhou a rotina do veterano durante a etapa de Interlagos do campeonato da F-Inter.

Veio do patriarca, inclusive, boa parte do conceito dos monopostos da F-Inter. Minelli buscou soluções que levassem a um projeto mecânico simples, porém eficiente. Dessa forma, formou-se uma interessante relação entre tecnologias recentes e ideias resgatadas — porém eficientes —, como o caso do avançado sistema de gerenciamento eletrônico que coexiste com o câmbio H projetado pelo engenheiro do ABC.

Carro com lugar extra para convidados serve, também, como laboratório de inovações na F-Inter (Foto: Eduardo Passos/Grande Prêmio)

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“A escolha do câmbio se deu porque a gente consegue fabricá-lo por conta própria aqui no Brasil. Apesar de antigo, ele é muito funcional, tanto que temos poucos problemas e fazemos as relações de marcha aqui [nos boxes] mesmo. Foi tudo mais por custo-benefício e se adaptou muito bem ao nosso projeto em termos de espaço e desenvolvimento. O câmbio foi todo projeto do meu pai, que veio com essa ideia”, explicou Júnior Minelli.

O projeto teve apoio, também, de estudantes do Centro Universitário FEI, que auxiliaram na elaboração dos veículos através da cessão de softwares e corpo técnico. Atualmente, a eficiência pretendida nas especificações se mostra presente, ao passo que os três membros da Minelli Racing seguem cuidando de toda a parte mecânica da competição, sem necessidade de mão de obra adicional

Além da manutenção, novas tecnologias também são debatidas, num fluxo de comunicação livre entre todos os envolvidos. De acordo com Júnior, os motores atualmente contam com limitadores de potência, a fim de evitar um elevado desgaste capaz de exorbitar os custos de cada etapa. A criatividade, porém, já procurava dar vazão à potência adormecida, e um sistema similar ao push-to-pass de outras categorias do automobilismo seguia sendo desenvolvido. Para isso, um bólido de dois lugares, normalmente utilizado para voltas rápidas com convidados, servia, também, de laboratório para a novidade em aperfeiçoamento.

“Tanto fazemos as revisões dos carros quanto prestamos serviços para todos. Como eu e meu irmão temos mais experiência — por termos fabricado, por estarmos vivenciando isso diariamente —, ficamos responsável pela mecânica”, completou Júnior.

Uma vez abastecidos e ajustados, os carros seguiam ao passo que os pilotos se recolhiam para as partes internas do autódromo de Interlagos. Era então que o empresário Marcos Galassi, responsável pela competição, chamava todos os competidores para a sala de aquecimento, onde haveria um breve briefing.

Parte mais restrita do dia no circuito, a sala contava apenas com a presença de Galassi e os concorrentes, além da permissão especial cedida ao GRANDE PRÊMIO. A sessão começava descontraída, sem dar a entender que se tratavam de competidores de alto nível. Logo, porém, as instruções de segurança da prova começavam a ser discutidas, e a concentração tomava conta dos presentes. E era então que chegava ao cômodo Flávio Perillo, diretor de provas da Fórmula Inter.

Com mais de 36 anos de F1, Perillo chegou a ser diretor de provas do GP do Brasil, substituindo Carlos Montagner. O ex-braço direito de Charlie Whiting na etapa brasileira da maior categoria de automobilismo do mundo acompanhou a evolução da F1, tendo trabalhado — no auge de seus 20 anos — na icônica corrida que levou a Copersucar ao pódio em Jacarepaguá e, daí em diante, evoluindo nos quadros da prova.

Chegando ligeiramente atrasado após longas e atenciosas conversas com pilotos e entusiastas dispersos pelo paddock, Perillo iniciava um discurso simples e preciso, ressaltando a importância da direção defensiva e da valorização da vida durante os giros no circuito. Ao passo que terminava suas instruções, era ouvido com profundo respeito por todos e, uma vez dados os recados, teve sua importância para a realização do evento destacada por Galassi. Foi, então, o momento que Flávio não se conteve, e se emocionou ao falar sobre o amor que trouxe-o à base das corridas.

“Quando eu tinha as minhas atividades na F1, isso era super importante. É de uma responsabilidade muito grande ser diretor do GP do Brasil. Mas, cara, quando surgiu a ideia da categoria e de colocar esses carros na pista foi um desafio para mim — lá no fundo, a realização de um sonho. A F1 vem para cá pronta, e a Fórmula Inter eu vi crescer desde o primeiro desenho. Isso me deu uma satisfação muito grande. A gente se trata como se fôssemos irmãos, e há prazer de estar aqui, de fazer por esses garotos o que tenho para dar, essa experiência de quase 40 anos de automobilismo”, ressaltou o veterano.

Flávio Perillo ressalta a paixão que tem por contribuir na Fórmula Inter (Foto: Eduardo Passos/Grande Prêmio)

Além da participação em dias de corrida, Perillo também é presença constante nos bastidores, e aproveita para opinar em todos os aspectos que seu tempo de pista lhe permite.

“Tenho quase 40 anos de automobilismo e conheço um pouquinho de cada categoria que já passei. Logo, vivo na fábrica, acompanho a construção do carro, a sua revisão e dou lá meus pitacos de mecânica”, completou.

Recados dados, uma breve corrente de fé foi feita por todos os presentes. Seguiu-se, então, de volta para os boxes, onde os postulantes embarcaram em seus carros. Dentre os vários expoentes da Fórmula Inter, vários jovens em busca de um lugar ao sol no automobilismo partiam em busca de mais uma corrida na briga pelo cinturão da categoria. Debaixo da carenagem e à beira da reta, porém, havia o legado daqueles que, já exitosos, se satisfaziam em fomentar o esporte a motor no Brasil.

Em um fim de semana de contrastes, a experiência e a juventude corriam juntas em Interlagos.

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