Derani vibra com “vitória incrível” nas 24 Horas de Daytona e comemora mudança para endurance: “Melhor decisão”

Pipo Derani começou da melhor forma a temporada 2016: no topo do pódio das 24 Horas de Daytona, uma das mais tradicionais provas de endurance do mundo. Correndo pela equipe Tequila Patrón, chefiada por Scott Sharp, o brasileiro foi um dos destaques da corrida na Flórida. Após o triunfo, o piloto revelou momentos de tensão, mas também de alívio

Pipo Derani teve uma estreia e tanto nas 24 Horas de Daytona. Forjado nas categorias de monopostos, o paulista de apenas 22 anos fez suas primeiras provas de endurance no fim de 2014, pela Murphy, no European Le Mans Series. Seu desempenho foi tão bom que logo fora contratado pela G-Drive para disputar o Mundial de Endurance do ano seguinte ao lado de Gustavo Yacamán e Ricardo González. Foi um grande ano, com direito a uma pole logo na estreia, em Silverstone, seis pódios e o quarto lugar na LMP2 na estreia nas 24 Horas de Le Mans. E em 2016, agora pela equipe Tequila Patrón ESM, Derani começou com o pé direito e no melhor lugar para um piloto: no topo do pódio.
 
Com um protótipo Ligier, Derani venceu a corrida ao lado do patrão, o experientíssimo Scott Sharp, Ed Brown e Johannes Overbeek. O conjunto do carro #2 teve de lidar com uma pressão final do protótipo #10 da equipe de Wayne Taylor, guiado por Max Angelelli, os irmãos Ricky e Jordan Taylor e também Rubens Barrichello. Mas a festa foi da equipe de Scott Sharp. Para Derani, foi especial por inúmeras razões: sobretudo por fechar a corrida depois de ter vivido um sufoco nos minutos finais. Mas, no fim das contas, depois da bandeirada, a tensão se transformou em alívio e comemoração.
Pipo Derani comemora com seus companheiros de equipe a vitória em Daytona (Foto: Getty Images)
“Foi uma prova muito dura, muito intensa com os irmãos Taylor, que nos pressionaram muito. Mas chegar à vitória, não cometer erros e aumentar a diferença até o final foi incrível”, vibrou o brasileiro durante entrevista coletiva.
 
“Esta é minha primeira corrida nos Estados Unidos, minha primeira disputa das 24 Horas de Daytona. Tivemos um alarme da temperatura do câmbio e da direção assistida, e isso nos deu um pouco de medo. Talvez tenha sido só um sensor, meu engenheiro me manteve tranquilo, mas nos últimos 30 minutos deu um pouco de medo”, revelou o piloto, muito empolgado com o que viu ao longo do fim de semana: “O ambiente aqui foi enorme, incrível”.
 
Ao falar sobre a transição dos monopostos para o endurance, Derani comemorou por estar no rumo certo na carreira. “Quando era criança no Brasil, cresci de olho na F1. Fiz minha escolha para mudar para as corridas de resistência logo no começo da minha trajetória, e não poderia ter tomado decisão melhor”, concluiu.
Pipo Derani cruza a linha de chegada e vence logo na estreia em Daytona (Foto: Getty Images)
A terceira colocação na classificação geral ficou com o #90, que teve o piloto da Indy Ryan Hunter-Reay em um último longo e inspirado stint, ficando na mesma volta do vencedor da corrida. Em quarto lugar cruzou o #5 da Action Express, guiado pelo brasileiro Christian Fittipaldi, bicampeão do SportsCar Championship e das 24 Horas de Daytona, Filipe Albuquerque, João Barbosa e Scott Pruett.
 
Dois brasileiros chegaram com destaque na GTLM: com a Ferrari, Daniel Serra ficou em quarto na categoria e décimo no geral, enquanto Augusto Farfus, na estreia do novo protótipo da BMW, foi o quinto na classe e 11º na tabela final.
 
Oswaldo Negri abandonou a disputa durante a madrugada, tendo chegado a liderar considerável parte da corrida. Tony Kanaan, no protótipo que defendia a vitória, também deixou a disputa após o companheiro Kyle Larson bater o Ford Ganassi na barreira de pneus.
 
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